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Artigos

 
  • Aproximações

    A sensação no Congresso é a de que a presidente Dilma está compreendendo melhor a dinâmica de relacionamento com os parlamentares depois de o governo ter tido que suar a camisa para aprovar a MP dos Portos e visto caducar outras com medidas importantes para seu projeto, como a redução das tarifas de energia elétrica e diversas isenções fiscais.

  • Uma boa escolha

    A atuação do advogado Luis Roberto Barroso na sabatina do Senado que precede sua posse no Supremo Tribunal Federal não me deu motivos para rever o juízo positivo que tenho sobre ele, acatando na coluna, sempre que necessário, suas opiniões, considerado o maior constitucionalista em atividade no país. Já havia expressado esse ponto de vista há dois dias em conversa com o Carlos Alberto Sardenberg na CBN.

  • Acervos museológicos

    Hás alguns anos, isso parecia impossível.  Os responsáveis pela aplicação da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura não queriam nem ouvir falar de projetos que passavam pela Educação.  A argumentação era tola: “Educação não tem nada a ver com Cultura.”  Sabe-se exatamente que elas são siamesas, uma não pode viver sem a outra.                                            Ao tomar conhecimento, pela professora Maria Eugênia Stein, da existência do projeto “Acervos museológicos”, de responsabilidade da Secretaria Municipal de  Educação de Belo Horizonte, com apoio na Lei Rouanet, fizemos questão desse registro.  O Instituto Minaspelapaz, em boa hora, levou a termo a ideia  de  democratização do acesso e formação de agentes culturais”, com pleno sucesso.  Quando se quer, se faz.                                            Tomando como escopo a capacidade de inovar, para  alunos e professores, o projeto foi estruturado em quatro pilares.  O primeiro deles foi uma pesquisa de campo realizada em 2010 pelo Instituto Vox Populi, visando ao conhecimento do perfil dos professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte.  A pesquisa também se estendeu ao conhecimento do grau de interesse e disponibilidade dos professores, alunos e familiares, na frequência de visitas aos espaços culturais existentes na capital mineira.  Assim, seria possível ampliar os potenciais e as respectivas  programações.                                             A segunda etapa foi a realização de um curso de pós-graduação em Gestão de Projetos Culturais, na PUC/Minas, trabalhando com 240 educadores.  Num processo de círculos concêntricos, os primeiros beneficiados treinariam os demais integrantes do sistema, repassando conhecimentos.                                             O terceiro  pilar é o  Programa de Imersão Cultural, estimulando os estudantes, com a ajuda dos professores, a intensificar as visitas aos espaços culturais existentes e o quarto pilar é a Olimpíada Cultural, que não faria sentido se fosse uma iniciativa isolada, dissociada dos demais itens.  Na avaliação final, verifica-se como os alunos saem fortalecidos, na sua capacidade de traduzir, em diferentes formas de expressão, os estímulos recebidos.                                            O que é saudável, nisso tudo, é a presença da  Federação das Indústrias do  Estado de Minas Gerais e o patrocínio de empresas do porte da Fiat, Contax, Usiminas, Gerdau e Oi Futuro.  Assim se gerou a possibilidade de uma adequada sinergia, tornando possível a realização vitoriosa desse importante evento, que conta também, para ilustrar os seus módulos, com a elaboração de uma série de vídeos, muito em narrados pelo ator carioca Isio Ghelman.                                             Se a iniciativa merece, pois, os  nossos elogios, não se pode deixar de lamentar que ela seja um feito raro, circunscrito à capital mineira.  O ideal seria que, ainda com o estímulo da  Lei Rouanet, outras cidades fossem beneficiadas, sabendo-se como são raros ou espaçados os incentivos ao aproveitamento do que temos como acervos culturais.  O potencial  para isso é extraordinário.

  • O Brasil anticatastrófico

    A reação brasileira, diante do quadro geral da crise de 2008, já permite um distanciamento a assinalar esta característica de anticatastrofismo, a ser, talvez, um novo dado da nossa cultura cívica. Por força, a dinâmica da nossa economia, voltada, cada vez mais, para o mercado interno, e a queda acentuada da marginalidade social, serviram de para-choque para as ameaças externas. Mas o que sobreleva é esta como blindagem aos pessimismos contumazes, pelo que revela e vem de salientá-lo o ministro Marcelo Neri. É um nível crescente de satisfação, que marca o nosso sentimento de bem estar. Nos índices internacionais, ele vai aos 63% nas tabelas internacionais do nosso IDF – Índice de Desenvolvimento Familiar – e, especialmente, nos quesitos de risco de vulnerabilidade familiar, disponibilidade de recursos, desenvolvimento infantil e condições habitacionais. Mas cai na exigência de acesso ao conhecimento para 38% e, sobretudo, nas incertezas quanto o acesso ao trabalho, lindando os 29%.

  • A responsabilidade do voto

    A participação do ministro Luis Roberto Barroso no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal será muito maior do que ele imaginava. ou desejava, até ontem. Será ele, e não o ministro Teori Zavascki, o primeiro a votar depois do relator e do revisor, no caso dos embargos declaratórios. E também será o primeiro voto na definição do plenário sobre a existência ou não dos embargos infringentes nos tribunais superiores.Embargos infringentes são aqueles que podem reabrir o julgamento quando os condenados receberam pelo menos quatro votos a favor.

  • A caça

    O título do filme dinamarquês A caça, do diretor Thomas Vinterberg, pode suscitar duas linhas de raciocínio: a caça aos cervos, comum nas áreas rurais daquela região, ou a verdadeira caçada humana levada a cabo contra o professor Lucas, de uma escola infantil, injustamente acusado da prática de pedofilia. A interpretação fica com os espectadores do filme premiado.

  • Tempos estranhos

    Outro dia, um amigo comentou, desconfiado a propósito dos últimos acontecimentos, que o país está "meio estranho" Em situação mais formal, coube ao ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello dizer, num julgamento em que o STF negou recurso sobre a morte em trote da USP, mantendo a decisão do ST} que encerrou a ação penal, que "tudo é possível porque os tempos são muito estranhos"

  • O futuro dos peitos

    Sempre à busca, por profissão e sina, de novidades e maravilhas que lhe possam atrair fregueses e assim garantir seu laborioso e incerto sustento, o escritor, em dias de sorte como hoje, regozija-se por haver achado uma notícia que talvez ainda não tenha chegado à meia dúzia de três ou quatro que o leem. Em si, ela já não causará o impacto que teria há algum tempo, mas enseja alguma meditação sobre o nosso futuro. Trata-se da criação de, digamos, um novo conceito gastronômico, qual seja o de que é bom comer rodeado de garçonetes esvoaçantes, que circulam de patins, usando shorts curtinhos, com os umbigos à mostra até quase lá embaixo e, principalmente, decotes panorâmicos. Se não estiverem servindo às mesas, fazem demonstrações de bambolê e dão cambalhotas em camas elásticas. Apressadamente, o jovem afoito aprovará, mas convém recordar que almoçar dessa forma pode suscitar problemas, pois não são nem um nem dois os casos narrados pelo Brasil afora de mortes pela temida congestão, ocorridas quando o imprudente finado comeu mocotó e foi aos dares e tomares com alguma senhora, ou teve os chamados baixos instintos vigorosamente incitados por visões provocantes.

  • O grande bródio

    Não sei se a culpa é de dona Dilma ou de Lula. O fato é que um dos dois, ou os dois juntos, anteciparam de maneira absurda a campanha eleitoral para a próxima Presidência da República. Aliás, o PT adora e se aproveita de qualquer coisa que mobilize suas bases. Uma vez no poder, a administração prosaica e banal não entusiasma a máquina que movimenta sua decantada militância.

  • Contra a impunidade

    A comissão formada na Câmara para propor uma nova versão da PEC 37, que impede o Ministério Público de realizar investigações criminais, é um exemplo auspicioso de como encaminhar questões polêmicas como essa para soluções de consenso.

  • Fora da zona de conforto

    Se as pesquisas mostrando um viés de baixa na popularidade da presidente Dilma causaram alguma mudança no ânimo de muitos dos políticos aliados, foi provocá-los a sair da zona de (des)conforto em que estavam, como se o resultado da eleição de 2014 estivesse já decidido, e procurar alternativas. Para os assessores do Planalto, o viés de baixa trouxe novas dores de cabeça, como o "encarecimento" do apoio no Congresso, a mostrar que nada está decidido e que se quiserem se manter no poder terão que suar a camisa.

  • Unidade de ação

    A presidente Dilma Rousseff, disposta a “fazer o diabo” para se reeleger, montou uma estratégia de sufocamento dos possíveis adversários saídos da base governista, mais capazes de lhe roubar votos de eleitores petistas. O senador Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e a ex-senadora Marina Silva, são os alvos preferenciais, Marina pela capacidade já demonstrada na eleição de 2010 de penetrar na esquerda ecológica, numa classe média moderna e nos evangélicos, e Campos pela potencialidade de atuação no Nordeste, onde o PT e seus aliados, inclusive o PSB, são fortes a ponto de terem dado a Dilma o dobro de votos que o candidato tucano José Serra recebeu.

  • Práticas rudimentares

    O mais importante das pesquisas que saíram nos últimos dias não é exatamente a queda de popularidade da presidente Dilma em si, pois ela continua muito bem avaliada, mas a confirmação de que essa avaliação é suscetível a mudanças quando a economia não anda bem.