
Morbidez pública
Antes de entregar o pescoço à guilhotina, um condenado comentou: "Liberdade! Quantos crimes se cometem em seu nome!". O mesmo podemos dizer a propósito do interesse público. Muitos crimes são cometidos em seu nome.
Antes de entregar o pescoço à guilhotina, um condenado comentou: "Liberdade! Quantos crimes se cometem em seu nome!". O mesmo podemos dizer a propósito do interesse público. Muitos crimes são cometidos em seu nome.
A mídia televisiva, em regra, nos acostuma com a banalidade. E, por vezes, sem querermos, recebemos essa poeira de estrada em pleno rosto. Mal dissimulam a informação vazia que nos fornecem, sem qualquer significado cultural, a pobreza do pensamento se reveste de uma pobreza ainda maior e mais ostensiva, a da ignorância.
Ao receber o presidente Wulff, da Alemanha, Dilma Roussef deu os primeiros passos de uma política externa, na linha desenhada pelo governo Lula. Amadurecemos no último mandato esta quebra de uma velha geografia de centros e periferias, em que se reforçava, classicamente, a dominação americana transformada em hegemônica, nos anos subsequentes à queda do muro. Num novo ressalto internacional, a autonomia brasileira vai, naturalmente, à constituição do bloco dos BRICS, e, fora do perfil, ainda há uma década, previsto para a globalização. Nosso País confronta-se aí a duas outras nações gigantes, a China e a índia, também voltadas, pela dinâmica de sua própria população, para uma política de desenvolvimento nacional. Desaparecem, nesse quadro, as velhas polarizações, com a clássica ascendência dos Estados Unidos ao lado do continente europeu, e até a crise financeira de 2008, voltados para a afluência e o progressismo do modelo neoliberal.
Acima de tudo, um poeta. E, por isso mesmo, quase um marginal da vida e certamente do mundo, Paulinho Mendes Campos não teve culpa de ter sido o que foi: um artista na acepção completa, vale dizer, na sua visão da aventura humana, que ele próprio definiu num verso magistral: "Clown de meus próprios fantasmas, sonhei-me".
Há alguns anos participei em Quéretaro, no México, de uma reunião internacional — na qual entre os presentes estavam Henry Kissinger, Robert McNamara, Takeo Fukuda, Helmut Schmidt e muitos outros experts e estadistas mundiais —, que discutiu os problemas do futuro da humanidade, tema recorrente no InterAction Council. Dois problemas se destacavam entre os muitos que teriam de ser geridos pelos estados nacionais: as migrações e o balanço alimentar.
Eu bulingo, tu bulingas, ele bulinga, nós bulingamos, vós bulingais, eles bulingam.
E, quando melhores estão as coisas, surge a vontade antiga: acreditar outra vez. Já nem importa simplesmente acreditar em quê, mas acreditar em si mesmo, no amor, no trabalho, na virtude, no inferno ou no nada.
Não é um pôr de sol que muda a nossa vida, é a nossa vida que muda um pôr de sol e o torna inefável ou irrepetível. Ainda mais se for dia de amor, inocência ou arrebatamento. Ou nem isso, se antes o olhar da amada nos focar e o sol penetrar pela vidraça como através da alma. E o pôr do sol teria a magnitude da Nona Sinfonia de Beethoven, ou de alguma Cantata de Sebastião Bach, semelhante à epifania que decorre do ato de justiça, ou da criação, pois a beleza e a moral se atraem magneticamente.
Temos hoje um leitor interessado em saber como deve fazer a separação silábica das palavras que antes eram consideradas paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Sirva de exemplo a palavra 'náusea', que pode ter suas sílabas divididas em duas: náu-sea, ou em três: náu-se-a, bem como 'etéreo', em três:e-té-reo ou e-té-re-o, em quatro.
Em todo o mundo, há o questionamento sobre a morte de Osama Bin Laden, com opiniões obviamente contrárias. A questão é admitir a constatação de Barack Obama ("A justiça foi feita") ou classificar a operação dos americanos como um ato de vingança.
O que representam as fotografias escondidas do corpo de Bin Laden? De que realidade se faz a morte do terrorista, permitindo que o espectro avance na sua "missão sagrada" em nosso tempo, como vem de proclamar Al-Zawahiri? Na confirmação da saga que começa, o número 2, forçando uma imagem bíblico-botânica, repete: "Perdeu-se tão só uma uva no cacho exuberante da al-Qaeda."
Entre os centenários que, neste ano, estão sendo comemorados, destaco, o de um dos homens que mais me impressionaram pela sua cultura e dignidade.
Trecho do diário inédito de Juscelino Kubitschek: "12 de setembro de 1974 - Faço hoje, incrivelmente, 72 anos. Sinto-me espiritualmente com a idade de 30. Nenhuma ferrugem na alma nem na vontade.
Nada mais representativo da burrice do que essa teoria do falar errado. Foi quando fui presidente da República que universalizei o programa do livro gratuito nas escolas, e o grande problema era a qualidade do livro.
A cada dia somos surpreendidos com incríveis inovações na educação brasileira. Tudo é tão estranho que parece uma armação para que continuemos a patinar nas piores classificações internacionais de qualidade do ensino.