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Artigos

 
  • Política estéril

    A vitória consumada do senador Renan Calheiros no Senado, e a provável do deputado federal Henrique Alves na Câmara amanhã, parecem dar razão aos defensores do pragmatismo político que faz com que partidos tão heterogêneos    ( serão mesmo ?) formem juntos na mesma coalizão governamental, ou, mais ainda, que senadores do PSDB acabem votando em Renan Calheiros aproveitando-se do segredo do voto, para garantir ao partido um lugar na Mesa Diretora.

  • Fato consumado

    Os especialistas dizem que em política só existem dois fatos a levar em conta: o fato novo e o fato consumado. Consumada a eleição dos dois candidatos oficiais à presidência da Câmara e do Senado, resta agora acompanhar os fatos políticos que decorrerão dessa tomada do Poder Legislativo pelo PMDB. Nas duas vezes em que isso aconteceu, fatos importantes marcaram a História do país.

  • Joel Silveira

    Emocionante o documentário de Geneton Moraes Neto exibido pelo canal Globo News no último sábado, sobre Joel Silveira, apresentado como o "maior repórter brasileiro". Pessoalmente, duvido sempre de expressões como "o maior" isso ou aquilo. O próprio Joel considerava João do Rio como o maior repórter, e eu sempre discordei dessa escolha. Conheço uns cinco que foram melhores do que ele, o Joel inclusive.

  • Bravatas perigosas

    O novo comando do PMDB no Congresso joga muito mais para o público interno do que para a opinião pública, e é essa a sua força política. Nos próximos dois anos, terá papel fundamental na facilitação, ou não, do governo Dilma, sendo ator importante na corrida presidencial de 2014. Da relação com o Executivo nascerá um PMDB influente e capaz de se impor na aliança governamental ou uma dissidência política que pode definir o rumo das futuras candidaturas.

  • Bravatas perigosas

    O novo comando do PMDB no Congresso joga muito mais para o público interno do que para a opinião pública, e é essa a sua força política. Nos próximos dois anos, terá papel fundamental na facilitação, ou não, do governo Dilma, sendo ator importante na corrida presidencial de 2014. Da relação com o Executivo nascerá um PMDB influente e capaz de se impor na aliança governamental ou uma dissidência política que pode definir o rumo das futuras candidaturas.

  • A conta de cada um

    Cada um faz a conta que quer. O PMDB contabiliza como vitória a candidatura do deputado federal Júlio Delgado, do PSB, não ter levado a disputa pela presidência da Câmara para o segundo turno, embora Henrique Alves tenha, por causa dela, recebido menos votos do que esperava. Um bom número de votos ao candidato do PSB teria sido dado pelo PT, para enfraquecer o PMDB. A eleição de Alves teria sido, sobretudo, a demonstração de que o PT na Câmara não tem força para se contrapor ao PMDB.

  • Adeus, Frei Caneca 511

    Doze segundos.  Não demorou mais do que isso, no dia 10 de novembro de 2012, a implosão do edifício de sete andares em que funcionou o complexo Bloch de empresas gráficas e jornalísticas.  Triste fim de  um incrível império montado especialmente pela competência e intuição do brasileiro nascido na Ucrânia, Adolpho Bloch.                                             Naquele local exerci atividades durante cerca de 15  anos, antes de ir para o monumental prédio da rua do Russell (projeto de Oscar Niemeyer).  Tenho muitas lembranças desse período, a começar pela redação improvisada da Manchete Esportiva, quando trabalhei com a família Rodrigues (Augusto, Paulo e Nelson).  Depois, os dois anos de direção da revista Sétimo Céu, quando criei as primeiras fotonovelas brasileiras e elevei a circulação para perto de 200 mil exemplares.                                             O prédio, que agora virou sete toneladas de entulhos, traz gratas recordações.  Como a entrevista que fiz com o então jovem compositor Tom Jobim, numa sala apertada do segundo  andar.  Houve também as visitas recebidas no sétimo andar, onde os almoços ficaram famosos, a ponto de a empresa passar a ser conhecida como “um grande restaurante que editava revistas.”                                             Para se chegar ao andar das redações ou mesmo ao restaurante, era preciso passar por um amplo galpão em que ficavam as modernas máquinas de offset e a  rotativa Webendorf, que rodava as revistas coloridas, uma novidade para a época.  O primeiro impacto do visitante era com as offsets alemãs, que imprimiam de duas em duas cores, embalagens como as da gillette e as da cachaça praianinha.  Surgia sempre o comentário infalível:  “Como se bebe nessa terra”, pois as tiragens em geral eram de 20 milhões de unidades.                                            Quando chegamos para trabalhar naquelas instalações, no ano de 1955, havia uma inscrição no alto do prédio: “B.Bloch & Irmãos”.  Durou assim muito tempo.  Um dia, numa viagem feita a Buenos Aires, com Albert Sabin,  perguntei ao Adolpho o que isso significava.  Ele desfiou uma enorme mágoa que guardava dos irmãos mais velhos, Bóris e Arnaldo:  “Fizemos a firma, mas eles não confiavam em mim.  Diziam que eu era viciado em cassinos.  Não colocaram o meu nome.  Hoje, mandei trocar tudo porque só Deus sabe o duro que dei para transformar  aquilo numa grande empresa.”  Disse isso, num restaurante de Buenos Aires, com lágrimas que  teimavam em cair dos seus olhos azuis.                                             No Rio, havia o convencimento de que Adolpho era um mago.  Ele fazia o controle de qualidade dos seus produtos pessoalmente.  Puxava uma folha impressa, ao acaso, e descobria defeitos de impressão inadmissíveis.  Dava broncas colossais nos operários, que conheciam a frase do velho, sempre repetida: “Com a qualidade gráfica não se brinca.”                                              Foi lá que nasceu a revista Manchete, em 1952, sob a direção do cronista Henrique Pongetti, sucedido respectivamente por Hélio Fernandes, Otto Lara Rezende, Nahum Sirotsky e Justino Martins.  Até que veio a transferência para o Russell, em 1970, quando então a empresa conheceu os seus dias mais gloriosos.  Frei Caneca nº 511 foi um marco.

  • Os voos de Ari Vidal

    Foi um desses convívios inesquecíveis.  Éramos jovens, pouco mais de 10 anos de idade,  e nossas famílias tiveram a mesma ideia de nos matricular no ginásio do Colégio Vera Cruz, na rua Hadock Lobo, na Tijuca.  Frequentamos as mesmas turmas, a partir da primeira série, e a lembrança dos professores por vezes nos unia, em papos agradáveis.  Lembra do Afro? E do dr. Oswaldo?  (ríamos porque ele era médico e dava excelentes aulas de matemática).  E a d. Maria da Conceição, que lecionava desenho e chamávamos de dona Teteca? Bons tempos, bons tempos.                                               A escola tinha um enorme campo de futebol.  Nossas aulas de educação física eram animadíssimas peladas, apitadas pelo prof. Adair.  Eu jogava no meio do campo, com um fôlego elogiável, e o Ari Ventura Vidal agarrava no gol, alto que era, com uma competência extraordinária para a sua idade.  Tinha  muita elasticidade e seus voos em busca da bola se tornaram célebres.  Acabou ganhando o apelido de “Ari Borboleta”.                                              Anos depois, encontramo-nos novamente, no campeonato carioca de basquetebol (categoria juvenil).  Ele atuando pelo Tijuca T.C., eu defendendo as cores do América F.C.  Houve um fato histórico: o AFC, arrancando recursos não se sabe de onde, resolveu construir o seu ginásio, no espaço paralelo à rua Gonçalves Crespo.  Era o fim da quadra de saibro que dava para a famosa barreira de Campos Sales.  Jogo de estreia: América x Tijuca.  Lá estavam os dois colegas e amigos, um de cada lado.  Lembro que o primeiro arremesso da partia foi feito pelo Ari.  A bola bateu no aro e voltou para as minhas mãos.  Corri para o garrafão adversário e, pressentindo a brecha, entrei por ali e arremessei.  A  bola  bateu na tabela, quicou no  aro, e sobrou para o altão Arnolfo Pimenta de Melo (de uma família de atletas) e ele, com um leve toque, inaugurou o marcador do novo ginásio.  Eu e o Ari, depois comentando, revelamos a nossa frustração pelas chances perdidas.                                            A vida seguiu para cada um de nós e ele se tornou um belíssimo treinador de basquetebol.  Foi medalha de bronze no Mundial de Manila, em 1978, e conquistou o título do Pan, em 1987.  Numa decisão épica, o Brasil venceu os Estados Unidos, em seu território, por 120 a 115, com atuações espetaculares de Marcel e Oscar, que se tornaram, graças à inteligente estratégia de Ari, os reis do garrafão.                                            O meu amigo foi técnico do Tijuca, Flamengo, Vasco, Fluminense, Minas e Cortinthians de Santa Cruz do Sul(RS), pelo qual foi campeão brasileiro de 1994.  Comandou a seleção masculina brasileira em 16 competições, sempre com muita argúcia, duas delas nas olimpíadas de Seul-1988 (5º lugar) e Atlanta 1996 (6º. Lugar).  Também dirigiu a seleção brasileira feminina em 11 partidas, vitorioso em 8 delas.  Com ele, nossos times se tornaram mais agressivos, arriscando  mais as cestas de três pontos.  Teve  no treinador Kanela o seu modelo de técnico.  Tentou fazer um timaço no América, mas não lhe foi dada a devida cobertura.  Morreu aos 77 anos de idade, bem antes do tempo, mas com uma carreira brilhante de jogador e técnico.  Deixa saudade.

  • O pintor de palavras

    Na Maratona Escolar de 2011, promovida pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, com o apoio da Academia Brasileira de Letras, o escolhido para motivar os trabalhos dos alunos do 6º ao 9º  ano foi o escritor gaúcho Erico Veríssimo.  Ao falar  na XV Coordenadoria de  Educação, em Santa Cruz, que abrange 90 mil alunos, abordei aspectos marcantes do autor de “O tempo e o vento”, a começar  pelo saudável hábito de ler com profusão autores nacionais e estrangeiros.  Daí ter se tornado “um pintor de palavras”.                                                Num determinado ponto da sua brilhante carreira, chegou-se a comentar que o seu estilo literário tinha certas semelhanças com a obra de Aldous Huxley, de que tinha sido um leitor voraz.  Nada confirmado, pois Erico era um gaúcho autêntico, totalmente identificado com as coisas da sua terra.  As referências topográficas, de costumes, climáticas e de linguagens surgiam naturalmente, sem qualquer exagero ou falsidade.                                                  Com uma obra de altíssima qualidade, estranha-se que Erico Veríssimo não tenha sido membro da Academia Brasileira de Letras, mas é possível afiançar que  ele jamais desejou essa glória.  Preocupou-se muito mais com a sua obra altamente qualificada, com todos os desdobramentos vitoriosos na televisão e no cinema.  “O tempo e o vento” foi um sucesso na Rede Globo, com Tarcísio Meira (Capitão Rodrigo) e Glória Pires (Ana Terra) nos papéis principais. 

  • Resta a burocracia

    Esclarecida a questão da perda de mandatos dos quatro parlamentares que tiveram seus direitos políticos cassados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não resta mais nenhum recurso aos reclamantes que tentar protelar ao máximo os trâmites burocráticos dentro da Câmara. O presidente Henrique Alves esclareceu que quando afirmava que a questão seria finalizada na Câmara, se referia justamente a esses passos que têm que ser dados antes de declarar vagas as cadeiras e convocar os respectivos suplentes.

  • 'Vamos brincar separados'

    "Este ano, tá combinado, nós vamos brincar separados." A marchinha parece coisa do Zé Kéti, não tenho certeza, fez sucesso num ano qualquer dos Carnavais do passado. Prevendo um acidente de percurso, há uma advertência: "Se acaso o meu bloco encontrar o seu, não tem problema, ninguém morreu".

  • A questão das alianças

    A candidatura do governador de Pernambuco Eduardo Campos do PSB à presidência da República parece a cada dia mais cristalizada no projeto dos socialistas, e agora tratada não mais como objetivo de longo prazo. Caminhamos para uma disputa eleitoral com vários candidatos, e pelo menos dois deles saídos da base governista que está no poder há dez anos: o próprio Campos, a se confirmar sua decisão, e a ex-senadora Marina Silva, por um novo partido a ser formado.

  • O partido-rede

    O partido que a ex-senadora Marina Silva começa a revelar amanhã na reunião plenária que marcará seu lançamento oficial pretende ser um instrumento para desmontar as velhas estruturas partidárias e estabelecer uma rede de relacionamento entre diversos políticos, pertencentes ou não à nova sigla, mas unidos em torno de princípios éticos e programáticos.

  • Visões da crise

    O Instituto Fernando Henrique Cardoso colocou no You Tube (http://bit.ly/YweALT) um debate fechado realizado em setembro do ano passado sobre o livro do economista José Roberto Affonso “Keynes, Crise e Política Fiscal”, com a participação do ex-presidente e do ex-ministro Delfim Netto, além de vários economistas de diferentes correntes: Roberto Macedo, professor da USP e da FAAP, próximo dos tucanos; Julio Gomes de Almeida, professor da UNICAMP, primeiro secretário de política econômica de Guido Mantega, e orientador da tese de doutorado de Affonso que originou o livro; José Carlos Braga, também da UNICAMP, irmão do senador Eduardo Braga, identificado com o PT e Samuel Pessoa, é pesquisador da FGV, que foi assessor do ex-senador Tasso Jereissatti, também presente ao encontro.

  • Volta das férias

    Como alguns - ou muitos, quem sabe - de vocês temiam, não foi ainda desta vez que desapareci em Itaparica, para nunca mais ser visto. Houve a tentação e a oportunidade, mas resisti, desconfiado do que queriam dizer os sorrisos dos interlocutores, quando se inteiravam dessa possibilidade. E aí eis-me de volta, naturalmente trazendo-lhes a narrativa de alguns dos empolgantes acontecimentos que marcaram minhas férias. Como todos os escolares de meu tempo, treinei para isso no colégio. A diferença está em que, nessa época, a maioria de nós contava as piores lorotas sobre as férias, ou com o objetivo de impressionar uma colega e talvez a professora (eu mesmo era suspirosamente apaixonado pela minha professora de português, no antigo ginásio), ou porque as férias de verdade não tinham sido das mais famosas. Mas o que se segue não são lorotas e está aí Itaparica inteira, que não me deixa mentir.