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Artigos

 
  • O funeral de César

    Todos são homens honrados ("All honourable men"). Na cena do funeral de César, nos idos de março, Shakespeare fez Marco Antônio pronunciar o famoso discurso obra-prima da literatura universal. O mesmo se poderia dizer da sessão do STF que terminou empatada a respeito dos embargos infringentes.

  • O Juiz e a sociedade

    Ao chamar a atenção de seus colegas na reunião de quinta-feira sobre a provável reação das ruas a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que indiquem retrocesso em nosso sistema jurídico, o ministro Marco Aurélio Mello levantou uma questão que está sempre sendo debatida entre os próprios juízes: até que ponto a sociedade deve ter repercussão nas decisões dos tribunais, especialmente do Supremo, a última instância da Justiça brasileira?

  • Espionagem e contraespionagem

    Claro, essa discussão toda sobre a espionagem dos americanos faz parte de um ritual incontornável. Exposto a público o problema, ficaria muito chato, se o Brasil não protestasse e não tomasse outras medidas vistosas, sem descambar para a bravata, como, louvavelmente, tem feito até agora. Por seu turno, os americanos também seguem com aplicação a boa prática entre tradicionais e inseparáveis aliados. Emitem documentos e pronunciamentos respeitosos e fazem promessas e esclarecimentos que não esclarecem nada, assim como nossas reações tampouco resolvem nada. É isso mesmo, a gente vive dançando esse tipo de balé ao longo da história da civilização.

  • Asilo diplomático - o caso do senador Roger Pinto

    A concessão de asilo diplomático ao senador boliviano Roger Pinto Molina e os episódios que levaram à sua saída da Bolívia para o Brasil pela ação do diplomata Eduardo Saboia, embaixador interino em La Paz, vêm suscitando muita discussão. Creio que o bom entendimento do assunto pode ser beneficiado por uma análise jurídica da questão.

  • A quem interessa?

    Mesmo que o decano do Supremo Tribunal Federal (STF) ministro Celso de Mello vote a favor dos embargos infringentes, permitindo que alguns dos condenados do mensalão tenham um novo julgamento, não deixará de ser o juiz que pronunciou um dos votos mais importantes da história do STF ao dizer que “o Estado brasileiro não tolera o poder que corrompe e nem admite o poder que se deixa corromper”, definindo as condenações como necessárias à preservação da República.

  • Vésperas sicilianas

    A Sicília, como até o deputado Tiririca sabe, foi disputada durante anos entre Cartago e Roma. Era o ponto mais estratégico do Mediterrâneo, tornou-se italiana depois de algumas revoltas. Além dos limões sicilianos, que estão em moda, foi naquela ilha que nasceu a Máfia, que até hoje atua em bases parecidas com a do nosso doméstico mensalão. Giuseppe Verdi dedicou uma ópera às vésperas de uma revolta em que até um papa esteve envolvido.

  • O voto do destino

    O destino foi de certa forma injusto com o ministro Celso de Mello ao colocá-lo como o voto decisivo numa discussão de técnica jurídica que ganhou a dimensão de uma decisão política relevante para o futuro do próprio Supremo Tribunal Federal (STF). Não é mais possível ao ministro dar um voto apenas técnico, já que suas consequências podem ser graves para a imagem da instituição e, consequentemente, para a democracia brasileira que o próprio Celso de Mello procurou defender com unhas e dentes durante o processo do mensalão.

  • Soltos no mundo

    Muita teoria, às vezes, até atrapalha. Lê-se tanto as obras de autores da modernidade que as ideias se embaralham, com o risco de se perder o rumo das coisas ou o foco do que é mais importante.

  • O próximo passo

    A aceitação dos embargos infringentes tem a vantagem para a democracia brasileira de impedir que prospere a lenda de que o Supremo Tribunal Federal fez um julgamento de exceção contra os mensaleiros. As condenações estão dadas, e o que estará em discussão é se a pena dos principais acusados pode ser reduzida num novo julgamento.

  • O povo continua na praça

    Nossa convivência política nestes dias com a voz das ruas já ganhou a admiração lá fora pela liberdade deixada às marchas, ajuntamentos e protestos nas cidades-chave do país. Vencemos um teste democrático limite, e até da conduta policial, a acompanhar, quase como um rito, os itinerários da manifestação popular.

  • Canja de corvo

    Seguindo uma tendência do jornalismo de serviço, com dicas especiais sobre os melhores filmes, livros, shows, restaurantes e guloseimas várias, iniciamos hoje uma série de receitas não apenas saborosas mas com alguma coisa de cívico, num momento em que o povo em geral está clamando nas ruas por melhores condições de vida, saúde e vergonha.

  • Questão de tempo

    Parece não haver dúvidas de que até o final do ano é possível que uma parte considerável dos condenados no processo do mensalão esteja atrás das grades. Mas não é provável, pois há meios de atrasar o acórdão, por exemplo. Outro ponto sensível é saber quais deles estarão na primeira leva. A questão vai ser decidida, provavelmente em votação no plenário, após a publicação do acórdão com os embargos de declaração.

  • Consciência política e anarquismo

    As manifestações em todo país, no 7 de setembro, ganharam outra dimensão, no que seja a política do "povo na praça". De saída, consolidou-se a novidade dessas convocatórias, em que o chamado pelos facebooks foge, por inteiro, da antiga dependência midiática. Deparamos um poder de mobilização que se espanta na sua força e, sobretudo, parte de impulsos cada vez mais anônimos e fora de qualquer liderança ostensiva, sem qualquer projeto de poder. As últimas semanas mostraram o esgotamento de reivindicações objetivas, passadas das generalidades de melhor educação, saúde ou segurança para os pleitos salariais do funcionalismo ou do emprego privado, de bombeiros, como dos próprios policiais.

  • Contradições na assistência social

    Não são poucos nem pequenos os desafios que se colocam à frente do governo federal. Educação, Saúde e Transportes, por exemplo, saltam à vista e têm sido pretexto para movimentos nacionais de protesto, onde se enquistaram vândalos desarrazoados.