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Artigos

 
  • O morfema

    Estava mais ou menos distraído quando, de repente, me vi diante de uma palavra que me derrubou: “morfema!” Que diabo seria isso? Com alguns livros publicados, reeditados, traduzidos e devidamente espinafrados pelas cultas gentes, teria a obrigação elementar de saber o que era morfema.

  • O imortal Pinotti

    Nas nossas inúmeras reuniões no Instituto Metropolitano de Altos Estudos, em São Paulo, era comum ouvir do dr. José Aristodemo Pinotti, com um incrível bom senso, o conselho do médico experimentado:

  • No bonde da história

    ‘Somos um povo decente governado por ladrões!’ Esta manchete foi repetida algumas vezes por um jornal do Rio, no tumultuado ano de 1954, que teve seu clímax em 24 de agosto, dia em que um presidente da República que não era ladrão se matou.

  • Para que servem as revoluções?

    Na data de hoje, há 220 anos, uma multidão enfurecida invadia a fortaleza da Bastilha, em Paris, libertando os poucos prisioneiros que ali se encontravam (quatro falsários, dois nobres acusados de comportamento imoral e um suspeito de assassinato), apossou-se de armas e munições e decapitou o diretor, o Marquês de Launay, cuja cabeça, espetada num pau, desfilou pela cidade, conduzida por uma exultante multidão. O 14 de julho passou a ser a data-símbolo da Revolução Francesa, um movimento que nasceu da fome, da miséria, do desespero, e do contraste entre esta situação e aquela de uma classe de ricos e nobres que, em palácios como Versalhes, gozavam a vida sem se preocupar com a massa. Maria Antonieta nunca disse, a propósito dos famintos, que, se não tinham pão, poderiam comer bolos; mas não por acaso a frase lhe foi atribuída: correspondia a um tipo de alienação que ultrapassava qualquer limite de sensatez.

  • Coisas

    Acredito que muitos se escandalizaram com a foto publicada ontem, na qual dois políticos, um presidente da República e um ex, Lula e Collor exatamente, estão abraçados, sorrindo, dividindo o mesmo palanque. Não se precisa ir tão longe no passado para lembrar a campanha em que os dois se engalfinharam, inclusive com o baixo recurso usado por um deles, que desencavou uma filha bastarda do outro. Coisas.

  • Diploma e liberdade de expressão

    RIO - Provocado por um repórter do muito bem elaborado Jornal da ABI, sinto-me no dever, como jornalista militante há quase 60 anos, de escrever alguma coisa sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que cassou a exigência do diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista. Há duas preliminares: a primeira é a de que isso nada tem a ver com a proclamada e necessária liberdade de expressão; a segunda é a de que o tema não é grave, nem relevante, a ponto de merecer a atenção da Corte Suprema.

  • A prioridade é o professor

    Não foi só Roger Batiste que provou ser o Brasil um país de contrastes. Os exemplos são diários e, às vezes, surpreendentes. Com a diferença de menos de uma semana, tomamos conhecimento de que 20% dos professores de educação básica em exercício não poderiam estar dando aulas, pois são leigos, ou seja, não têm a formação adequada para lecionar.

  • Guerra Virtual

    EU PASSEI pelo lápis, pelo tinteiro, pela caneta-tinteiro, pela esferográfica, pela máquina de escrever manual e elétrica e desembarquei no computador. Não é que agora estou mergulhado nesse mundo da rede, que não tem um centro gerador e que cresce como uma teia de aranha, sempre que se fia mais.Agora, eis-me acompanhando a guerra de titãs que vejo nos jornais entre Windows e Google e sou envolvido nas disputas pelos chips menores, os aplicativos mais vastos e que eu nunca saberei todos porque são tantos que os anos não aguentam mais.

  • O novo mandato de Lula

    As conclusões do G-8 indicam a exaustão de uma audiência internacional para as arengas clássicas do que possa ser a dita e redita boa vontade dos ricos por um mundo melhor. Quem hoje consegue, ainda, sensibilizar-se pelo rame-rame do auxílio dos países ricos às periferias desvalidas, ou atentar ao montante desses números, ou ao que foi, de fato, concorder à superação da fome neste começo de século: Ou, mais ainda, quem prestou ouvidos ao mesmo reclamo, por mais piedoso, de Bento XVI na mesma batida quase inaudível?

  • Dos delitos e das penas

    A verdade às vezes dói, mas tem de ser reconhecida. E a verdade é que minha missão em Itaparica resultou em fracasso quase absoluto. A última gota foi o cachorro de uma casa vizinha, que deve ser de uma raça especializada em latir cuja convivência, com certeza, Satanás já incluiu entre os padecimentos avernais. Meu amigo Xepa sustenta que ele é parente de Tainha, o cachorro torcedor do Bahia que mencionei aqui na semana passada. Por eu ser Vitória, a família estaria me sabotando. Hesitei em acreditar na explicação e perguntei a Xepa se por acaso o cachorro tinha lhe falado alguma coisa.

  • Gripe não é festa

    Nas epidemias não são só vírus e bactérias que se transmitem. Há também um contágio psíquico, que nada fica a dever ao contágio biológico e que se expressa sob a forma de informações e de boatos, em função dos quais as pessoas adotam práticas às vezes inesperadas. É o que mostram notícias vindas de Londres, de Utah (EUA), do Canadá, e de outros lugares: pais estão organizando o que se chama de flu parties, festas da gripe. Trata-se do seguinte: se uma criança está com a gripe suína, faz-se, na casa dessa criança, uma festa, para a qual são convidadas outras crianças. Mas e o risco do contágio?, vocês perguntarão. Não importa. Ao contrário, o objetivo da festa é exatamente fazer com que as crianças tenham gripe.

  • Palavra mágica

    O Ministério do Trabalho desativou temporariamente o sistema de consulta ao seguro-desemprego na internet, após um usuário ter tido de digitar a palavra "vagabundo" no sistema de verificação do site do órgão. O internauta, que está sem trabalho, entrou no site para consultar sobre seu pedido de seguro-desemprego e, para prosseguir, teve de digitar a palavra no campo em branco. O site do ministério usa um sistema para verificar se quem está fazendo a consulta é uma pessoa ou um software. Segundo Jorge Henrique Fernandes, do departamento de Ciência da Computação da UnB, é possível que um hacker tenha invadido o sistema e alterado a lista de palavras. O Ministério pediu desculpas pelo inconveniente.Dinheiro, 16 de julho de 2009

  • Problemas e soluções

    Sempre desconfiei que tudo o que o mundo possa ter, de bom ou suportável, é pensado e feito enquanto todos estão dormindo, respeitando-se, é claro, o fuso horário de cada região. Acordada, a humanidade não apenas faz a higiene diária, mas entra logo em desacordo, não apenas por meio dos indivíduos, mas das instituições.

  • A França volta ao Petit Trianon

    A influência da França na cultura brasileira, notada desde os tempos coloniais, exerceu-se de forma mais aguda após a queda de Napoleão em 1815. No correr do decênio seguinte, partidários do imperador derrotado, perseguidos na restauração dos Bourbon, vieram para o Rio de Janeiro, atraídos por um regime monárquico, mas liberal e constitucional, na promessa do jovem imperador Pedro I.