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Artigos

 
  • Velhas dependências e neocontroles

    A partir do inédito da operação militar cirúrgica pretendida pelos EUA na Síria, vivemos uma conjuntura internacional devolvida, de fato, à interdependência das nações. O lance do governo de Washington não encontrou o apoio pretendido do Reino Unido, e teve a resistência inesperada do próprio Congresso americano, entendida, de saída, como pró-Obama.

  • Dilma digital

    Que o PT está atento às novas mídias sociais é sabido desde que, nas últimas eleições, ficou claro que o partido tinha uma verdadeira organização digital dedicada a espalhar pela rede críticas e acusações aos adversários políticos. Há também um bem montado esquema de blogs pagos por verba oficial para elogiar o governo petista e tentar desqualificar os críticos, sejam eles políticos, jornalistas independentes ou cidadãos que não se vêem representados pelo governo que está aí.

  • Atenção à espionagem

    Enganam-se os que acham que, assim como nos faltam natais nevados, ondas havaianas, uma língua mais moderna e tantas outras benesses que a Natureza e a História nos negaram, também somos pobres em episódios de espionagem. Manda a honestidade reconhecer que não temos nenhum James Bond, embora advirta a verdade, irmã da honestidade, que os ingleses também não, ainda mais com aquela estampa de Sean Connery e saindo do mar numa roupa de mergulho que, despida, revela por baixo um smoking impecável. É, não temos, do mesmo jeito que não temos filmes com Jeffrey Hunter, em que ele, armado apenas de um fuzil-metralhadora (que só tinha a vantagem de nunca precisar ser recarregado), tomava sozinho uma ilha do Pacífico, mais cheia de japoneses que a fila do Louvre. Ou Audie Murphy, encarapitado na torre de um tanque Sherman, destroçando oito divisões Panzer da Wehrmacht e tomando de volta a Ucrânia, ou a Polônia, ou ambas, bons tempos.

  • PSDB na rede

    Ainda muito atrasado em relação ao PT no uso das novas tecnologias de comunicação, o PSDB tem em Fernando Henrique Cardoso, seu presidente de honra, um entusiasta das novas redes sociais como instrumento político. Amigo do sociólogo Manuel Castells, talvez o maior especialista em novas mídias, o ex-presidente critica os partidos políticos que “se acomodaram às práticas, desdenham da relação direta com as comunidades”, sem se darem conta de que estamos assistindo aos primórdios da fusão entre a “opinião pública” e a “opinião nacional”.

  • Espionagem na paz e na guerra

    Embora com atraso, darei meu inútil palpite a respeito do discurso de dona Dilma na ONU, quando protestou, com a violência possível, contra a espionagem dos EUA sobre a nossa privacidade de Estado e nação.

  • O STF e o velho Brasil

    O STF, com a ajuda da Procuradoria Geral e do Ministério Público, criara na opinião pública a expectativa de que estaria havendo uma inflexão na curva da jurisprudência brasileira no sentido de introduzir visão mais ampla e atual do papel da lei na sociedade. A entrada de dois novos ministros, no entanto, fez com que o que parecia inflexão se tornasse, nas palavras de um deles, apenas um ponto fora da curva, a ser corrigido, como de fato o foi. Com a correção, voltou-se ao velho, à nossa tradição de desigualdade na distribuição da justiça, bem traduzida na conhecida expressão popular: rico não vai para a cadeia. A jurisprudência bacharelesca foi recolocada a serviço do privilégio. Perdeu o STF, perdeu o país, perdeu a República.

  • Fernando Pamplona

    O Carnaval do Rio, que dá régua e compasso para os Carnavais de todo o Brasil, com as exceções da Bahia e do Recife, teve duas fases: a de antes e a de depois de Fernando Pamplona.

  • O espírito da lei

    Se faltam ao REDE Sustentabilidade, o partido que a ex-senadora Marina Silva quer criar, cerca de 30 mil assinaturas certificadas para atingir o mínimo exigido na legislação eleitoral, sobram diretórios regionais aprovados pelos Tribunais Regionais Eleitorais. O partido está formado em nada menos que 15 Estados brasileiros, o que lhe dá a indiscutível marca nacional, que é o espírito da legislação.

  • Hora do plano B?

    Com o parecer do Ministério Público de que o REDE Sustentabilidade "continua sem condições de ser atendido", fica cada vez mais claro que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) optará pela letra fria da lei, em vez de interpretar o espírito do legislador ao criar as condições para a formação de um partido político.

  • A atração do poder

    O senador Aécio Neves aprendeu com o avô Tancredo que não existe nada que agregue mais na política do que a expectativa de poder, mais até que o poder presente, que é finito, tem prazo de validade. Por isso mesmo, deveria observar com cuidado o processo de “conversão” do sindicalista Paulinho da Força, que organizou o partido Solidariedade para fazer oposição ao governo federal e, à primeira abordagem, já admite aderir à base governista em troca da manutenção de alguns cargos de seus novos filiados.

  • O perdão para os lobos

    Virou moda pedir perdão por erros e crimes históricos. Sendo a instituição mais antiga da história ocidental, a Igreja Romana, justamente porque atravessou 20 séculos contraditórios, parece ter a consciência mais pesada neste departamento. Daí que os últimos papas pediram desculpas por crimes que não cometeram, dentro do discutível princípio da culpa coletiva e hereditária.

  • PIB potencial cai

    Ao afirmar que o Brasil precisa voltar a crescer acima de 3% ao ano, em bases sustentáveis, para recuperar a perspectiva “positiva” de nota de classificação de risco, a agência Moody’s, que reduziu o rating brasileiro para “estável”, tocou num ponto que vem provocando muita discussão entre os economistas brasileiros nos últimos anos: qual será o PIB potencial brasileiro?

  • Acelera-se nossa maturidade democrática

    As últimas semanas vêm demonstrando uma dimensão nova, para ficar, da nossa cultura. Aí está a decantação de uma consciência política a avançar no fato consumado, ainda que sempre perfectível, da nossa democracia. Às sucessivas manifestações do povo na praça, servia de estopim o repúdio da corrupção pública. Mas tal, na melhor leitura sociológica, a exprimir um moralismo das classes médias, sem atingir como um todo o "povo de Lula", saído diretamente da marginalidade pelo empenho prioritário dos governos petistas.

  • 10 anos sem Roberto Marinho

    Ao ouvir o escritor SiJviano Santiago falar de saudade, no Teatro R. Magalhães Jr., não pude deixar de associar o sentimento que nos veio de Portugal à figura do acadêmico Roberto Marinho. Falecido há 10 anos, a Academia  Brasileira de Letras, em boa hora, resolveu homenagear a sua memória, com uma linda exposição que está sendo visitada por milhares de pessoas, especialmente estudantes do nosso Estado.

  • A riqueza do setor primário

    Com a experiência de ocupar a titularidade da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, por duas vezes, sempre tive a minha vista voltada também para o setor primário da economia. Por um motivo muito simples: não entendia por que, com tantas condições favoráveis de clima e solo, devíamos comprar de estados vizinhos cerca de 80% do nosso consumo. É claro que os produtos chegavam ao Rio com os preços inflados pelos custos do transporte.