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Artigos

 
  • Rose estressada

    Os bastidores do processo administrativo disciplinar desencadeado desde fevereiro deste ano pela Controladoria Geral da União (CGU), vinculada à Presidência da República, contra Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo e “amiga íntima” do ex-presidente Lula, estão agitados.

  • Cui prodest? Cui bono?

    Antigamente, na faculdade de Direito, pelo menos na Bahia, a gente encarava Direito Romano logo no primeiro ano. No vestibular entrava latim, que já tinha sido ministrado durante todo o então curso secundário. Mas a maior parte do pessoal não aprendia a língua, propriamente. O comum era decorar às vezes traduções inteiras, em edições bilíngues das Catilinárias, da Eneida e de De Bello Gallico. Quando chegávamos ao Direito Romano, a decoreba se estendia a brocardos e máximas jurídicas, que a gente salpicava nas provas para impressionar o professor e declamava nos concursos de oratória que todo ano eram realizados, com torcida e grande empolgação. E, claro, gastávamos farto latinório nos corredores da faculdade e para impressionar terceiros, pois onde já se viu bacharel baiano que volta e meia não solte um latinzinho, se bem que, hoje em dia, o que me contam é que a maior parte dos bacharéis se forma sem saber se expressar nem em português, quanto mais latim. Deve ser maledicência e, de qualquer forma, não vem ao caso.

  • "Res sacra reus"

    Num dos primeiros filmes do neorrealismo italiano, o forasteiro chegava a uma cidade do interior e perguntava para que servia a alta muralha no meio da praça. Alguém informava: "Ali funcionava a prisão de emergência. No início, eram os fascistas que a usavam, para nela colocar todos os suspeitos de antifascismo. Agora, são os democratas-cristãos que botam atrás da muralha todos os suspeitos de terem sido fascistas". Bem, como exemplo da eterna briga de cão e gato, serve.

  • Campos quer Beltrame

    O Secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, é o novo sonho de consumo dos políticos. Cotado para ser o vice na chapa oficial do governo do Rio do PMDB, encabeçada por Pezão, Beltrame recebeu um inesperado convite: o governador de Pernambuco Eduardo Campos, preocupado em montar um palanque competitivo no Rio, sondou-o sobre a possibilidade de tê-lo como candidato a governador pelo PSB.

  • Bombas desarmadas

    Três bombas-relógio que poderiam gerar uma grave crise institucional estão sendo desarmadas nos últimos dias: o projeto de lei que limita a formação de novos partidos; a tentativa de controlar a atuação do Supremo Tribunal Federal, e a emenda que retira do Ministério Público o poder investigativo. As três iniciativas parlamentares têm uma digital única, a dos petistas irritados com a condenação dos mensaleiros.

  • Demanda explosiva

    Para o ministro Aloízio Mercadante, que participou do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, “a demanda nacional por educação é explosiva”.  Ele falou a propósito das comemorações, promovidas pela Associação Brasileira de Educação (ABE), sobre os 80 anos do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.  Lembrou os 26 educadores que foram pioneiros na defesa de novos tempos para a educação brasileira e aproveitou para reclamar da pouca importância que se tem dado à contribuição de um deles, o acadêmico Fernando de Azevedo, que foi o principal redator do documento: “Sem ele, não  teríamos chegado a esse histórico posicionamento”.                                       Antecedido em sua fala por outros oradores, como os deputados Paulo Melo, Aspásia Camargo e Comte Bitencourt, além do educador João Pessoa, presidente da ABE, todos defendendo a ideia de uma educação de qualidade, o ministro Mercadante enfatizou a necessidade de começar uma grande reforma pela educação infantil: “Temos só 23% das nossas crianças de 0 a 3 anos frequentando creches.  Quero subir esse percentual rapidamente para 50%.”  Depois de registrar que temos 80% de crianças de 4 e 5 anos na escola, fez uma ardorosa defesa a respeito da necessidade de ampliar o número de bibliotecas escolares: “Assim, será mais fácil tornar realidade o sonho de dar a todas as nossas crianças o direito de ler e aprender na idade certa.”  Foi aplaudido demoradamente.                                     O ministro da Educação não se ilude com as dificuldades maiores que enfrenta no país: “É o ensino médio, que exige uma reforma profunda. Conto com parceiros preciosos, como o Senai, que promete 4 milhões de matrículas em seus cursos.  De nossa parte, fazemos o que é possível, mesmo reconhecendo que a grande responsabilidade pelo ensino médio é das Secretarias Estaduais de Educação.                                 Mercadante falou da sua intenção de dar educação de qualidade a todos, mostrou que o ideal seria adotar o tempo integral (mínimo de 7 horas diárias), como preconizado no Manifesto dos Pioneiros, há quase 100 anos, e que ainda não colocamos em prática, e lançou um desafio às nossas autoridades: “Fui defensor do emprego dos royalties do petróleo totalmente em educação.  É um bem finito e se não aproveitarmos essa oportunidade, em nossa geração não haverá outra.   Mas isso é preciso ser bem compreendido e executado pelos governadores, para que não haja desvios, a qualquer pretexto.”                              Houve ainda o ensejo, na Assembleia do Rio, que estava lotada, de uma referência ao projeto “Ciência sem fronteiras”, desenvolvido por Aloízio Mercadante quando se encontrava à frente da pasta de Ciência e Tecnologia:  “Já enviamos 21 mil estudantes ao exterior, utilizando simplesmente o sistema do mérito.  Todos os que fizeram mais de 600 pontos no Enem têm direito a esse programa, amplamente apoiado pela presidente Dilma Rousseff.  Pretendemos chegar em breve ao número de 100 mil estudantes.”  É claro que, no retorno, esses jovens trarão sangue novo ao sistema educacional brasileiro.  Devemos persistir nessas providências.

  • Sinais

    As vaias que a presidente Dilma levou em Mato Grosso do Sul e a faixa estendida ontem na manifestação do dia 1 de Maio em São Paulo, pedindo a volta de Lula, informam que os dias de bonança podem estar chegando ao fim e que ela terá, daqui para frente, maiores dificuldades no caminho para a reeleição, que ainda lhe é amplamente favorável mas começa a se mostrar pelo menos mais árduo.

  • Democracia e Comunicação

    A sociedade moderna está enfrentando uma nova realidade comportamental provocada pela evolução da tecnologia e dos meios digitais. Essa realidade é fruto das variáveis decorrentes de novas técnicas que incluem a velocidade de propagação e a quantidade de dados divulgados nos meios digitais, a conduta dos indivíduos em redes sociais, blogs e afins, bem como a facilidade de acesso às notícias e informações de qualidades diversas por meio da internet.                            Para discutir os novos rumos da Comunicação, o Centro de Integração Empresa-Escola Nacional, reuniu, em Brasília, renomados profissionais da área. Ruy Altenfelder, Thomas Traumann, João Borges, Dad Squarisi, Carlos Chagas, Demétrio Weber, Silvestre Gorgulho e Arnaldo Niskier participaram do evento.                 Uma série de avanços tecnológicos da era digital transformou a realidade do mundo contemporâneo. Vivemos num universo em rápida mutação, de contornos impressionantes. Em 2009, havia 27 milhões de internautas no Brasil. Hoje, são cerca de 70 milhões. Há três anos, as redes sociais estavam dando os seus primeiros passos em nosso país, e o saudoso Orkut concentrava a maior parte das atenções. Atualmente, os clubes sociais são um instrumento de relevâncias trocadas todos os dias no Twitter, no Facebook e nas outras redes, cada vez mais voltadas para segmentos e necessidades específicas.                              O varejo pela internet cresce quatro vezes mais depressa do que o varejo tradicional e já se vislumbra o dia em que as lojas virtuais concorrerão com os shopping centers em volume de negócios.                              Comunicar significa compartilhar e “transmitir”. A diferença entre ambos está no fato de que podemos transmitir sem compartilhar. Trata-se do mesmo sistema da sociedade democrática, ou seja, a tentativa da convivência pacífica, exigindo atenção para alguns fundamentos, por vezes, esquecidos: liberdade, igualdade, solidariedade e alteridade. Sem comunicação de massa, não há democracia de massa.                          Na sociedade contemporânea, as modernas tecnologias de comunicação e as redes sociais proporcionaram um poderoso ambiente democrático de socialização, de onde podemos retirar informações e recursos, assim como conhecer e explorar novos modos de pensar e de se expressar com liberdade.                          A comunicação digital cresce espantosamente. A internet transformou-se na terceira mídia nacional depois da televisão e dos jornais, deixando para trás o rádio e as revistas. Surgem, todos os dias, novas formas de utilização da rede. Outras certamente virão, pois no mundo digital o céu, com suas mais variadas “nuvens”, parece ser o limite.                        A nova realidade, decorrente da revolução digital, provoca a necessidade de regular o comportamento humano em toda essa dinâmica social. Porém, para sermos coerentes com os novos tempos, a evolução das regras de conduta deve ocorrer dentro dos princípios que garantam nossos direitos fundamentais.

  • Educação e Cidadania na era digital

    Na sociedade contemporânea, as modernas tecnologias de comunicação e as redes sociais proporcionaram um poderoso ambiente democrático de socialização, de onde podemos retirar informações e recursos, assim como conhecer e explorar novos modos de pensar e de se expressar.

  • Fora do tom

    São comuns em matéria criminal tentativas variadas de postergar a execução das penas, a partir mesmo dos embargos de declaração. Mas a sensação generalizada no Supremo Tribunal Federal é de que se o processo fosse contra qualquer outro político de qualquer outro partido, os advogados teriam até vergonha de apresentar recursos como os que estão chegando em relação à Ação Penal 470, popularmente conhecida como do mensalão.

  • JK e o sabor de Minas

    Se houvesse dúvida sobre a popularidade de JK seria logo dissipada pelo lançamento do livro “Memórias de um Sobrevivente”, em Belo Horizonte, na tradicional e conceituada Academia Mineira de Letras.  As perguntas dos repórteres e acadêmicos versaram sempre sobre as relações de amizade do ex-presidente com Adolpho Bloch.  Eles se consideravam “irmãos”, com um convívio verdadeiramente fraternal, sobretudo depois da cassação.                                                Não havia interesse material.  Apenas gratidão do proprietário da Manchete pelo homem de grandes realizações, como a construção  de Brasília e a instalação das indústrias naval e automobilística.  Cinquenta anos em cinco não foi apenas uma legenda criada pelo poeta Augusto Frederico Schmith.  Traduziu-se numa revolução social, muitos empregos, a colocação do Brasil em posição honrosa  no concerto internacional.                                                Adolpho acreditou na audácia de JK e, ele mesmo também corajoso, jogou  todas as fichas da sua empresa na campanha favorável à nova Capital.  O seu maior concorrente, a revista O Cruzeiro, atirou-se em sentido contrário.  Perdeu a parada e muitos dos seus leitores.  A Manchete passou a vender mais, chegou a incríveis 350 mil exemplares semanais, porque traduziu de forma competente um anseio de progresso do povo brasileiro.                                              Quando JK foi cassado, a Manchete deu-lhe cobertura permanente.  Fez sucesso especialmente em Minas Gerais, cuja população tem na sua formação o doce gosto da gratidão, da liberdade e do patriotismo.  É o que chamamos de sabor mineiro, todo ele reconhecido ao gigantesco trabalho do filho ilustre de Diamantina.                                               A cerimônia na sede da AML, em Belo Horizonte, não foi só isso.  Repórteres como sempre ansiosos e todos  jovens queriam conhecer mais sobre as Empresas Bloch e os 48  anos de Manchete.  Uma delas fez uma boa pergunta: “Com a inclusão digital, a Manchete estaria preparada para os novos tempos?”  Respondi que sim, pois ela foi das primeiras a abandonar a calorenta linotipo, trocando pela fotocomposição.  E, na TV, montou todo o seu equipamento de forma digital, não chegando a utilizar as pesadas e ultrapassadas máquinas analógicas.                                                 No caso da televisão, pretendeu-se uma TV classe A. Sem levar na devida conta o predomínio da classe C.  Não podia dar certo, embora tivessem ficado na memória dos telespectadores notáveis performances, como a qualidade do jornalismo (coberturas memoráveis do Carnaval), além de exemplares  telenovelas, com ritmo original, como “O Pantanal” e “Dona Beija”, esta  interpretada de forma admirável por Maitê Proença.                                  Então, por que a derrocada? Falta de administração profissionalizada e dívidas bancárias insanáveis.  Ficou um desemprego para 5.000 pessoas e a saudade da marca que fez história, na comunicação brasileira.

  • O 'fico' do ministro Mercadante

    O ministro Aloizio Mercadante declarou que descarta qualquer pretensão à governança de São Paulo, para se concentrar, por inteiro, no avanço das conquistas da pasta de Educação. A notícia impacta frente aos clássicos jogos sucessórios, e na aposta toda das cartas políticas, na governança de São Paulo, como o caminho óbvio para o Planalto. Fortalece, por outro lado, esta maturidade da democracia brasileira, no que o aprofundamento do trabalho das pastas críticas encarece a consciência da verdadeira mudança social do país.

  • Governo e país

    Outro dia o ex-presidente Lula deu uma entrevista e lá pelas tantas disse que ficava “com pena” quando via o ex-presidente Fernando Henrique, aos 80 anos, falando mal do Brasil no exterior. Na mesma toada, a presidente Dilma Rousseff desabafou recentemente para repórteres: “Tem gente torcendo para o país dar errado”. Na verdade, tanto Lula quanto Dilma se referiam a oposicionistas que criticam a atuação do governo, e não o país.