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Artigos

 
  • Gente da gente

    "Alçada é um dos nossos", assim o qualificamos, nós, os da Academia Brasileira de Letras. Todos o admiramos, todos queremos um bem danado a ele. E não fazemos outra coisa que não seja exercitar a reciprocidade.

  • Presença dos orixás

    Ao publicar seus primeiros romances, principalmente os com influência da cultura africana entre nós, no começo dos anos 30 do século passado, estava Jorge Amado abrindo um caminho que viria influir não só na literatura, mas também na música popular, na erudita e nas artes plásticas do País em geral. Jorge Amado provocou toda uma floração de escritores, pintores, escultores e gravadores - o baiano adotado Carybé, Mário Cravo, Calazans Neto, Lênio Braga, entre inúmeros outros - bem como de músicos (Dorival Caymi surgiu musicando temas amadinos). Tudo isto daria início a movimentos renovadores na arte brasileira como um todo.

  • Soberania e paz

    RIO DE JANEIRO - Generalizou-se um raciocínio aparentemente óbvio: se forças do Exército brasileiro podem e estão policiando cidades, ruas e favelas do Haiti, por que não fazem o mesmo em nossas cidades, ruas e favelas? Tempos atrás, soldados brasileiros também foram policiar a região do Suez, que vivia uma situação difícil, ameaçando até mesmo um conflito mundial.

  • Bush, Lula e a hegemonia camarada

    Que América Latina deparará Bush na viagem entre tantas paradas diferentes na visita ao continente, descartado de todas as prioridades no presente mandato republicano? A da Alca que hoje já capturou o México e boa parte da América Central, tal como o Chile? A do fantasma do Mercosul, rachado pelos novos bilateralismos que trazem à velha dependência, o Uruguai e o Paraguai? A do chavismo, tolerado em todos os seus impropérios, tanto o petróleo venezuelano ainda é imperativo da geopolítica americana diante das incertezas do Oriente Médio? Ou a do Brasil, cada vez mais definido pela nação-continente voltada para o seu próprio mercado interno e o alinhamento transatlântico, somado ao crescente desempenho do Grupo G-20?

  • O atacado e o varejo

    RIO DE JANEIRO - A demora na formação do ministério deste segundo governo de Lula tem recebido uma explicação do próprio presidente da República: é preciso fortalecer a base aliada que o apoiou na reeleição e deverá apoiá-lo durante todo o mandato. Uns pelos outros, os mesmos critérios (contentar os aliados) foram usados na formação dos ministérios anteriores.

  • Opinião: Um susto em Xangai

    Estamos em pleno mundo das expectativas e de contagiante nervosismo. Não só dos homens mas das máquinas também. Os computadores programados para detectar a menor ameaça ou anormalidade ficam mais frenéticos do que cantor de rock. Vejam um exemplo claro e inatacável disso no recente episódio da bolsa de Xangai. Derrubou logo as bolsas do mundo inteiro sem que ninguém soubesse por quê.

  • Educação, estágio e trabalho

    As recentes revelações dos testes de avaliação da educação básica são suficientemente claras para se concluir que estamos "descendo a ladeira", em matéria de qualidade, nos últimos dez anos. Firmou-se o predomínio da escola particular, como era esperado, e mais do que nunca se inferiu que não haverá o sonhado aperfeiçoamento sem que se atinja o ideal do tempo integral, a que se deve agregar a melhor formação dos professores e a garantia de remuneração decente.

  • O diabo e Deus entre nós

    RIO DE JANEIRO - Em princípio, não tenho nada contra ou a favor da visita de Bush ao Brasil. São etapas rotineiras das relações públicas dos chefes de governo que, em geral, nada representam. A agenda dos assuntos é fabricada pelos escalões técnicos, e dificilmente o encontro de dois presidentes muda o rumo dos acontecimentos de um país ou de outro.

  • Gerardo Mello Mourão

    Na última sexta-feira, morreu aqui no Rio um dos homens mais inteligentes e cultos que conheci no tumultuado universo das letras. Gerardo Melo Mourão teve biografia acidentada e obra mais que consagrada, chegou a ser indicado por intelectuais franceses e italianos para o prêmio Nobel.

  • Pecado Capital

    RIO DE JANEIRO - Na homenagem a Oscar Niemeyer, que está completando 100 anos, em sessão solene na Academia Brasileira de Letras, foi lido um texto do próprio Oscar em que ele conta o espanto de Darcy Ribeiro, antropólogo e acadêmico, que organizou um debate sobre o índio brasileiro. Darcy convidou um deles, que era seu amigo, e ficou admirado do silêncio mantido pelo índio durante as duas horas do encontro. Interpelou o amigo: "Você aí, não fala nada?". O índio respondeu: "Estou com preguiça".

  • Aprende-se menos

    O que tem a ver a política tributária com a educação? A nosso ver, tudo. Educação e Desenvolvimento são expressões geminadas. A segunda é uma variável dependente da primeira. Para que haja o progresso deve-se tornar realidade o elenco de reformas pretendidas, mas ainda distantes, como a tributária, a previdenciária, a agrária, a sindical-trabalhista, a educacional (projeto encroado no Congresso Nacional), a constitucional, a política, a administrativa, a judiciária, etc.

  • O Papa, enfim, em terra sua

    O Papa vem ao Brasil no primeiro grande gesto de integração do continente à sua visão do pastor, nesses tempos da secularização e da "cultura do medo". Ratzinger tem toda visão crítica do que seja este universo, de após a queda das torres; do terrorismo desencadeado e anônimo e de uma possível e nova guerra de religiões. Bento XVI enfrenta um mundo de contrastes com o da Igreja do espetáculo, do consenso de João Paulo II. Sua morte transformou-se num verdadeiro sacramental, talvez, de um primeiro e talvez derradeiro encontro em que a humanidade mostrou a sua face de esperança e reconciliação.

  • Opinião: O Ponto G e o QiQi

    Não sei por que tanta celeuma sobre a espontaneidade do nosso presidente em revelar que "todos gostam de sexo" e que as relações com os Estados Unidos esperam o Ponto G. Os que censuram estas franquezas lembrem-se da história do Brasil começando no texto de Pero Vaz de Caminha, a famosa Carta, onde ele descreve as índias nuas e vai logo dizendo que elas "nem fazem caso de encobrir suas vergonhas (…) tão altas e cerradinhas". Nem esconde que todo mundo não queria outra coisa senão ver as maravilhas, que "nós muito bem olhávamos", como confessa.