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Artigos

 
  • Contra o autoritarismo

    No impressionante filme A Onda (Die Welle), um professor de Ensino Médio propõe-se a explicar a seus alunos o surgimento do totalitarismo, e o faz mediante uma espécie de dramatização, que escapa a seu controle e acaba tornando-se real. Surge entre os jovens um movimento chamado A Onda, que, com seus códigos e rituais, evoluirá com crescente violência até o trágico final. A história baseia-se em fato acontecido em 1976 numa escola da Califórnia, e lembra dois famosos experimentos. O primeiro, conduzido pelo psicólogo da Yale University, http://en.wikipedia.org/wiki/Yale_University Stanley Milgram, teve início em 1961, logo depois do julgamento do criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann. Em sua defesa, Eichmann insistia em dizer que estava apenas “cumprindo as ordens”, o que levou Hannah Arendt a falar na “banalidade do mal”. Milgram se propôs a averiguar uma questão crucial: até onde uma pessoa vai quando cumpre ordens? Para tanto, contratou pessoas que, mediante um gerador elétrico, deveriam dar choques de crescente intensidade num “cobaio” humano. Na realidade, o gerador não dava choque algum; o “cobaio”, vivido por um ator, simulava ser a vítima dos supostos choques gritando de dor. Apesar disso, o condutor do experimento mandava que as pessoas continuassem acionando o aparelho e aí as respostas variaram. Alguns desistiam, inclusive abrindo mão do pagamento, mas 26 dos 40 participantes chegaram ao “limite” de 450 volts, mostrando que realmente a disposição de cumprir ordens ultrapassava o senso de compaixão.

  • Do hino nacional

    Nas escolas do ensino fundamental, pelo menos uma vez por semana, o Hino Nacional deverá ser cantado pelos alunos. Nada contra esta medida cívica, mas toda vez que se fala em nosso hino, há uma enxurrada de críticas, sobretudo quanto à letra, que é pomposa e complicada.

  • O francês como língua obrigatória

    É muito louvável o movimento cultural em torno da presença francesa no Brasil, que não tem sido pequena. Desde os primórdios, quando conquistadores sonharam com a existência da França Antártica, o que foi abortado pelos portugueses, apesar da adesão inicial dos primeiros moradores do Brasil (índios). A antropofagia era comum, naqueles tempos.

  • Um Brasil só de esquerdas

    Lula, ao falar sobre o novo horizonte político nacional, declarou que só deparam as alternativas de esquerda. É a consequência do salto objetivo do País, acelerado desde o governo petista. E a sensação é tão funda que, hoje, para o presidente, a direita pode ser vista como troglodita, congelada na paleologia de uma vintena atrás. O que está em causa é o quanto ganhamos uma consciência de mudança, e é irreversível a superação do País com 2% da população proprietária de 46% do território ou dos 5% mais prósperos detendo metade da riqueza brasileira. E não tem sentido falar-se em assistencialismo, na visão ideológica dos reformismos de todo o sempre, diante do que representa, hoje, constituir a nossa classe média emergente 56% dos brasileiros ou termos reduzido a menos de 10% a população ainda fora de uma efetiva economia de mercado.

  • Rio

    Decide-se amanhã a sede para a Olimpíada de 2016. O Rio é uma das cidades candidatas e desta vez tem chances de ganhar, apesar da força de Chicago, patrocinada pessoalmente por Obama. E na categoria de azarões, Tóquio e Madri.

  • De bem a pior

    Diante do portão ainda fechado, olho por entre as grades do edifício e avalio a rua. Poucos passantes, alguns porteiros varrendo a calçada, tudo indica que o temido encontro será evitado novamente. Tem dado um pouco de trabalho, mas venho conseguindo driblá-la com eficácia e faz tempos que não a vejo. Bem verdade que, paradoxalmente, tenho uma certa saudade dela, mas sou obrigado a reconhecer que fico aliviado por não vê-la, é melhor assim. Inspeção concluída, tomo coragem e saio andando em direção à banca de jornal, aonde chego sem problemas e da qual volto devagar, espiando distraidamente as manchetes e sem suspeitar do que me espera, depois de dobrar a esquina de minha rua.

  • Razão e paixão

    Modéstia à parte, meus senhores, eu sou da Vila, quer dizer, emendando o carioca Noel Rosa, eu sou do Rio. Uma vitória suada, mas esperada. No painel das finalistas, o Rio já se destacava pela economia das letras (apenas três) que indicava uma logomarca, um cidade, um país que começa a botar as manguinhas de fora em vários departamentos da realidade internacional.

  • Melhor juntos do que separados

    Demência é um termo amplo que designa várias doenças afetando principalmente pessoas idosas, e manifestando-se por vários problemas, sobretudo a perda da memória e distúrbios de conduta. Em geral pensa-se logo na doença descrita pelo médico alemão Alois Alzheimer em 1906, e que é muito frequente (cerca de 30 milhões de pessoas no mundo), mas há outras formas de demência, por exemplo aquelas que resultam de problemas circulatórios no cérebro.

  • Sucesso político e anticlímax

    Não há que insistir mais sobre a permanência do coeficiente de 83% de apoio a Lula, mas talvez dentro de uma perplexidade quanto ao passo adiante. O Presidente vive, sem perda do seu prestígio, no impasse objetivo que lhe custa a estrita observância das regras do jogo democrático. Não se duvidaria também do resultado de um plebiscito, fosse adiante a busca de um terceiro mandato, no que se destaca tanto, e de vez, dos governos perpétuos das equívocas repúblicas bolivarianas, a partir de Hugo Chávez.

  • Manhã sem vestígio

    Faz tempo: tinha as manhãs livres, alma e corpo também livres. Conhecia um atalho que subia para o morro onde havia paisagem e solidão. Uma antiga estrada de saibro, toda arrebentada, parecia-me impossível para carro. Ia a pé, então, saboreando os passos e o sol que descia sobre meus ombros e me abençoava.

  • A vida nos hotéis

    Viajar não é apenas conhecer novos lugares, conhecer novas pessoas. Viajar significa mudar, ainda que transitoriamente, o estilo de vida. De repente, já não estamos mais em nossas casas, no cenário que nos é familiar. De repente estamos num lugar que, pretendendo ser como as nossas casas, ou até melhor que as nossas casas, acaba nos dando uma sensação de estranhamento. Estou falando, claro, no hotel.