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Artigos

 
  • Os brasileiros e seus nomes

    Quais são os nomes preferidos dos pais brasileiros? Para responder a esta pergunta foi feita uma pesquisa abrangendo 28 mil bebês filhos de usuários cadastrados no portal BabyCenterBrasil.com, um site que proporciona informações acerca de saúde infantil, gestação etc. É uma amostra significativa da nossa população? Não, não é. A maior parte desse público vive na Região Sudeste e é de classe média e alta. Mas vale a pena conhecer as preferências de um grupo que funciona como verdadeira caixa de ressonância do país, o grupo em grande parte responsável pela chamada opinião pública. A lista inclui os cem nomes mais comuns de meninos e os cem nomes mais comuns de meninas.

  • Deus e os homens

    Na crônica de domingo, lembrei a exaltação de Voltaire quando soube do terremoto em Lis­­boa, em 1755. Ele contestava e questionava a existência de Deus, a sua justiça, a sua bondade. Afinal, os homens se encarregam de produzir as suas próprias tragédias, mas, no caso de um abalo como o do Haiti, eles são vítimas da fúria de uma natureza ensandecida. É, queiramos ou não, uma obra de Deus.

  • Um ano medíocre

    O primeiro ano do governo Obama, nos EUA, não guardou nem prolongou o impacto de sua eleição e posse. Evidente que houve exagero na exaltação com que o mundo recebeu a novidade, um negro na Presidência de um país marcado até há pouco pela discriminação racial. Seu discurso parecia não um atalho, mas um caminho novo não só para os norte-americanos mas para o mundo.

  • Dois milhões fora da escola

    No Centro de Integração Empresa-Escola, que tem mais de 45 anos de experiência na realização de estágios, sente-se como é frágil a estrutura oficial dos cursos de ensino médio, exceção feita para o que acontece nas escolas técnicas federais, que merecem todo o nosso respeito.

  • Os odores do Haiti

    O Haiti é um país sofrido. Nem por isso sua história é menos heroica e exemplo de momentos de glória. Alguns que podem ser inseridos na grande lista da construção da liberdade no mundo. Foi o Haiti o primeiro país em que os pretos se rebelaram contra a escravidão, com Louverture e Dessalines, e eles próprios decretaram seu direito de viver livremente ao fundar, em 1804, a primeira República negra do mundo. Isso custou-lhe uma dívida de sofrimento que atravessou séculos e até hoje é tida como a grande pedra na construção de sua pobreza. A revanche dos países coloniais foi brutal.

  • Catástrofes e burocracia da morte

    A catástrofe de Port-au-Prince não foi só ao extremo do que pode um terremoto, num centro urbano contemporâneo. Precipitou imediatamente uma onda inédita de cooperação internacional, que deverá tornar irreversível, de vez, o que seja o sentimento de uma humanidade ferida no próprio cerne de sua sobrevivência.

  • A fórmula da arte

    Em matéria de computação ele era, todos o reconheciam, um gênio, dessas pessoas cujo cérebro parece estar diretamente conectado a todos hardwares e softwares do mundo. Poderia, se quisesse, ganhar milhões com seus conhecimentos e suas habilidades. Qualquer firma de computação o contrataria a peso de ouro. Mas não era isso o que ele queria. O que queria, mesmo, era ser pintor. À pintura dedicava-se desde a juventude, com uma paixão impressionante. Produzia um quadro por dia. Oferecia suas obras a museus, a galerias de arte, a colecionadores. Anunciava-as no jornal e, claro, na internet. Só que ninguém queria aquilo. Porque, e nisto também havia unanimidade, todos o consideravam um pintor absolutamente medíocre, sem nenhum futuro. "Você nunca será um Van Gogh", disse-lhe um amigo, com aquela franqueza que só os bons amigos se podem permitir. Opinião que ele, contudo, não aceitou. Considerava-se um gênio não reconhecido, exatamente como Van Gogh, aliás, que não conseguira vender seus quadros, mas que, depois da morte, tornou-se uma presença obrigatória nos grandes museus. A seus olhos a única diferença era a seguinte: Van Gogh tinha descoberto uma fórmula para fazer obras de arte; ele ainda não o conseguira. Mas um dia isso aconteceria; e então o mundo se curvaria diante dele. Era só questão de tempo. E questão de sorte. E a sorte o favoreceu. Um dia leu sobre um novo programa de computador que permitia diagnosticar, por assim dizer, o processo criativo de cada pintor. Aquilo fez o seu coração bater mais forte. Não teria a menor dificuldade em criar um programa similar. E iria mais adiante: instalaria o programa numa máquina capaz de, como pintores, manejar pincéis. Isto permitiria clonar (não copiar, clonar) obras de arte. Pôs mãos à obra e em poucas semanas tinha a máquina de pintar comandada por um programa de computador. Este teria de ser alimentado com dados fornecidos pela leitura óptica de uma obra de arte autêntica. E aí estava o problema: como obter, por exemplo, um Van Gogh?

  • Dois centenários

    Todos os anos há uma série de centenários que merecem ser comemorados. Tivemos o de Macha­do de Assis e o de Euclides da Cunha. Agora, em 2010, já estamos lembrando outro gigante de nossa história, o pernambucano Joaquim Nabuco, que atuou na diplomacia do Império e da República, foi fundador, com Lúcio Mendonça e Machado, da Academia Brasileira de Letras e marcou um dos momentos mais brilhantes de nossas relações exteriores, ao lado de Rio Branco e Ruy Barbosa.

  • Comícios e coincidências

    Sem poder mudar a lei eleitoral e muito menos o calendário civil, Lula entrou feroz e jucundo na campanha que só deveria começar em abril. Na semana que passou, inaugurando obra em Minas Gerais, só faltou convocar o Zeca Pagodinho para esquentar a cerimônia que se transformou num comício.

  • Os casais e o ar-condicionado

    Na Porto Alegre da minha infância era comum a gente passar pelas ruas tranquilas de um bairro e ver – a altas horas da noite – gente debruçada na janela das casas. Não era curiosidade pelo que podia estar acontecendo lá fora. Era o calor. Aquelas pessoas ansiavam por um pouco do ar fresco que não encontravam em seus pequenos e abafados dormitórios.

  • O triunfo de Clarice

    Não sei se existe uma Bolsa de Valores literária, mas, se existisse, as cotações variariam nela tão amplamente quanto variam na Bolsa propriamente dita. Coisa que podemos facilmente constatar: existem autores hoje escassamente lembrados mas que, em sua época, faziam enorme sucesso, de público e/ou de crítica. Meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos (1968) foi um best-seller fantástico, mas hoje, quando se pergunta aos jovens sobre esse livro, constata-se que muitos não sabem do que se trata. Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, vendeu 40 milhões de cópias em 70 países, mas, de novo, é escassamente lembrado.

  • Nabuco, além dos tempos

    As afortunadas comemorações deste ano ao redor de datas significativas em louvor de tantos nomes da Academia Brasileira de Letras, nunca seriam, nunca serão, uma etapa de meras alegorias de adulações ou simples anatomia de instantes.

  • Sempre o Enem

    Não faço parte do grupo que critica violentamente o Enem. Considero uma boa iniciativa, sujeita a aperfeiçoamentos que estão sendo providenciados pelo MEC, para o ano próximo. Fazer as provas em duas etapas (em semestres distintos) já protege o exame do seu gigantismo, que torna quase impraticável a sua implementação. Vejam o que aconteceu: 38% dos inscritos não compareceram, dando um enorme prejuízo ao erário, pois as provas foram impressas e havia locais e professores para a eventualidade de uma presença integral. Quem paga pela imprevidência?

  • Romeu e Julieta

    A historinha aconteceu com amiga minha. É verdadeira, tão verdadeira que terei de disfarçar para contar o milagre sem mencionar o santo. Digamos que ela se chama Lígia, é atriz de sucesso, casou-se aos 26 anos, separou-se e engatou caso com um colega de profissão, ator bastante conhecido, dez anos mais velho. Até aí, uma história banal, sem nada de extraordinário.

  • A Nina e MJ

    O repórter Pablo Ordaz cobriu os primeiros dias da tragedia do Haiti e como poucos nos revelou em profundidade o aspecto humano que perpassa o mundo invisivel de uma catastrofe dessa magnitude. Sao desgracas individuais que sao simbolo e exemplo do que acontece no olho desse furacao sem vento que atingiu o mais pobre entre os mais pobres, o sofrido povo do Haiti.