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Artigos

 
  • Carisma e sucessão presidencial

    A sucessão presidencial prescinde, hoje, da relação entre Lula e o partido, diante do castigo dos favores públicos que derrubou com o mensalão, o jogo de mediações previsto pela mobilização inicial do petismo. Doutra parte, o carisma não é intrinsecamente da pessoa, mas da saga em que a visão popular não dissocia Lula do "Lula lá".

  • Gripes e Gripados

    Apesar dos muitos e desnecessários anos que carrego nas costas, não cheguei a este mundo a tempo de pegar a espanhola, com a qual a gripe suína, agora com um nome cabalístico e esterilizado, vem sendo comparada. As duas nada têm a ver, pelo menos até agora, e pelos depoimentos dos contemporâneos da peste.

  • Um defensor da educação feminina

    Autor do livro 'A educação nacional', José Veríssimo discutiu intensamente, no Jornal do Brasil, a reforma da educação pública, a partir das ideias positivistas de Benjamin Constant, a quem ele atribui o máximo de liberalismo.

  • Vozes da educação

    Tem razão o repórter Bráulio Lorentz, do “Jornal do Brasil”, quando se refere à principal prioridade que procuramos transmitir aos leitores do livro “Vozes da Educação” (Editora Altadena, 2009). Sem dúvida, é o direito à educação – e de qualidade – o que tem sido subtraído da maioria da população brasileira. Os resultados dos exames do Enem, com a debacle das escolas públicas, sobretudo as pertencentes aos sistemas estaduais, constituem a melhor comprovação do que afirmamos.

  • Opinião e público

    RIO DE JANEIRO - Deputado federal desconhecido irritou a mídia ao declarar que estava se lixando para a opinião pública. No fundo, quis dizer que se lixava para a própria mídia, que segundo ele, não forma nem informa a dita opinião pública.

  • Dilma, a opção é já

    RIO - Vivemos nestes dias ineditismo político de efeitos decisivos sobre o longo prazo do país. A candidatura Dilma deixa de ser um debate de gabinete presidencial, para a chegada de seu nome a uma onda nacional de expectativa e reconhecimento. Qualquer que seja o desfecho de sua permanência, desapareceu a discussão da viabilidade do nome à sucessão de Lula. Haverá, na pior das hipóteses, um candidato pós-Dilma, na acolhida do inconsciente coletivo do país ao que seja a sequência do presente governo.

  • Saúde e Justiça

    Se existe área em que a desproporção entre recursos disponíveis e necessidades a serem atendidas chega a ser desesperadora, esta área é a saúde pública. Todos que ali trabalham ou trabalharam sabem: qualquer que seja o país, qualquer que seja a região simplesmente não dá para prover medicamentos, ou leitos hospitalares, ou próteses, para todos que disso necessitam. E assim chega-se à difícil situação: é preciso decidir o que será feito primeiro.

  • Mestre Vitalino, trancado vivo

    Vitalino Pereira dos Santos, nosso Vitalino, é um dos maiores escultores em barro do Brasil. Nasceu, faz um século, no lugarejo Ribeira dos Campos, perto de Caruaru. Em seu depoimento a René Ribeiro, da Fundação Joaquim Nabuco, diz “Eu, além de analfabeto, criei-me trancado vivo, (...) cismado que só saguim criado no meio do mato.” Seu pai era agricultor e a mãe, além de trabalhar em casa, ajudava nas lides da roça e fazia louça de barro na entressafra.

  • O Galo e o Cata-Vento

    O livro de poesia de Mauro Mota - "O Galo e o Cata-Vento" -, que reli recentemente, insiste em caracterizar, cada vez mais, do meu ponto de vista, a pujante riqueza do seu talento de poeta completo. Poeta que não foge ao "engajamento na aventura humana", concorde com Marcel Arland de que tom grave e consciente também vinca à poesia; concorde, é certo, mas sem perder a armosfera de farta inspiração e os lhames de disciplina formal. É o poeta de A Tecelã e do Boletim Sentimental da Guerra no Recife. Poemas de participação.

  • A oposição condenada à mudança

    O que fará o "povo de Lula" diante do novo eleitoral, e a inviabilidade objetiva da continuação do Presidente? O sentimento espontâneo é o dessa dificuldade de transpor-se o apoio à figura do Chefe de Estado, na mecânica madura de uma vida partidária e a transferência para uma fidelidade às legendas do que fosse o aponte pessoal de um sucessor. Continua a impulsão originária deste eleitorado do Presidente, onde pesa a estrita identificação simbólica por sobre qualquer jogo de facções políticas.

  • A pedra angular

    Conheci e fui amigo de Takeo Fukuda, que foi primeiro-ministro do Japão por muitos anos e fundador do Inter- Action Council, do qual faço parte. Muitas vezes estivemos juntos em reuniões em várias partes do mundo para discutir os problemas do presente e do futuro da humanidade. Em nenhuma delas Fukuda deixou de aproveitar toda e qualquer discussão para inserir a tese pela qual tinha verdadeira obsessão: o controle demográfico. Lembrei-me dele, de suas advertências, nesta crise mundial. Não crescer economicamente significa a eclosão de dificuldades e problemas que vão do desemprego à fome. Já no caso da população é o crescimento que nos dá a previsão de obstáculos insolúveis no futuro.

  • Motivos para pânico

    Como sabemos, existem muitas frases comumente repetidas a cujo uso nos acostumamos tanto que nem observamos nelas patentes absurdos ou disparates. Das mais escutadas nos noticiários, nos últimos dias, têm sido ´não há razão para pânico´ e ´não há motivo para pânico´, ambas aludindo à famosa gripe suína de que tanto se fala. Todo mundo as ouve e creio que a maioria concorda sem pensar e sem notar que que se trata de assertivas tão asnáticas quanto, por exemplo, a antiga exigência de que o postulante a certos benefícios públicos estivesse ´vivo e sadio´, como se um defunto pudesse estar sadio. Ou a que apareceu num comercial da Petrobras em homenagem aos seus trabalhadores, que não sei se ainda está sendo veiculado. Nele, os trabalhadores ´encaram de frente´ grandes desafios, como se alguém pudesse encarar alguma coisa senão de frente mesmo, a não ser que o cruel destino lhe haja posto a cara no traseiro.

  • O Brasil e a Direção-Geral da Unesco

    Na condução da sua política externa, o Brasil sempre atribuiu importância à diplomacia multilateral. Um dos objetivos do multilateralismo é conter, por meio de suas regras, práticas unilaterais na vida internacional. Também integra o escopo da diplomacia multilateral ir além do dualismo das relações bilaterais, nas quais o confronto das posições pode extremar-se e a presença de terceiros logra, frequentemente, contribuir para a conciliação de interesses divergentes.

  • O homem do dedo verde

    Foi com muita tristeza que recebemos a notícia da morte do escritor Maurice Druon, ex-secretário perpétuo da Academia Francesa. Foi nessa honrosa condição que ele esteve no Rio de Janeiro, em 1998, para participar de um projeto de maior aproximação dos povos latinos. Numa sessão memorável da Academia Brasileira de Letras, que então presidíamos, estiveram presentes os presidentes do Brasil, da França, do México e de Portugal.