Acabo de ler um livro muito interessante: Os Filósofos e o Amor, recém-lançado no Brasil pela editora Agir. As autoras, Aude Lancelin e Marie Lemonnier, são jornalistas francesas (do ótimo Le Nouvel Observateur), especialistas em filosofia. Conhecem o assunto profundamente, mas escrevem sobre ele de maneira acessível, atraente, apaixonada até, eu diria. O curto livro (pouco mais de 200 páginas) cobre boa parte da história da filosofia, procurando responder, em primeiro lugar, à pergunta: o que nos disseram os grandes filósofos sobre o amor? E aí temos Platão, Lucrécio, Montaigne, Rousseau, Kant, Schopenhauer muito bem resumidos e explicados. De seus textos uma coisa logo emerge: os grandes filósofos admiravam o amor. O que pode parecer surpreendente: afinal, estamos falando de sentimentos, de emoções, e não de ideias, de conceitos teóricos. Mas nisso os grandes autores do passado parecem se ter dado conta da verdade contida na frase de Shakespeare: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”. E uma dessas coisas sem dúvida é o amor. Nietzsche, o furioso contestador, reconhecia a força da paixão amorosa e não hesitava em dizer que se tratava da “única coisa digna de um filósofo”.