
O novo e o velho
RIO DE JANEIRO - Mudam-se os ministros, mas o Brasil continua o mesmo. Um dos meus espantos é o da mídia dar importância ao fato de um cidadão substituir outro na escala do poder.
RIO DE JANEIRO - Mudam-se os ministros, mas o Brasil continua o mesmo. Um dos meus espantos é o da mídia dar importância ao fato de um cidadão substituir outro na escala do poder.
A palavra “variação” indica as modulações possíveis de um tema. Foi nesta linha que Miguel Reale intitulou como “variações” muitos dos seus artigos, para, sem perder a unidade de sua reflexão, ir ampliando o repertório de suas considerações. É com este intuito que vou propor variações sobre os direitos humanos.
RIO DE JANEIRO - Algum tempo atrás, em comentário feito na rádio CBN a respeito da Abin, citei como exemplo das falhas daquele serviço de informações oficiais do governo a certidão solicitada por uma aluna de curso de mestrado que fazia uma tese sobre minha obra de escritor.
O estado esquizofrênico, mais comum do que parece, mereceu de Elza Pádua um estudo que discute o problema da esquizofrenia social como diferente, ou não, da pessoal, tendo sido ela quem usou, pela primeira vez, em seu trabalho de doutorado, a expressão "esquizofrenia social". Talvez seu mestrado anterior em Comunicação Social haja influído em sua percepção de que, na família e na memória de um tempo, inclusive na memória de uma literatura milenar e na de uma escrita de grande influência mais recente, que foi resumida na palavra "mídia", o caso é normal.
A última exortação papal, ou as penalidades impostas ao jesuíta Jon Sobrino, em El Salvador, não podem descarrilar o tempo profundo da expectativa de chegada de Bento XVI ao Brasil. A longa espera pelo pontífice remete-se à resposta - e quem sabe à sua surpresa - ao avanço que empresta o papa filósofo aos caminhos da Igreja no seu tempo. A prioridade de Ratzinger está no confronto com a secularização, na busca radical dos valores de uma cultura cristã, mantendo o diálogo entre a razão e a fé.
No Brasil e em outros países está se criando um novo tipo de religião, com seus dogmas, ritos e, conseqüentemente, com sua moral própria, mais ou menos desvinculada da moral de outros credos.
Dois professores mal-humorados da Unicamp publicaram, sob o título Frankenstein volta às aulas, um artigo no mínimo injusto sobre a nova Secretaria de Estado de Ensino Superior de São Paulo. Queremos crer que, no fundo, buscavam também atingir o seu titular, professor e médico José Aristodemo Pinotti, figura estelar da cultura brasileira. Afirmam, com a maior sem-cerimônia, que a instituição é um "baú de idéias anacrônicas". A expressão é forte e, com certeza, preconceituosa.
Não estamos mais nos tempos da visita de Reagan, quando, em Brasília, pensou estar na Bolívia e não no Brasil. Décadas depois, o republicano ora na Presidência troca a distância coriácea por um claro recado quanto à visão da América Latina pelo Salão Oval hegemônico. Na abertura do século XXI estamos a léguas da venerável doutrina Monroe, que ainda negava uma convergência histórica natural do Continente, como esse Novo Mundo, frente ao poder europeu, ainda impressentida aos contrastes abissais que apresentaria a sua prosperidade. A visão de Washington se despedaça hoje entre os impasses da Alca, que só logra integrar o Continente ao norte do Canal do Panamá, os múltiplos ziguezagues do grosso da América Latina entre o Mercosul e a América Andina, a sideração chavista, e o peso do Brasil para além de todo aliancismo regional, com o seu protagonismo de nação-continente.
Ainda uma vez, vamos bater na tecla do crescimento. O PAC esquenta o tema e a cabeça dos economistas. Tenho uma convicção particular, não é teoria nem dogma.
Um discípulo que amava e admirava seu mestre resolveu observá-lo em todos os detalhes, acreditando que, ao fazer o que ele fazia, iria também adquirir sua sabedoria.
Um dos grandes poetas brasileiros em qualquer tempo, Gerardo Mello Mourão (1917-2007), deixou-nos, ao morrer recentemente, uma obra que nos justifica e nos revela como povo e como nação. Livro sobre sua vida e sua obra - "A saga de Gerardo: um Mello Mourão", de José Luís Lira, estava pronto e será lançado em Fortaleza no dia 26 de abril próximo.
Chegamos ao número cinqüenta Revista Brasileira. Confesso que ao atender o pedido de Josué Montello para assumir o lugar vago de diretor da revista não podia imaginar que um cargo aparentemente honorífico ia me segurar por cinqüenta números e mais outros que virão a seguir. O número cinqüenta pode figurar numa exposição com o sentido e conquista de uma láurea, tamanho é o esforço que representa uma publicação como a Revista Brasileira a mais alta editada pela Academia Brasileira de Letras, com colaboração rigorosamente escolhida para dar o panorama das publicações que enriquecem a produção intelectual de velhos e novos colaboradores. A comemoração de número cinqüenta é uma das comemorações que integram o calendário dessa veneranda sociedade de homens de letras com obras editadas pelo alto valor que as reserva.
RIO DE JANEIRO - Ninguém escondeu, nem mesmo o próprio presidente da República: o novo ministério, que é o velho ministério recauchutado, não é uma equipe executiva para levar o governo a algum desempenho específico. Evidente que os ministros despacharão, assinarão processos, farão declarações disso e daquilo, mas o critério que os escolheu, além de ser político (o que é natural), é sobretudo tático.
A redundância dos formadores de opinião é vista em prognósticos que pouco variam