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Artigos

 
  • O fim da reeleição

    Tenho escrito várias vezes nesta coluna contra a reeleição. Até agora inutilmente o fiz, pois as reeleições pegaram bem nos candidatos que contam com eleitorado seguro, como se dá, por exemplo, com o presidente Lula, que mostrou na sua reeleição uma força eleitoral acima do normal. Evidentemente, o mandato de Lula está sendo cumprido com imperfeições, por subir ele ao Planalto completamente destituído de informações sobre o presidencialismo, no qual estamos há mais de cem anos, com exercícios sucessivos de governos eleitos pelo voto secreto e universal, com presidentes saturados de votos obtidos nas urnas depois de uma intensa campanha presidencial.

  • Nem tudo está perdido

    RIO DE JANEIRO - Semana passada foi inaugurada a estátua do poeta Manuel Bandeira, junto à Academia Brasileira de Letras, não muito longe do apartamento em que ele morava na avenida Beira-Mar. A maior parte das estátuas em todas as cidades é sempre a de um homem em cima de um cavalo. O poeta está sentado junto à mesa de trabalho, numa atitude muito sua, a de olhar o passado "intacto, suspenso no ar".

  • O Exército e as ruas

    O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, teve a idéia de pedir ao governo federal uma companhia das Forças Armadas para policiar as ruas do Rio. Infelizmente, o governador não pôde ser atendido, pois as Forças Armadas têm uma situação constitucional que não pode ser mudada. Em outras palavras, as Forças Armadas não podem ser utilizadas como polícia, elas atuam na defesa do território, para reprimir invasão estrangeira; enfim, defender a Nação em caso de guerra. E isso não deve ser o que senhor governador Sérgio Cabral deseja para o Exército, motivo pelo qual não pôde ser atendido. O governador do Rio, na melhor das intenções, encontrou-se com o impossível e terá que usar mesmo sua polícia para policiar o território do seu estado, em consonância com os governadores dos estados limítrofes.

  • Socialismo milimétrico e esquerda à garra

    As perplexidades da eleição presidencial francesa mostram o desgaste histórico do que seja a esquerda, hoje, no mundo. Sobretudo de um Partido Socialista, para se tornar dono nominal desta opção política, como o maior denominador ainda desta tendência de voto. Não se trata de mostrar o fracionamento quase bacteriano das alas e contra-alas do velho radicalismo, no troca-troca das siglas comunistas mais e mais veneráveis na sua reivindicação fantasma. Nem também de atentar à bandeira à vista, como a da nova utopia, ou seja, a da pregação ambiental que troca os conflitos que sangram com a impaciência pelo degelo dos pólos.

  • Cidades e favelização

    Tenho tido a sorte, o apoio e a compreensão da inteligência de alguns brasis por dar à gestão que me cabe na presidência da Academia Brasileira o caráter de uma Academia para as humanidades. Nada mais eficaz, a fim de se cumprir o estabelecido no seu Estatuto como compromisso de defesa da língua e da literatura.

  • O que é "contexto desfavorável"?

    Tenho uma grande admiração por Roberto Carlos – recentemente, um dos mais importantes programas da BBC Radio me perguntou a lista de cinco discos que eu levaria para uma ilha deserta, e incluí um dos seus. E, apesar dos problemas normais decorrentes de uma relação profissional, tenho um grande respeito pela editora Planeta, que publica minhas obras no Brasil e em vários países de língua espanhola.

  • O doce prazer de voar

    O tema de voar anda na moda no Brasil, ou melhor, em crise. Uns chamam de apagão, na esteira do famoso racionamento de energia no princípio do século e que até hoje não consegue sair da cabeça das pessoas. Mas, no caso da aviação, não apagou nada, apenas fez voltar aquela famosa frase do tempo das intervenções militares em que, com prudência, uns diziam bem escondido para outros: "Há algo mais no ar, além dos aviões da carreira". Agora faltam os aviões da carreira, ficou o algo mais.

  • O dom da eficiência

    As análises e abordagens do sistema político brasileiro, como de resto a avaliação que dele todos fazemos periodicamente, têm sempre por foco a conjuntura e por objetivo a justificativa de nossas próprias convicções. E, quaisquer que elas sejam, seguem o modelo tradicional que oscila entre o ufanismo de um lado e o pessimismo do outro.