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Artigos

 
  • Corrupção é o foco

    Mesmo que as reivindicações sejam várias e muitos cartazes exibam anseios mal explicados ou utopias inalcançáveis, há um ponto comum nessas manifestações dos últimos dias: a luta contra a corrupção. A vontade de que o dinheiro público seja gasto com transparência e que as prioridades dos governos sejam as questões que afetam o dia a dia do cidadão comum, como a saúde, a educação, os transportes públicos, está revelada em cada palavra de ordem, até mesmo nas que parecem nada ter a ver com o fulcro das reivindicações, como no protesto contra a PEC 37.

  • Mais polos, maior eficiência

    Uma boa conversa com Abram Szajman, presidente do Conselho Regional do SENAC/SP, foi suficiente para conhecer de que maneira a entidade, inspirada pelo seu bem sucedido Centro Universitário, cumpre suas obrigações, inclusive com  a  ministração de cursos à distância.  Os dirigentes fizeram da qualidade a razão maior das suas preocupações, com amparo na Portaria nº 683, de 25 de maio de 2012.  É  o que nos afirma também o diretor Luiz Carlos Dourado.                                           A pós-graduação ostenta orgulhosamente quatro áreas: Docência no ensino superior, Gestão  Empreendedora, Gestão do Relacionamento com o Cliente e Design Instrucional.  A modalidade cresce no Brasil  em progressão geométrica, tanto na graduação quanto na pós-graduação, e sabe-se que hoje há mais de 2,5 milhões de alunos frequentando os cursos oferecidos pelas entidades autorizadas pelo Ministério da Educação.  E sabe-se que as normas são rígidas, para evitar que se caia no tão mal falado facilitário.  São cursos sérios, que levarão os seus concluintes  a uma atividade profissional competente e duradoura.  Abrangem cursos formais de educação básica, especialização, graduação, formação continuada das empresas e de formação técnica.                                     Como os projetos devem ser antecipadamente aprovados pela Secretaria de Regulação e Supervisão do MEC, exige-se clareza quando se trata de conceituar o público-alvo, os pré-requisitos, o uso da informática, o programa, os investimentos, os critérios de seleção, a avaliação (severa), a metodologia e a certificação, além da garantia da existência de um bom corpo docente e o  uso dos pólos presenciais.                                      Aqui entra a reivindicação do SENAC/SP.  Em princípio, solicitou para os seus alunos somente dois polos presenciais, um na própria sede do Centro Universitário, no bairro de Santo Amaro, outro na unidade SENAC Lapa Tito, no bairro da Lapa, ambos na capital paulista.  Ocorre que a sua direção, face à procura dos cursos, entende que necessita de mais 20 pólos de apoio presencial, “de modo a permitir às instituições de ensino superior suporte em sustentabilidade efetiva.”                                          A pretensão do SENAC, dada a sua tradição de bons serviços ao país, é mais do que justa.  Objetiva criar condições para a expansão dos seus serviços para o interior de São Paulo e também para unidades do SENAC situadas em outros estados da federação.  Sabe-se que esses estudos estão sendo realizados, no âmbito da diretoria de Regulação, mas é preciso ponderar que são visíveis os indicadores do crescimento do país em outras áreas do conhecimento.  Assim, exigem-se  soluções mais rápidas quando está  em jogo o dado estratégico da nossa expansão econômica e social.  A pós-graduação lato sensu em Design Instrucional, por exemplo, com carga horária de 360 horas, objetiva formar  profissionais para atuar em projetos de conteúdo de cursos on-line, capacitando-os para selecionar, organizar e produzir atividades, materiais e produtos educacionais, de acordo com situações específicas.  Se o SENAC/SP tem excelentes condições de ampliação da oferta, por que não facilitar os seus objetivos?

  • Algumas explicações

    Prosseguindo na tentativa de entender os últimos acontecimentos, trago hoje para os leitores a opinião de dois cientistas políticos. Octavio Amorim Neto, da Fundação Getulio Vargas do Rio, lembra que há uma regra da política que finalmente se cumpre no Brasil: quando a oposição é impotente no parlamento, acaba indo para as ruas.

  • Partidarismo rejeitado

    O fato de militantes petistas com suas bandeiras terem sido rechaçados nas manifestações em diversos estados do país ontem é um bom indício de que o movimento que chegou aos corações e mentes da classe média não se deixou contaminar por partidarismos.

  • Plebiscito e república das praças

    As desordens da Praça Tahrir, na Turquia, no centro de São Paulo e na Avenida Presidente Vargas, evidenciam a nova irrupção do inconformismo cidadão com atos de governo, que vão desde o aumento das passagens urbanas ã instalação de um shopping em parque de Istambul. Põe-se em causa, inclusive, a partir dos incidentes turcos, a utilização do mais incisivo dos instrumentos da vontade popular, qual o do plebiscito. Há três anos, com o "Occupy Wall Street" e as invasões da Praça Mayor, em Madrid, não se tinha chegado à adoção do recurso in extremis. E a própria vontade representativa que se substitui, no caso, pela voz direta e final das praças. Tanto é a democracia profunda a marca da contemporaneidade, tanto o seu avanço está abrindo caminho para a manifestação que se quer como o prolongamento do grito, hoje, das praças públicas.

  • Buscando saídas

    Para quem estava acuada nas cordas por manifestações de caráter nacional, a presidente Dilma saiu-se bem em seu pronunciamento, demonstrando jogo de cintura. Não foi arrogante, ao contrário, foi humilde para aceitar que as vozes das ruas têm que ser ouvidas, mas soube ser firme na condenação dos arruaceiros que aproveitaram as manifestações para fazer saques e depredações pelas cidades.

  • O legado das ruas

    Rios de gente invadem as cidades. Transborda o descontentamento. Não foi súbito nem inexplicável. Há muito tempo jovens lotavam as avenidas virtuais por onde passam as redes sociais protestando contra a humilhação a que estávamos submetidos.

  • O bolo e a sopa

    Concordo com o cronista Antonio Prata quando disse, em coluna nesta Folha, que precisamos admitir uma verdade: ninguém está entendendo nada. Exemplo: muita gente, sobretudo no governo, acreditou que os protestos nas ruas de todo o Brasil foram motivados pelo aumento de 20 centavos nos transportes públicos.

  • Ninguém sabe em que vai dar

    Escrevo antes deste domingo e, portanto, pode haver acontecido alguma coisa, ou muita coisa, que invalide o que penso agora. Mas não creio muito nisto, porque praticamente todos, inclusive comentaristas especializados e experientes, se mostram aturdidos, quase tontos, com as manifestações de protesto por todo o país. Não sou exceção à perplexidade geral e tampouco sei responder às perguntas que se oferecem. Como se iniciaram as manifestações, onde foram concebidas, por que de repente multidões saíram às ruas para reclamar e reivindicar? Que lideranças estarão ocultas, interessa a alguém o que vem sucedendo, beneficia algum grupo? O momento terá sido escolhido ou deflagrou-se um movimento espontâneo, que fugiu do controle de quem quer que o tenha organizado? De agora em diante, fazendo-se um retrospecto, talvez as respostas se esbocem, mas, no momento, elas parecem desconhecidas.

  • A classe média

    A decisão do Movimento Passe Livre de não convocar novas manifestações por que “grupos conservadores” infiltraram-se nos últimos atos serve para retirar a máscara desse movimento, que começou o protesto contra o aumento do preço das passagens de ônibus como se fosse apartidário, com foco específico na melhoria dos transportes públicos – com a utopia de alcançar o transporte gratuito como política de governo – e acabou se revelando o que sempre foi: uma organização política ligada a movimentos de esquerda radical, que tem uma pauta muito além da melhoria dos transportes públicos.

  • Democracia direta

    A presidente Dilma está tentando aproveitar-se de um momento delicado das relações partidárias com a opinião pública para passar por cima do Congresso, tão desprezado pelas vozes das ruas, e assumir uma proposta de Constituinte exclusiva para reforma política que não é nova e, sendo lançada pelo Executivo, cria um clima de suspeição.

  • Você decide

    A desistência da presidente Dilma de convocar uma Constituinte restrita para fazer uma reforma política deveu-se à reação contrária da classe política e de juristas, e demonstrou o desnorteamento do governo diante das reivindicações vindas das ruas. Restou na mesa de negociações a discussão de uma reforma política que seja aprovada por um referendo, ou originada em uma consulta popular.

  • Doações x corrupção

    A tendência de proibir o financiamento por pessoas jurídicas ficou clara na audiência pública em que o ministro Luiz Fux ouviu especialistas e representantes da sociedade civil a respeito do financiamento das campanhas eleitorais. Mas não há consenso sobre o financiamento público exclusivo, como propõe o PT.

  • Cidadania, protesto e vandalismo

    Os protestos da Praça Tahrir, da Avenida Paulista ou da Presidente Vargas são os de um terremoto social pressentido, muito mais do que aguardado. Irrompem de um inconsciente coletivo, num abalo primeiro do enlace entre a própria sociedade e o Estado, nesta nossa dita e redita pós-modernidade. Não vem de agora, mas já da “praça dos indignados”, em Madri, ou do “Occupy Wall Street”, e pode remontar ao “Maio de 68” parisiense. E o que está em causa é a perda da acomodação entre a expectativa visceral da mudança, nutrida pela expectativa do Estado de bem-estar, e a demora do aparelho público suposto a provê-las.