O governo Dilma é todo o contrário, no seu nascimento, de um quadro de trancos e barrancos, ou de emergência de inconformismos latentes, nos dois mandatos do governo petista. No corte da equipe ministerial, entre quem ficou e quem entra, pode-se desenhar a expectativa da continuidade sem continuísmo, claramente manifestada desde o discurso inaugural. Mas a tranqüilidade nesse futuro imediato, e mesmo a médio prazo, tem como seu primeiro aliado a própria afirmação oposicionista, herdeira da força eleitoral da candidatura tucana. Mas em que termos a vitória do PSDB nos seis estados articula, numa frente coesa, o que seria o confronto com o governo nascente? Em alguns casos, como no Pará ou em Tocantins, os êxitos eleitorais mínimos deixam esses Executivos reféns dos novos avanços do PAC - e acelerados - nessas áreas. As governanças, por outro lado, de Goiás ou Mato Grosso do Sul manifestam a sua total autonomia ao, desde a posse, aproximar-se do governo Dilma e criar a sua contabilidade imediata de expectativas e favores.