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Artigos

 
  • A valorização do patrimônio

    É bastante criativo o anúncio que tem saído na televisão a propósito das obras de remodelação do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, uma das principais e mais tradicionais casas de espetáculos do país. Em meio a operários, sacos de cimento e pintores, surgem artistas dos corpos estáveis, cantando e dançando, para anunciar que em breve o TM estará apresentando a sua alentada e sempre esperada programação de música, ballet e ópera.

  • Vai para a Feira do Livro

    Eu ia subindo a Protásio – um trajeto habitual em minhas caminhadas de fim de semana –, quando avistei um lotação Chácara das Pedras que vinha descendo a avenida. Trazia, no para-brisa, um pequeno cartaz que me chamou a atenção: “Vai para a Feira do Livro”. Era óbvia a razão da informação: certamente em muitas paradas pessoas haviam perguntado ao motorista: “Vai para a Feira do Livro?”. Uma indagação a que o cartaz respondia antecipadamente.

  • Guerra tecnológica

    Olho para o relógio e estranho o que vejo. Por hábito muito pontual, meu amigo já estava atrasado mais de dez minutos, Da primeira vez em que telefonei, chamava e ninguém atendia. Imaginei então que ele estivesse a caminho, o que lhe tomaria uns dois minutos adicionais. Mas ele demorou ainda mais. Novos telefonemas e nada. Talvez eu devesse dar um telefonema final e, como determinam as boas normas entre coroas, dos quais volta e meia um cai duro para trás, verificar pessoalmente o que se passava. Não sem um pequeno suspense, esperei o telefone tocar e somente no quarto toque ele atendeu.

  • Coqueiro que dá coco

    Quando Rubem Braga voltou do giro de algumas semanas em terras estranhas, constatou que a única novidade que encontrou no Brasil foi o Hollywood com filtro. Nem isso encontrei de novo por aqui, após um mês de andanças por aí. E durante estes 30 dias, a única notícia que tive da amada pátria gentil foi a da chacina de 40 e tantos elementos ligados ao tráfico de droga e de alguns policiais.

  • A irmandade da leitura

    Numa época, era costume, entre alguns grupos de jovens, andar com um livro sob o braço. Era o que se chamava ironicamente de cultura de sovaco, e tinha uma dupla finalidade: ter sempre algo disponível para ler na fila do banco, ou na parada do ônibus, ou na lanchonete. Servia também para identificar o portador do livro como membro de uma irmandade: a irmandade da leitura, formada por aquelas pessoas que veem no texto uma privilegiada porta de acesso ao mundo em que vivemos. E que são ajudadas por esta peculiaridade da anatomia humana, que é a conformação da axila. O sovaco não é bem algo do qual possamos nos orgulhar; jamais alguém dirá de um homem algo como: Que belo sovaco ele tem!. Ao contrário, a axila é a principal fonte do CC, o Cheiro de Corpo, que faz a alegria da poderosa indústria do desodorante. Mas, humilde como é, o sovaco revelou-se, para a literatura, um abrigo ideal. A tarefa de levar o livro fica consideravelmente simplificada, porque as mãos ficam livres. Além disso, o sovaco fica perto da intimidade do corpo, do coração que bate mais forte com as emoções da leitura, dos pulmões, que nos lembram a inspiração, literária, inclusive.

  • As luzes de Columbia

    Quem visita o campus da Columbia University, em Nova York, nesta época de outono frio e dourado tem a atenção despertada para a sua grandiosidade e o fervor da cultura clássica. Isso se depreende pelas referências, no prédio principal, a figuras míticas como Homero, Virgílio, Sófocles, Platão, Aristóteles e outros vultos.

  • A era Obama paga seu preço

    A inequívoca aceleração história do mundo pós-Obama aí está na tomada de oposição da extrema direita conservadora, nos Estados Unidos, e nas antigas periferias, na dissesão da "esquerda da esquerda", nas coletividades indígenas da América Andina. Demorou ainda o republicanismo bushista, a encontrar o foco do confronto com a nova Presidência, avivada agora pela consagração que lhe dá -too much, too soon - o Prêmio Nobel da Paz. Este reconhecimento maciço vem de par com o avanço da idéia gêmea à da democracia, que é a do pluralismo na multiplicidade de expectativas de mudança que se abrem a um país que se liberta de sua insegurança internacional pela guerra preventiva, e pela "civilização do medo".

  • De inventos e inventores

    A foto de Einstein descabela-do que nem maestro após reger a abertura de "O Guarani" santificava o Festival do Inventor, ali na galeria do edifício Avenida Central, num ano qualquer da década de 50. Ao lado, o retrato de Edison, austero, na pose que a lâmpada homônima divulgou. E depois de Einstein e Edison, os inventores nativos, não tão descabelados nem tão divulgados.

  • Estranhas histórias de hospital

    Confirmada, a história da técnica de enfermagem que, no Hospital Universitário da Ulbra, aplicou poderosos sedativos em bebês se constituirá num dos episódios mais estranhos da história da medicina gaúcha. E, ao mesmo tempo, encerra algumas lições sobre as quais é preciso meditar. Na versão inicial, depois desmentida, Vanessa Pedroso disse que injetava morfina e diazepam, este um forte tranquilizante, para induzir nas crianças parada respiratória. A seguir, a própria Vanessa fazia os procedimentos de reanimação. Seu objetivo, portanto, era aparecer na história como a heroína, a salvadora dos bebês. Um plano que obviamente só poderia ter nascido de uma mente enferma, e de fato, no primeiro depoimento, Vanessa admitiu problemas mentais e emocionais, entre eles a frustração por não ser médica.

  • Um futuro sem lentilhas tucanas

    O presidente já anuncia para o começo do ano eleitoral um regime de 40 horas semanais de trabalho. Não se diga que é reivindicação aguilhoada, ou premida, num país que indiscutivelmente já frui do bem estar inédito pelo qual 56% da população já se pode dizer, pelo IBGE, instalada numa emergente classe média. A redução da jornada é uma das promessas que pode disparar o gatilho do regime petista.

  • AO VIVO: MPB na ABL apresenta "Meu Caro Amigo”, inspirado na obra de Chico Buarque

    Assista ao vivo a série MPB na ABL que acontece no Teatro R. Magalhães Jr., uma única apresentação com o espetáculo solo musical “Meu Caro Amigo”, inspirado na obra de Chico Buarque de Hollanda, com a presença da atriz Kelzy Ecard, recente vencedora do Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro) de Melhor Atriz Coadjuvante por seu trabalho em “Rasga Coração”. O espetáculo, depois de duas temporadas de sucesso no Rio de Janeiro, teve uma turnê lotada pelo Nordeste.

  • Libertando-se do fumo

    A importante Pesquisa Especial sobre Tabagismo, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em parceria com o Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde, e divulgada no último fim de semana, apresenta dados surpreendentes sobre o hábito de fumar no Brasil. Para começar, uma notícia não muito boa: o Rio Grande do Sul é o segundo estado em que mais se fuma, e as gaúchas são as brasileiras que mais fazem uso do cigarro: 17,2% delas fumam diariamente (pô, gurias, vocês bem que podiam arranjar um jeito mais sadio de autoafirmação, não é mesmo?). Baseados nos dados da ampla amostra, conclui-se que fumam 24,6 milhões de brasileiros, ou seja, 17,2% da população com 15 anos mais. A boa notícia: um número maior que este, 26 milhões de pessoas, deixaram de fumar. Temos mais ex-fumantes do que fumantes, mostrando que o Brasil de fato aprendeu a lição: o tabaco é um desastre para a saúde.

  • Um caso banal

    Não foi por e-mail, foi por carta mesmo, daquelas que no envelope já trazem uma bem intencionada mensagem natalina. Era uma carta anônima, mal datilografada, de um cidadão que se declarou comissário de polícia. Ao contrário das cartas anônimas, não continha infâmias nem ameaças, revelava apenas um caso que o missivista achava que deveria ser divulgado.

  • Vil pecúnia

    Para o presidente Lula, as fotos e as gravações do novo mensalão de Brasília não chegam a provar nada. É uma opinião, embora digam por aí que uma imagem vale por 10 mil palavras. Além do fato em si, que se­­ria estarrecedor não fosse razoavelmente rotineiro em nossa vida pú­­blica, há a facilidade com que são registradas as cenas de suborno.