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Artigos

 
  • Uma disputa paulista

    A eleição para o governo de São Paulo promete ser a mais eletrizante de 2014, não apenas pela importância em relação à corrida presidencial, mas, sobretudo, por que PSDB e PT disputam pau a pau um campeonato restrito, o de que partido está mais envolvido em falcatruas. Chega a ser engraçado constatar que a cada acusação de um lado, logo se descobre que o outro lado também está envolvido de alguma maneira.

  • Enfim, tudo à educação

    No avanço da consciência pública da política de mudanças, o presente ano registra uma aceleração única dos incrementos à educação nacional, que se cumulam, numa riquíssima plataforma de incentivos, do Fies ao Prouni, passando pelas propostas de auxílio do BNDES, a nova pletora de ajuda financeira para o salto da oferta nessa área prioritária do desenvolvimento. Na mesma medida, despontam no horizonte os recursos do pré-sal, na gigantesca cornucópia que se anuncia, fazendo do fomento à educação quase o sócio primordial da expansão petrolífera do país. 

  • Guerra sem fim

    A reforma tributária fatiada que o governo federal havia se disposto a fazer para dar fim à guerra fiscal, começando com a harmonização do ICMS, trazendo gradativamente a alíquota interestadual de um máximo de 12% para 4%, entra no final do ano em regime de urgência, mas aparentemente sem a possibilidade de uma decisão satisfatória.

  • A guerra contra as mulheres

    A história das mulheres é um longo percurso de lutas contra a humilhação e a brutalidade, escrevi há 30 anos. Não pensei que voltaria a escrever. Tudo parecia indicar que a sociedade brasileira saíra da Idade da Pedra com seus Brucutus arrastando as mulheres pelos cabelos e possuindo-as no melhor estilo animal.

  • Símbolos

    Há muitos simbolismos nesse processo do mensalão, que vão se revelando no transcorrer do caso, mas nenhum deles é assumido, apenas sutilmente insinuado. Quando o então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza apresentou sua denúncia, eram 40 os acusados. Viu-se no número redondo a intenção de relacionar o caso com a história de Ali Babá e os 40 ladrões e, mais que isso, de insinuar que o então presidente Lula não estava indiciado por questões políticas.

  • Luta por privilégios

    Os “presos políticos” José Dirceu e José Genoino continuam sua “luta política” na tentativa de se livrarem da parte mais dura da condenação, mesmo no regime semi-aberto a que estão condenados. O terceiro membro petista do que até agora é considerada “uma quadrilha” pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT, parece ter se aquietado depois de ter assinado manifesto político no primeiro dia de prisão. Quanto mais se debatem dentro da prisão, em busca de privilégios que já são evidentes no dia a dia da cadeia, Dirceu e Genoino vão produzindo fatos que apenas aumentam a visibilidade de suas condenações e expõem à opinião pública a tentativa de desmoralizar a Justiça e fugir de suas responsabilidades penais.

  • Sinais alarmantes

    Finalmente fez-se justiça no caso do mensalão. Escrevo sem júbilo: é triste ver na cadeia gente que em outras épocas lutou com desprendimento. Estão presos ao lado de outros que se dedicaram a encher os bolsos ou a pagar suas campanhas à custa do dinheiro público. Mais melancólico ainda é ver pessoas que outrora se jogavam por ideais — mesmo que controversos — erguerem os punhos como se vivessem uma situação revolucionária, no mesmo instante em que juram fidelidade à Constituição. Onde está a Revolução? Gesticulam como se fossem Lenines que receberam dinheiro sujo, mas usaram-no para construir a “nova sociedade”. Nada disso: apenas ajudaram a cimentar um bloco de forças que vive da mercantilização da política e do uso do Estado para perpetuar-se no poder. De pouco serve a encenação farsesca, a não ser para confortar quem a faz e enganar a seus seguidores mais crédulos.

  • Perspectiva histórica

    No domingo passado, andei repisando aqui umas verdades, bem sei que meio cediças, sobre como os contemporâneos dos fatos se enganam quanto às consequências ou a importância daquilo que testemunham. Tem sido sempre assim e as gerações presentes não constituem exceção. Muitos de nós — inclusive eu, é claro — podemos estar chegando a conclusões ou fazendo comentários sobre o mensalão que se revelarão completamente equivocados, aos olhos de nossos pósteros. Ninguém sabe, nem pode saber, o que será relevante no futuro e o que será esquecido.

  • Reforma política

    Num país em que o eleitor primordialmente vota no candidato, não no partido, e onde estes geralmente têm pouquíssima personalidade ou consistência ideológico-programática, procura-se uma maneira de estabelecer a fidelidade partidária sem que a judicialização da política prevaleça como hoje.

  • A nossa esquerda a longo prazo

    Após o impacto aluvial da aliança entre Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, e Marina Silva, ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, que não conseguiu criar na Justiça Eleitoral o Rede Sustentabilidade, as pesquisas eleitorais marcam a reação do establishment ao que representaria essa conjugação de uma esquerda para além do PT.

  • Contra o tempo

    A queda de mais de 10% nas ações ordinárias da Petrobrás reflete não apenas as dificuldades de gestão por que passa a estatal, mas, sobretudo, o descrédito da política econômica do governo. Os investidores estrangeiros foram os maiores vendedores dos papéis brasileiros, um recado direto sobre a maneira com que o governo vem lidando com o controle da inflação, a principal razão para que os reajustes dos preços de gasolina e diesel não tenham o aumento compatível com o mercado internacional.

  • A aula do futuro

    Não se tem muita certeza a respeito das razões pelas quais tantos jovens abandonam o ensino médio. Nem se sabe ainda, com segurança, porque dois milhões de inscrito nos exames do Enem deixaram de comparecer às provas. O que se desconfia é que há um certo enfado com relação ao modelo de aprendizado. As aulas dos nossos professores, em geral lineares, deixaram de despertar o entusiasmo de outrora. A utilização da informática, como elemento motivador, ainda não passa de quimera inatingível, para a grande maioria das escolas.

  • Abraço de afogados

    O resultado das pesquisas eleitorais não está facilitando as negociações na base governista, que dependem muito ainda do aval do ex-presidente Lula, mas impede que os principais candidatos da oposição avancem nas suas tratativas regionais. O senador Aécio Neves gasta seu tempo basicamente na tentativa de garantir o apoio da base paulista do partido, certo de que será competitivo, com grandes chances de sair vencedor num segundo turno, se for forte eleitoralmente em São Paulo.

  • o bom exemplo da Coreia

    Quando estive na Coreia do Sul, a convite do seu governo, fiquei impressionado com a organização do  sistema educacional. E vi as consequências disso na fábrica Samsung (mais de 103 mil funcionários). Todos tinham no mínimo o grau médio concluído. Trabalhavam numa linha de produção perfeita, que abrangia desde enormes aparelhos de televisão, até o gato félix, todos destinados à exportação para os Estados Unidos.

  • Triste fim

    O episódio do mensalão marcará para sempre a história do país mesmo que seus principais personagens e a máquina partidária do PT busquem apagá-lo, como faziam os stalinistas com os expurgados do regime. No stalinismo, tiravam-se das fotografias os indesejáveis que caíam em desgraça. Na versão stalinista do petismo, busca-se expurgar a própria História para manter vivos, como heróis populares, os condenados pelo Superior Tribunal Federal (STF).