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Artigo

  • Do ensino fundamental

    O ensino fundamental tem sido objeto, no Brasil, de valiosos estudos, mas, além de tratar-se de assunto inesgotável, parece-me que tem faltado uma análise satisfatória no contexto da Constituição de 1988, notadamente depois da Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996, a qual introduziu oportunas alterações nos srtigos pertinentes a essa matéria.Tudo está em saber qual a finalidade essencial do ensino fundamental, a partir do princípio constitucional básico de que a educação, de conformidade com o disposto no artigo 205, deve ser promovida e incentivada “visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Desdobrando essa definição sintética, verifica-se que são três as finalidades do ensino:

  • O dinheiro público

    Faz poucos sábados, o professor Miguel Reale escreveu sobre o patriotismo, exaltando-o como o suporte das nações, de sua duração no tempo histórico e no espaço físico. O patriotismo é o fundamento da letra do Hino Nacional. Nas escolas primárias já não é ensinado, mas foi, durante decênios, para incutir na consciência das criança o amor ao país. Aprendia-se nas escola primária a amar o Brasil, como grande país, destinado a ser uma das grandes potências do mundo. Passaram-se os anos. Derrubada a oligarquia que dominava o Brasil, com ordem e com decência, tenha-se presente, veio o getulismo, com seus homens de 1.000, de que fala Oliveira Vianna, e o Brasil começou a mudar. Mas não tanto quanto depois desse período de quinze anos. O presidente Dutra e seus sucessores, que governaram com a Constituição de 1946, tiveram tempo e decisão para manter o Brasil como supremo órgão do amor de seus filhos. Se Vargas se suicidou, o fez por motivos conhecidos.

  • Mocinha

    Em 1990, quando tomei posse de minha cadeira na Academia Brasileira de Letras, agi de modo a ligar o mais possível a cerimônia, o uniforme, o colar e a espada aos rituais de festa do nosso povo. Eu lera, de Gandhi, uma frase que me impressionou profundamente. Dizia ele que um indiano verdadeiro e sincero, mas pertencente a uma das classes mais poderosas de seu país, não deveria nunca vestir uma roupa feita pelos ingleses. Primeiro, porque estaria se acumpliciando com os invasores. Depois, porque, com isso, tiraria das mulheres pobres da Índia um dos poucos mercados de trabalho que ainda lhes restavam.

  • Celso Furtado, o oitentão 'imortal'

    Aí está, nas livrarias, a 10ª edição do livro “Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico”, do acadêmico Celso Furtado, que o considera o mais importante livro de sua vida, como resultado de 20 anos de estudos realizado na França.

  • Não se pode sair nem um bocadinho

    A gente custa a reconhecer certas verdades desagradáveis, mas o tempo acaba por impô-las. Nunca fui candidato a cargo público nenhum e, por conseguinte, jamais pedi votos a ninguém, nem sou responsável pela administração de qualquer serviço do Governo, de qualquer tipo. Mas a realidade conspira em contrário, e a dura verdade é que sinto no ar um dever indefinido de não deixar o país. Quando estou lá fora, sempre aprontam alguma coisa, até mesmo se se trata de país tão amigo e fraterno quanto Portugal. Começam a acontecer coisas lá mesmo, se bem que, no geral, somente na alfândega. A alfândega portuguesa, que me deu uma boa coça no Porto, não faz muito tempo, alimenta graves suspeitas sobre minha pessoa e, no Porto, quase peço permissão ao Sr. Dr. Alto Funcionário da Aduana para dar um pulinho lá fora e tentar conseguir pelo menos uma maconhazinha, a fim de que ele não ficasse tão desalentado com o fato de só haver roupas em minha bagagem. Chateia um pouco, mas não reclamo. É direito deles e a culpa, como já sublinhei aqui, certamente se deve à minha cara de contrabandista congênito.

  • O adeus da ABL a Barbosa Lima

    Integridade e coerência sintetizam o longo e profícuo percurso existencial do acadêmico e jornalista Barbosa Lima Sobrinho. O País inteiro lhe pranteia a ausência, porque sabe que os pais da pátria, como ele, lastreiam a nacionalidade e lhe asseguram a perpetuidade pela palavra e pela ação. Ao longo do tempo histórico, registra-se a presença de uns tantos homens que emergiram do anonimato e deram o seu grande recado, mercê de toda uma vida devotada à causa nacional.

  • A imagem feminina

    O Estado de Minas - Belo Horizonte - MG,, em 11/06/2000

    Vocês já repararam que o Rio e as outras grandes cidades do Brasil não têm mudado muito em matéria de crimes? Na maioria eles sucedem dentro do binômio homem x mulher e se baseiam todos no amor. É fácil concluir, portanto, que o amor é a mais matadeira de todas as paixões.

  • O mito do fantasma

    Tribuna da Imprensa - Rio de Janeiro - RJ,, em 21/06/2000

    Vivemos cercados, literalmente, de mitos. Ou de realidade que se transformaram no que chamamos, apropriadamente ou não, de mitos. Desde que a palavra “imaginário” deixou de ser apenas adjetivo para se apresentar, dir-se-ia que definitivamente, também como substantivo, bibliografias muitas surgiram no setor, a começar por livros de Mircea Eliade, culminando com o ensaio de Gilbert Durand, “Les structures anthropologiques de l'imaginaire” (1960) e “L'histoire de l'imaginaire”, trabalho de Evelyne Patlagean incluído no volume “La nouvelle histoire” (1968).

  • Um malandro especial

    Na linguagem popular, registrada pelos nossos melhores dicionários, como o Aurélio, o Antenor Nascentes e o Koogan-Houaiss, malandro é um indivíduo que não trabalha, vive de expedientes, que pode ser também vadio, matreiro, finório. A despeito disso tudo, aprendemos a respeitar a figura de Moreira da Silva, sucesso como cantor e homem de rádio há tantos anos.Sempre que se apresentava, era lembrada sua condição de malandro, o que aliás, contrariava o trabalho que fazia, na defesa da música popular brasileira. Ele foi, indiscutivelmente, um dos grandes nomes da MPB, mas ficou com a fama com que era tratado. A malandrice fazia parte de sua personalidade.

  • A arte salva os 500

    Jornal Folha de São Paulo,, em 28/04/2000

    Leio em Sábato: “Todos os homens necessitam de um chão e de um lar. Não podem viver sem pátria.” Ou, como queria Unamuno, sem '''mátria', mãe e pátria, verdadeiro fundamento da existência.” Pelo que vi sobre os festejos dos 500 anos, estamos com uma grande dívida de civismo e de amor ao Brasil, agredido sem defesa. Mas eu tenho orgulho e gosto dele, fiquei chocado com tudo o que aconteceu, os insultos e os incidentes.

  • Língua sem extremismos

    É preciso cuidado no trato da língua portuguesa. Aprendi isso com um mestre acima de qualquer suspeita: Antônio Houaiss. Quando ele preparava os verbetes do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, dirigindo uma equipe altamente competente, sempre chamou nossa atenção para a diferença entre Vocabulário e Dicionário. Aquele pode conter palavras efêmeras, até de outras línguas, desde que sugestivas de uma época vivida. Podem ser retiradas no futuro. Este, que lida com o significado dos verbetes, tem um número menor de palavras e há um cuidado todo especial na sua adoção, pois em geral não saem mais do dicionário. Podem ficar para sempre, às vezes transformadas em arcaísmos.

  • Vocês aí

    O Globo (Rio de Janeiro), em 07/08/2005

    Peço desculpas pela repetição de algo que já escrevi aqui diversas vezes, mas acho necessário, porque persiste minha impressão de que o povo brasileiro esquece uma verdade importante. Entre nós vigora a soberania popular, expressa no belo enunciado “todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”. Embora a Constituição seja violentada ou ignorada o tempo todo, a manutenção desse princípio é básica e consagra a verdade de que o dono do país é o povo e que todo servidor público, eleito, concursado ou nomeado por compadrio é empregado do povo e lhe deve serviço e satisfações.

  • A tempestade se aproxima

    O Globo (Rio de Janeiro), em 07/08/2005

    SEI QUE VEM UMA TEMPESTADE porque posso olhar à distância, ver o que está acontecendo no horizonte. Claro, a luz ajuda um pouco - é o final do entardecer, o que reforça o contorno das nuvens. Vejo também o clarão dos raios.

  • A criança e o poeta

    Que o poeta e a criança costumam participar do mesmo plano de realidades, é coisa em que sempre acreditei. Uma certa pureza de percepção como que separa nacos do mundo para eliminá-los por dentro, o que dota a visão da criança e do poeta de uma nitidez que afasta das imagens qualquer traço desnecessário. Dir-se-ia acontecer, aí, um reducionismo na linha de Husserl, de reduzirmos o real a seus aspectos fundamentais e colocarmos entre parênteses tudo o que pode esperar. Essa identidade faz pensar também na tese da "poesia do instante" de Gaston Bachelard. O instante é a poesia. Acrescenta Bachelard: "Fora do instante , só existem a prosa e a canção." A sintaxe pode deter ou desviar as consequências do instante poético. É, assim, natural que o poeta e a criança intervenham na sintaxe e inventem uma linguagem.

  • Eles, quem?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/08/2005

    A imprensa destacou em manchetes a ameaça do presidente Lula feita num comício de campanha eleitoral em Garanhuns, berço natal de Sua Excelência. Mais uma vez, revelando sua notável cultura futebolística, ele repetiu uma frase do treinador Zagallo: "Eles terão de me engolir".