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Artigos

 
  • o bom exemplo da Coreia

    Quando estive na Coreia do Sul, a convite do seu governo, fiquei impressionado com a organização do  sistema educacional. E vi as consequências disso na fábrica Samsung (mais de 103 mil funcionários). Todos tinham no mínimo o grau médio concluído. Trabalhavam numa linha de produção perfeita, que abrangia desde enormes aparelhos de televisão, até o gato félix, todos destinados à exportação para os Estados Unidos.

  • Triste fim

    O episódio do mensalão marcará para sempre a história do país mesmo que seus principais personagens e a máquina partidária do PT busquem apagá-lo, como faziam os stalinistas com os expurgados do regime. No stalinismo, tiravam-se das fotografias os indesejáveis que caíam em desgraça. Na versão stalinista do petismo, busca-se expurgar a própria História para manter vivos, como heróis populares, os condenados pelo Superior Tribunal Federal (STF).

  • Tempestade perfeita

    O dia de ontem foi pródigo em manifestações das mais variadas espécies sobre um só motivo: o receio de que as manifestações de junho passado voltem a tomar conta do país. Quem primeiro revelou essa preocupação recôndita foi o ex-presidente Lula, cuja língua solta acabou traindo-o no discurso de improviso que fez ao receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo.

  • As reservas utópicas da Carta de 88

    Os 25 anos da Carta de 88 ressaltam, na abordagem crucial dos Direitos Humanos, tanto as inovações acolhidas, quanto, ainda, mantidas como uma reserva utópica na proposta avançada da Comissão Arinos, preparatória à Assembleia Constituinte. As primeiras mudanças refletem o contexto do país mal saído do governo militar, no repúdio às limitações da liberdade daquele período. Aí está, de saída, o habeas data, paralelo ao habeas corpus, para assegurar, de imediato, o conhecimento das informações unilaterais a respeito da conduta cidadã, reunidas pelo SNI, entendidas como possíveis ameaças à segurança nacional. Da mesma forma, num Brasil saído da prática da tortura, consagrou-se o princípio do silêncio do preso até o acompanhamento pelo seu advogado. Ganhava-se, também, a plena consciência dos perigos da dita “ditadura midiática”, assegurando-se a todos os cidadãos o direito de resposta a agressões equivocadas da imprensa. Tal, na garantia da resposta ao agravo, no mesmo destaque, e com a necessária urgência, da possível aleivosia perpetuada pelos jornais e revistas e pela mídia rádio-televisiva.

  • Presidencialismo fragmentado

    Enfim, um trabalho acadêmico que desafia o pensamento majoritário na literatura internacional das ciências políticas, contra uma visão pessimista dessa combinação institucional que o Brasil tem de presidencialismo de coalizão. São ideias heterodoxas, mas colocam em discussão pontos importantes de nosso sistema político-eleitoral.

  • Novas assombrações

    Vocês devem ter lido nos jornais, ou ouvido nos noticiários. A Amazon, cujo assustador objetivo é vender tudo a todo mundo, começou a testar um novo método de entrega expressa, por meio do qual o freguês receberá mercadorias de até pouco mais de dois quilos no prazo de trinta minutos, a partir da encomenda. A entrega poderá ser em qualquer ponto do território coberto pelo sistema, inclusive a sacada de um apartamento ou mesmo, imagino eu, um quarto de dormir. O transporte será tarefa de um drone (que quer dizer “zangão” em inglês, mas ninguém fez a tradução e ficou “drone” mesmo, em português), isto é, uma pequena ou minúscula aeronave sem tripulantes, cujas tecnologias se vêm aperfeiçoando com uma velocidade que torna quase impossível acompanhá-las.

  • "Moedas heterodoxas"

    A fragmentação partidária, vista por muitos, inclusive eu, como uma das características mais deletérias de nosso sistema político-eleitoral, é defendida por Marcus André Melo, professor de Ciência Política na Universidade Federal de Pernambuco e Carlos Pereira, professor de Políticas Públicas na Fundação Getulio Vargas no Rio, como um instrumento de inclusão democrática e fórmula de se contrapor a um Executivo poderoso, posição consolidada no DNA do sistema político brasileiro.

  • Reforma à vista

    O Supremo Tribunal Federal (STF) está caminhando para impor ao próximo Congresso a necessidade de, enfim, aprovar uma reforma política que resolva o imbróglio que o próprio Supremo e os partidos políticos não souberam superar nos últimos anos.

  • Moderação em xeque

    A causa dos "moderados" na Malásia, movimento pára-governamental que pretende dar conteúdo político ao novo governo do primeiro-ministro Najib Razak, transformando-o em porta-voz da modernidade na região, está sendo contestada pelos fatores locais, o que provocou ontem, na primeira sessão do seminário da Academia da Latinidade aqui em Kuala Lumpur, uma grande discussão.

  • Globalização não hegemônica

    A Academia da Latinidade, que reúne intelectuais de diversas partes do mundo com o objetivo de promover a aproximação das culturas, começa hoje aqui em Kuala Lumpur, na Malásia, sob a coordenação do cientista político brasileiro Candido Mendes, seu secretário-geral, um seminário para discutir o que está acontecendo com a globalização a partir dos novos blocos internacionais formados por países não necessariamente integrados entre si, uma nova configuração que determinaria a globalização não hegemônica, reduzindo a antiga dimensão regional para a formação dos blocos.

  • A Copa da discórdia

    Num ano em que a realização da Copa do Mundo de futebol mistura-se com as questões políticas nacionais, críticas como as do presidente da FIFA Joseph Blatter à má organização do torneio no Brasil acirram logo os ânimos. Blatter disse que nunca viu uma Copa com mais atrasos como a do Brasil, que teve sete anos para organizá-la e está fazendo tudo em cima do laço, fora dos prazos.

  • O barco verde

    Acabo de ler os originais do novo romance de Heloisa Seixas, que deverá ser lançado nos primeiros meses deste ano. Evidente que escreverei sobre ele, como escrevi quando ela estreou em livro com "Pente de Vênus". Acontece que o novo romance me causou um impacto que não sentia há muito. O fato de ser bem escrito e usar uma técnica surpreendente (não me lembro de ter lido um livro de ficção com a mesma construção revolucionária) seria bastante para colocá-lo na estante mais nobre da nossa literatura.

  • A busca do novo

    O chamado Triângulo das Bermudas da política brasileira, formado pelos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, reúne 42% do eleitorado nacional e, diante das mudanças na geografia política do Norte e do Nordeste, deve ser o centro das batalhas decisivas da eleição presidencial de 2014.

  • Tudo certo com seu santo?

    Acho que quase todo mundo faz alguma coisa para que o ano novo seja propício. Há os que se vestem de branco e lançam oferendas ao mar, os que tomam banhos de descarrego e ainda os que adotam providências para mim sempre meio confusas — enfiar um nhoque na orelha, encher a cueca de sementes de romã, misturar uma nota de cem dólares na salada e comê-la, botar um prato de lentilhas embaixo do travesseiro, não compreendo bem, tento aprender, mas esqueço logo tudo. Entretanto, que eu saiba, são relativamente poucos os que, no início do ano, procuram o alto patrocínio de um santo. E um bom santo padroeiro é mais que meio caminho andado para o contentamento e a prosperidade. Seu esquecimento não diz bem de nossa prudência e revela deplorável desleixo para com as tradições nacionais.