O Papa, no dia seguinte
A avalanche da acolhida universal do Papa Francisco envolve, de imediato, a previsão do seu segundo tempo, ou de como vão se comportar as expectativas, após o impacto da escolha do Papa Bergoglio. De saída, no inevitável con-tra-tom, a nova imagem internacional foi à mídia, com o máximo detalhe, na alegada colaboração do Bispo Bergoglio com as autoridades militares, na eventual denúncia de padres de esquerda. De toda forma, o pontificado vai avançar, sem restolho, nem bombas de tempo, pela contundência dos desmentidos do único Prêmio Nobel da Paz argentino, Perez Esquivei, exatamente sobre Direitos Humanos. A recepção crítica insiste, por outro lado, em que o debruçar do Papa Francisco sobre os pobres pode permitir uma "retórica da caridade", ou a concentração das dimensões sociais do pastoreio, numa clássica política assistencialista. O pontífice, numa visão realmente global do seu ministério, penetraria nas próprias estruturas dos modelos da prosperidade contemporânea, a acelerar a concentração de renda, em todos os quadrantes da atualidade.



