Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Artigos

Artigos

 
  • As luzes de Columbia

    Quem visita o campus da Columbia University, em Nova York, nesta época de outono frio e dourado tem a atenção despertada para a sua grandiosidade e o fervor da cultura clássica. Isso se depreende pelas referências, no prédio principal, a figuras míticas como Homero, Virgílio, Sófocles, Platão, Aristóteles e outros vultos.

  • A era Obama paga seu preço

    A inequívoca aceleração história do mundo pós-Obama aí está na tomada de oposição da extrema direita conservadora, nos Estados Unidos, e nas antigas periferias, na dissesão da "esquerda da esquerda", nas coletividades indígenas da América Andina. Demorou ainda o republicanismo bushista, a encontrar o foco do confronto com a nova Presidência, avivada agora pela consagração que lhe dá -too much, too soon - o Prêmio Nobel da Paz. Este reconhecimento maciço vem de par com o avanço da idéia gêmea à da democracia, que é a do pluralismo na multiplicidade de expectativas de mudança que se abrem a um país que se liberta de sua insegurança internacional pela guerra preventiva, e pela "civilização do medo".

  • De inventos e inventores

    A foto de Einstein descabela-do que nem maestro após reger a abertura de "O Guarani" santificava o Festival do Inventor, ali na galeria do edifício Avenida Central, num ano qualquer da década de 50. Ao lado, o retrato de Edison, austero, na pose que a lâmpada homônima divulgou. E depois de Einstein e Edison, os inventores nativos, não tão descabelados nem tão divulgados.

  • Estranhas histórias de hospital

    Confirmada, a história da técnica de enfermagem que, no Hospital Universitário da Ulbra, aplicou poderosos sedativos em bebês se constituirá num dos episódios mais estranhos da história da medicina gaúcha. E, ao mesmo tempo, encerra algumas lições sobre as quais é preciso meditar. Na versão inicial, depois desmentida, Vanessa Pedroso disse que injetava morfina e diazepam, este um forte tranquilizante, para induzir nas crianças parada respiratória. A seguir, a própria Vanessa fazia os procedimentos de reanimação. Seu objetivo, portanto, era aparecer na história como a heroína, a salvadora dos bebês. Um plano que obviamente só poderia ter nascido de uma mente enferma, e de fato, no primeiro depoimento, Vanessa admitiu problemas mentais e emocionais, entre eles a frustração por não ser médica.

  • Um futuro sem lentilhas tucanas

    O presidente já anuncia para o começo do ano eleitoral um regime de 40 horas semanais de trabalho. Não se diga que é reivindicação aguilhoada, ou premida, num país que indiscutivelmente já frui do bem estar inédito pelo qual 56% da população já se pode dizer, pelo IBGE, instalada numa emergente classe média. A redução da jornada é uma das promessas que pode disparar o gatilho do regime petista.

  • AO VIVO: MPB na ABL apresenta "Meu Caro Amigo”, inspirado na obra de Chico Buarque

    Assista ao vivo a série MPB na ABL que acontece no Teatro R. Magalhães Jr., uma única apresentação com o espetáculo solo musical “Meu Caro Amigo”, inspirado na obra de Chico Buarque de Hollanda, com a presença da atriz Kelzy Ecard, recente vencedora do Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro) de Melhor Atriz Coadjuvante por seu trabalho em “Rasga Coração”. O espetáculo, depois de duas temporadas de sucesso no Rio de Janeiro, teve uma turnê lotada pelo Nordeste.

  • Libertando-se do fumo

    A importante Pesquisa Especial sobre Tabagismo, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em parceria com o Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde, e divulgada no último fim de semana, apresenta dados surpreendentes sobre o hábito de fumar no Brasil. Para começar, uma notícia não muito boa: o Rio Grande do Sul é o segundo estado em que mais se fuma, e as gaúchas são as brasileiras que mais fazem uso do cigarro: 17,2% delas fumam diariamente (pô, gurias, vocês bem que podiam arranjar um jeito mais sadio de autoafirmação, não é mesmo?). Baseados nos dados da ampla amostra, conclui-se que fumam 24,6 milhões de brasileiros, ou seja, 17,2% da população com 15 anos mais. A boa notícia: um número maior que este, 26 milhões de pessoas, deixaram de fumar. Temos mais ex-fumantes do que fumantes, mostrando que o Brasil de fato aprendeu a lição: o tabaco é um desastre para a saúde.

  • Um caso banal

    Não foi por e-mail, foi por carta mesmo, daquelas que no envelope já trazem uma bem intencionada mensagem natalina. Era uma carta anônima, mal datilografada, de um cidadão que se declarou comissário de polícia. Ao contrário das cartas anônimas, não continha infâmias nem ameaças, revelava apenas um caso que o missivista achava que deveria ser divulgado.

  • Vil pecúnia

    Para o presidente Lula, as fotos e as gravações do novo mensalão de Brasília não chegam a provar nada. É uma opinião, embora digam por aí que uma imagem vale por 10 mil palavras. Além do fato em si, que se­­ria estarrecedor não fosse razoavelmente rotineiro em nossa vida pú­­blica, há a facilidade com que são registradas as cenas de suborno.

  • Mestres na arte de escrever

    Podem chamar o fenômeno de precocidade, mas o fato é que os jovens alunos da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro deram um verdadeiro show de competência, na arte de escrever, ao participar da Maratona Escolar Euclides da Cunha. Os cinco vencedores foram mestres, escolhidos por um júri da Academia Brasileira de Letras e consagrados em cerimônia presidida pela Secretária Cláudia Costin, no Teatro R. Magalhães Jr.

  • A pandemia da corrupção

    RIO - Na história da humanidade e da civilização jamais foi encontrado antídoto algum contra a corrupção. Já o Código de Hamurabi, que data de 1700 AC, durante muito tempo considerado o primeiro Código Legal da humanidade, fala em punição de governantes corruptos. Cícero e Catão construíram suas histórias políticas martelando contra ela, e em todos os parlamentos existem grupos ou pessoas que fazem sua carreira defendendo a pureza das instituições a que pertencem ou atacando a dignidade de seus colegas.

  • Uma noite no bolero

    Os festivais antigamente eram festejos dos outros. Havia a citação obrigatória: "Em seguida, o festejado autor...". Ora, se Maomé não vai à montanha que a montanha vá a Maomé, donde: se ninguém festeja os escritores, nada de mais que os próprios se festejem. Os latinos tinham para isso uma frase amarga: "Asinus asinus fricat". Se os burros podem se coçar uns aos outros, a analogia é válida: que os inteligentes cocem os inteligentes.

  • O pecado original

    Volto hoje ao assunto de minha última crônica neste espaço: a interferência do poder financeiro em seus diversos escalões, desde as grandes empresas multinacionais até o botequim da esquina que pretende botar mesas e cadeiras na calçada e precisa de uma licença das autoridades municipais: todos têm interesse em colaborar nas campanhas eleitorais, não por afinidade com o programa partidário das legendas nem com as ideias do candidato a vereador, mas simplesmente para ter o político ou o governante como refém de seus interesses.

  • Deus sabe das coisas

    Aqui na ilha, o problema da corrupção nunca foi muito grave. Os maledicentes, despeitados e invejosos, que não engolem a verdade patente de que Itaparica é a rainha do Recôncavo Baiano, tentam tirar-lhe mais esse galardão, alegando que nunca furtaram dinheiro público aqui porque aqui nunca houve dinheiro público para furtar e muito menos privado. Esquecem-se eles até mesmo dos inúmeros períodos faustosos de nossa história, dos quais o mais recente talvez tenha sido o dos petroleiros, no tempo em que produzíamos petróleo. Os petroleiros eram ricos milionários e me lembro de Zenóbio Merdinha (assim alcunhado por causa de um episódio de infância, que melhor estaria se olvidado, até porque Zenóbio sempre foi um cidadão exemplar) mandando botar luz fluorescente na casa toda, inclusive na fachada, a ponto de ter sido veiculada a notícia de que a Marinha ia usá-la como farol. E muitas mais dessas fases esplendorosas eu poderia enumerar, se não corresse o risco de abusar do leitor.