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Artigos

 
  • Os partidos reféns do PAC

    O impacto da candidatura Dilma venceu, de vez, o passo da aceitação definitiva da sua dimensão nacional. Nesta altura não há um pós-Lula, mas um pós-Dilma, na eventualidade de o impredimento da doença se sobrepor ao que agora é um fato consumado diante da opinião pública. Seus desdobramentos, de qualquer forma, não alterarão o rumo da opção profunda, por onde vai o povo de Lula.

  • A melhor defesa da mulher

    Autor do livro “A educação nacional”, José Veríssimo discutiu intensamente, no Jornal do Brasil, a reforma da educação pública, a partir das ideias positivistas de Benjamin Constant, a quem ele atribui o máximo de liberalismo.

  • O acordo não veio para confundir

    Não seria lógico que se pretendesse unanimidade, na adoção do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa. Há resistências dentro e fora do país, algumas respeitosas, outras despropositadas. Como exemplo do que não constroi, podemos citar a TV Câmara, que, em lugar de esclarecer, como parece ser a sua obrigação, adota o clássico pensamento de Abelardo Chacrinha e faz a maldade: " O Acordo veio mais para confundir!". Esta é pelo menos a reiterada opinião do apresentador Paulo José Cunha.

  • O novo Brasil e a velha Petrobras

    A iniciativa do PSDB de propor a CPI da Petrobras é o lance necessariamente temerário para marcar a presença da oposição, a largo prazo, na crítica do nosso modelo de desenvolvimento. É, talvez, um paradoxo no sentido de transferir para o problema exausto da inconfiabilidade fiscal da empresa, o debate de fundo, que mal começa, sobre o novo marco regulatório que deverá definir quem explorará as reservas do pré-sal do País.

  • Tragédia inacabada

    O relatório do Banco Mundial sobre violência na América Latina é de deixar frio nos ossos. E, pior ainda, de nos esquentar a consciência por termos perdido no Brasil a oportunidade de abolir o comércio de armas.

  • A doença social

    Na Londres do século 19, um imposto facilitou muito a disseminação da tuberculose. Esta afirmação certamente surpreende o leitor, mas ela é explicável. O imposto em questão incidia sobre janelas. Exatamente, sobre janelas (a fúria fiscal não é de hoje). Para ter uma janela era preciso pagar. Resultado: os pobres, que não tinham dinheiro, também não tinham janelas nos tugúrios em que viviam, numa época em que a Revolução Industrial trazia milhares de pessoas para as cidades, em busca de trabalho. Famílias numerosas viviam confinadas, num ambiente sem renovação do ar. O micróbio da tuberculose não poderia pretender melhores condições para se propagar. Tornou-se a “peste branca”, expressão que aludia à “peste negra”, a peste bubônica que, no início da modernidade, devastou a Europa. Era a enfermidade de artistas, de poetas, de escritores: Castro Alves, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira, entre outros, estavam entre os tísicos famosos no Brasil.

  • A família da bolsa

    RIO - Seria suprema ingenuidade nossa imaginar que um programa do porte do Bolsa Família passaria incólume, sem críticas da sociedade brasileira, sobretudo a mais ilustrada. Entretanto, no conjunto, os seus resultados são formidáveis, considerando o atendimento de quase 12 milhões de famílias nas várias regiões em que se divide o país.

  • Bilhete premiado. Premiado?

    Idosa encontra bilhete premiado depois de quatro anos. Uma australiana de 73 anos recebeu agora o equivalente a R$ 3,1 milhões como prêmio de um jogo de loteria realizado há pouco mais de quatro anos. A mulher, uma fazendeira, tinha esquecido de conferir o bilhete, comprado em 2004. Apenas recentemente, ela o encontrara em uma gaveta, num envelope cheio de bilhetes antigos. O marido ponderou que os bilhetes provavelmente não tinham validade, mas, mesmo assim, ela resolveu ir a uma casa lotérica para conferir. E aí a surpresa: um dos bilhetes estava premiado com 2 milhões de dólares australianos. Apesar da surpresa, a vencedora não tem planos para o prêmio. "Na minha idade não há muito mais o que fazer, queremos é nos desfazer das coisas", disse ela. "O prêmio teria sido mais útil há alguns anos." Folha Online

  • O drama da doença mental

    Ferreira Gullar, de quem sou amigo há muito tempo, é um grande poeta, e um grande ser humano, uma pessoa de vida difícil e sofrida. Perseguido pela ditadura, passou longo tempo no exílio, e, como se isso não bastasse, tem um filho esquizofrênico vivendo num sítio em Pernambuco; um outro filho, igualmente esquizofrênico, morreu de cirrose. Baseado em sua dolorosa experiência, Gullar escreveu em sua coluna da Folha de S. Paulo três artigos protestando contra a falta de vagas hospitalares para doentes mentais. “Ninguém aguenta uma pessoa delirante ou agressiva dentro de casa”, desabafou. A repercussão foi extraordinária, com centenas de leitores manifestando-se, e muitas entrevistas, incluindo matéria de capa na revista Época do último fim de semana. Ferreira Gullar trouxe à tona um problema real, candente e polêmico.

  • Meio século em ouro

    Eu disse em discuso que o ato encerrava para mim emoções diferentes e roupagem especial. Estavam a protagonizá-lo dois nordestinos dos agrestes pernambucanos. Do agreste meridional, o presidente da República, de Caetés, vizinho de Lajedo onde nasceu o meu pai - o velho Vilaça, filho de um lavrador de fumo. Caetés em língua indígena significa mato verdadeiro, daí também se explicar ser terra de homens verdadeiros. Do agreste setentrional, eu, o homenageado, varzeano do Tracunhaém e do Capibaribe, nascido em Nazaré da Mata, terra da cana-de-açúcar, criado em Lomoeiro, do boi e do algodão.

  • A nova monarquia

    A gente tem a impressão de que o governo já entrou em campanha eleitoral faz algum tempo, mas ele nega, de forma que deve ser mentira, porque o governo não mente aos cidadãos. Contudo, assim ou assado, mentira ou não, o assunto tem sido bastante discutido, geralmente levando ao debate sobre o terceiro mandato do presidente Lula, que ele, com o ar docemente constrangido e aparentando, não sei se intencionalmente, uma convicção bem menos incisiva que em relação a quase tudo mais, diz que não quer. Na quase impossível hipótese de ele me dizer isso pessoalmente, eu fingiria acreditar por uma questão de educação e respeito ao cargo dele. Mas claro que, como venho dizendo há bastante tempo, não boto fé nessa negativa – para mim está feericamente estampada no semblante dele a vontade de ficar até quando Deus permitir. Acho que nunca vi alguém tão feliz da vida quanto ele, subindo e descendo em aviões e entrando e saindo de castelos e palácios, claro que ele está num barato permanente.

  • Caatinga e desertificação

    Semiárido e Sertão são expressões aparentemente equivalentes. Mas, se sertão tem um cariz humano e poético bastante conhecido, semiárido encerra conceito mais técnico e refere-se ao ambiente físico em que predomina a escassez de água. A essas duas designações, acrescente-se o termo caatinga – derivado do tupi "ka"a" e "tinga", significando mata branca – e teremos um retrato bastante expressivo do Nordeste brasileiro.

  • Uma vela de fé

    Há muitos anos, em Pinheiro, minha terra natal, perguntei a um missionário italiano, padre Sandro, os caminhos que o haviam trazido àqueles campos. Era querido da população, respondeu-me: “O amor de Deus”.

  • Mudança e curativo social

    O sucesso do PAC na multiplicidade de benefícios concretíssimos trazidos às populações mais desmunidas, torna-se o carro-chefe da nossa política de mudança. Só que corre o risco de ser visto como um adereço, ou um aditivo ao eixo único que é o do nosso desenvolvimento que ganha afinal a sua sustentabilidade. Não se pode assimilar, por exemplo, a uma rede de proteção social envolvendo na mesma teia a melhoria do salário mínimo, o avanço de seus benefícios intrínsecos e localizados, o bolsa-família, o seguro de desemprego ou a agricultura familiar.