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Artigos

 
  • Acelera-se nossa maturidade democrática

    As últimas semanas vêm demonstrando uma dimensão nova, para ficar, da nossa cultura. Aí está a decantação de uma consciência política a avançar no fato consumado, ainda que sempre perfectível, da nossa democracia. Às sucessivas manifestações do povo na praça, servia de estopim o repúdio da corrupção pública. Mas tal, na melhor leitura sociológica, a exprimir um moralismo das classes médias, sem atingir como um todo o "povo de Lula", saído diretamente da marginalidade pelo empenho prioritário dos governos petistas.

  • 10 anos sem Roberto Marinho

    Ao ouvir o escritor SiJviano Santiago falar de saudade, no Teatro R. Magalhães Jr., não pude deixar de associar o sentimento que nos veio de Portugal à figura do acadêmico Roberto Marinho. Falecido há 10 anos, a Academia  Brasileira de Letras, em boa hora, resolveu homenagear a sua memória, com uma linda exposição que está sendo visitada por milhares de pessoas, especialmente estudantes do nosso Estado.

  • A riqueza do setor primário

    Com a experiência de ocupar a titularidade da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, por duas vezes, sempre tive a minha vista voltada também para o setor primário da economia. Por um motivo muito simples: não entendia por que, com tantas condições favoráveis de clima e solo, devíamos comprar de estados vizinhos cerca de 80% do nosso consumo. É claro que os produtos chegavam ao Rio com os preços inflados pelos custos do transporte.

  • Marina no jogo?

    Ninguém sabe o que a ex-senadora Marina Silva anunciará hoje, mas há alguns indícios que levam a crer que ela está querendo se filiar a um partido para poder continuar na disputa pela Presidência da República em 2014. Isso só não acontecerá se as exigências que já deve ter feito a essa tal legenda não forem aceitas.

  • Vocês pensam que é moleza

    Assim como pimenta no uropígio do próximo é refresco (alieno culo piper refrigerium, no sábio dizer de Terêncio, ou Sêneca, ou Juvenal, ou alguém assim — ninguém vai checar), o trabalho alheio parece sempre mais fácil que o nosso. Há muitos e muitos anos, o famoso cronista José Carlos Oliveira, talvez o mais lido do seu tempo, de vez em quando levava a máquina de escrever para o bar. Lá pedia seu drinque e escrevia sua crônica. Um dia, um visitante deslumbrado foi apresentado a ele e comentou, emocionado:

  • Emigrar é preciso

    A semana passada começou com o alarme de uma agência ambiental. Até o ano de 2100, a temperatura do nosso planeta será tal e tanta que todos seremos extintos. Os dinossauros também entraram em extinção, embora existam alguns por aí, em diversas funções públicas e privadas.

  • Jogo embaralhado

    Vai ser um ano interessante, tanto no sentido estrito da palavra quanto no confuciano, de turbulências infindáveis impedindo a tranqüilidade. O fato é que a ex-senadora Marina Silva, que já estava sendo dada como “abatida” ao decolar, e classificada de incompetente por não ter conseguido organizar a tempo seu partido, deu um golpe de jiu-jitsu no governo, aproveitando sua própria força para derrubá-lo.

  • Disputa aberta

    O que a presidente Dilma classifica de “vingança” a ex-senadora Marina Silva chama de “legítima defesa”. Seja lá o que for, esse sentimento deve ter se aprofundado ontem, quando o Senado, dominado pelas forças governistas, aprovou rapidamente a legislação que tira dos novos partidos o direito a tempo de televisão e fundo partidário, projeto esse que Marina atribui diretamente ao Palácio do Planalto.

  • Um outubro de surpresas políticas

    Deparamos, nestes dias, as surpresas frente ao que se entendia como os jogos feitos no desfecho das crises do Oriente Médio. E, de saída, no embate político do Egito, quando, ineditamente, o líder do golpe militar, o general Sisi, ganha popularidade, enche a Praça Tahrir e vai às massas, num contraponto à derrubada do presidente Mursi.

  • Clima e solo favoráveis

    Com a experiência de ocupar a titularidade da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, por duas vezes, sempre tive a minha vista voltada também para o setor primário da economia. Por um motivo muito simples: não entendia porque, com tantas condições favoráveis de clima e solo, devíamos comprar de Estados vizinhos cerca de 80% do nosso consumo. É claro que os produtos chegavam ao Rio com os preços inflados pelos custos do transporte.

  • Sob nova orientação

    Talvez a tarde amena e clara, que se firmou depois de uns chuvisquinhos matinais, tenha contribuído para a placidez quase silenciosa, então reinante entre os frequentadores do boteco. Nenhuma novidade. O pessoal do cânter, já disposto nas mesas mais próximas da calçada, apreciava, com animação discreta, a passagem de moças e senhoras indo e vindo da praia, “potrancas esplendorosas, cujo baloiçar de ancas sublimes transporta o homem aos píncaros do delírio erótico, ai se eu pudesse dar uma alisadinha em cada uma”, no dizer arrebatado do doutor Amoroso, que não por acaso ostenta este cognome. Em mesas bem próximas, Dick Primavera, diante de um notebook e três celulares, harmonizava, com a desenvoltura costumeira, seus múltiplos afazeres comerciais com o atendimento à extensa rede de admiradoras, sempre em busca de alguns minutos de seu tempo; Coração de Leão descrevia em minúcias seus mais recentes achaques, que incluem quase todas as doenças do catálogo médico que ele sempre consulta; doutor Leo Bom Gogó anunciava que vai puxar dois sambas e uma marchinha no próximo carnaval e ainda dispunha de um dia livre na agenda.

  • Efeito colateral

    Volto ao tema da proibição das biografias que, como ressaltou o jurista Joaquim Falcão, muito além da violação da liberdade de expressão, "fere gravemente a liberdade acadêmica, a liberdade de ensinar e de pesquisar". Quero chamar a atenção de um perigo, mais um, que ameaça a imprensa livre como efeito colateral da nova proposta apresentada por Roberto Carlos.

  • São Paulo define

    “Se vencer a eleição em São Paulo por um voto, venço a eleição presidencial”. Essa frase do senador Aécio Neves explica bem a prudência que toda a cúpula do PSDB está tendo para manter a união partidária em seu principal reduto eleitoral. A declaração que deu ontem a favor da ação política do ex-governador José Serra, que supostamente o estava incomodando, foi combinada, para restabelecer no partido a unidade de pensamento depois que alguns partidários de sua candidatura começaram a se enervar com a demora da oficialização.

  • Patriotismo

    Em tempos em que o patriotismo voltou a ter grande apelo, em alguns casos puramente eleitoral, em outros de demagogia pura, a afirmação do diretor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Raphael Mandarino sobre a espionagem entre governos veio dar um tom épico ao debate, mas com um viés pragmático que estava fazendo falta.

  • A morte e a morte de “O Ateneu”

    A obra “O Ateneu” é um dos clássicos da literatura brasileira. O trabalho do escritor fluminense Raul Pompéia foi lançado em 1888, justo na fase de transição entre a monarquia e a república, de paixões exacerbadas. É natural que o livro reflita esses sentimentos. Na série, “Brasil, Brasis”, a Academia Brasileira de Letras entendeu que seria oportuna a discussão do livro e suas repercussões até os dias de hoje. Entregou-nos a tarefa, ao lado dos especialistas Evanildo Bechara e Domício Proença Filho.