O grande pleito cívico
Ainda peguei o tempo em que, em dia de eleição, os jornais estampavam um sentencioso editorial com o título acima, ou bem semelhante.
Ainda peguei o tempo em que, em dia de eleição, os jornais estampavam um sentencioso editorial com o título acima, ou bem semelhante.
As recentes eleições mostraram mais uma vez ao povo brasileiro que os institutos de pesquisa devem ser abolidos, já que se tornaram, por vários exemplos, prejudiciais, não só influenciando os eleitores, como apresentando dados falhos, além de serem manipuladores da opinião pública, podendo ser instrumentos perniciosos do poder, conforme os seus interesses.
O Prêmio Nobel de Literatura sempre foi mais polêmico pelos autores que não o receberam do que pelos que o receberam -fora os casos dos que o recusaram, Pasternak, por imposição dos soviéticos, e Sartre, para marcar uma posição anticapitalista. Assim, ficam de fora de sua fileira muitos grandes nomes: Kafka, Proust, Joyce, Valéry, Ibsen, mais perto de nós, Onetti e Cortázar, e, em nossa casa, Drummond e Jorge Amado.
O advento democrático no Oriente Médio não nos pode deixar de nos acautelarmos quanto ao perigo de que esses novos regimes atentem às condições de pluralismo, de que se faz o efetivo avanço das liberdades. O pior é que agora - e diante do risco do terrorismo islâmico e da guerra de religiões - a exclusão social se alastra no próprio Ocidente, sendo esse o perigo dos novos fundamentalismos que acossam os Estados Unidos e a Europa. Começa pela tomada de posição antiárabe da Alemanha e da Inglaterra e continua pelo novo perfil americano, nas políticas de reconhecimento social no seu território.
Estou, ultimamente, certo de que um fenômeno está surgindo no mundo atual: a compressão do tempo. Ele está cada vez mais chato e achatado. Parece que a cada dia fica mais curto.
Mesmo em obras, na sua sede principal, a Organização das Nações Unidas viveu, em Nova Iorque, um dia de múltiplas atrações culturais. Por iniciativa de Marcos Troyjo e Marcos Vargas (Casa do Brasil), em colaboração com a UNESCO, foram comemorados o 10º aniversário do Ano das Nações Unidas para o Diálogo entre Civilizações e o Dia Mundial da Diversidade Cultural (21/05).
Suspeita-se na ilha que a propalada operação de safena a que se submeteu recentemente Zecamunista foi na verdade um implante criado pela diabólica medicina da União Soviética, que, quando não mata, como foi o caso de Zeca, injeta tamanha dose de energia no indivíduo que ele sozinho vale por todo um Politburo, coisa braba mesmo, do tempo do camarada Stalin Marvadeza e da NKVD. Não sei se os rumores procedem, mas de fato Zeca, exibindo a cicatriz do peito por trás de uma correntinha com uma foice e um martelo e umas contas de Xangô (quando uma vez eu perguntei a ele que mistura era essa, ele me deu um sorriso de desdém e respondeu apenas que não era materialista vulgar), está mais elétrico do que nunca. Na hora em que o peguei, ele ainda recebia abraços e apertos de mão pela palestra que acabara de fazer no bar de Espanha, esclarecendo a todos sobre o sistema político brasileiro. Infelizmente, perdi a palestra, mas ele, muito modestamente, me disse que não tinha sido nada de mais.
Já lembrei algumas vezes o velhinho do Iseb. Para quem não sabe, tratava-se de um grupo de intelectuais progressistas que se reunia todas as noites num casarão da rua das Palmeiras, em Botafogo, e era o contraponto ideológico da Escola Superior de Guerra, na Praia Vermelha, onde estava sendo articulado o golpe de 1964.
Quando o Brasil declarou guerra à Alemanha e à Itália, em 1942, pelo menos aqui no Rio houve uma campanha para formar bombeiros voluntários: medo de ataques aéreos que não chegaram a acontecer. Um vizinho meu, um tal de Bezerra, recebia inscrições de pessoas acima de 50 anos.
De início, a onda avaliativa do MEC foi vista com alguma desconfiança. Erros cometidos, que são humanos, serviram para corroborar a visão de que seria impossível avaliar um sistema de milhões de participantes. Hoje, até recalcitrantes reconhecem que era preciso conhecer melhor o conteúdo da educação brasileira, para alcançar a etapa seguinte que é a do aperfeiçoamento desejado.
O recorde de 77% de aprovação pessoal que a Presidente Dilma obteve na mais recente pesquisa de opinião do Ibope pode ser explicado por uma conjunção de apoios, pois ela mantém a hegemonia na região nordeste (82%) e entre os cidadãos que ganham entre um e dois salários (59%), mas conseguiu ser igualmente bem avaliada entre os eleitores com renda familiar superior a dez salários mínimos (60% de ótimo e bom) e na região sudeste (75%).
Sobre o humorista Chico Anysio, cuja morte todos lamentamos, já se escreveu tudo. Ou quase tudo. Quero contar um episódio, até aqui inédito, do qual fiz parte, e que agora, em homenagem a sua memória, vou revelar.
Nos começos de 1964, instalara-se no cenário nacional a mesma divisão esquemática que cindira a Convenção francesa, quase dois séculos antes.
Enquanto no país prevalecer a postura de tratar a corrupção dos aliados e correligionários como uma questão política, e demonizar a corrupção dos adversários, não teremos condições de controlar essa verdadeira praga, que não é “coisa nossa”, pois está espalhada pelo mundo globalizado, mas que tem encontrado entre nós um acolhimento incomum devido à legislação frouxa e à cultura da impunidade que por aqui impera.
Certa vez Caetano Veloso disse que ter tido Fernando Henrique Cardoso e depois Lula como presidentes era "um luxo" para o Brasil. Ontem, na posse da Comissão da Verdade, que não por acaso também marcou a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação, tivemos, graças à presidente Dilma, uma demonstração de que estamos avançando, apesar das lutas políticas e dos eventuais desvios, na construção de uma democracia estável e madura.