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Artigos

 
  • Pernas de pau e cabeças de bagre

    Tempos atrás qualifiquei Garrincha e Pelé, principalmente Garrincha, como praticantes de um futebol provinciano, de pelada suburbana. Se tivesse metido o malho nas instituições pátrias ou no Verbo Unigênito teria ofendido a menos gente.

  • Política do P grande

    No centenário de sua morte, ainda hoje não descobrimos o que mais de Joaquim Nabuco celebrar: se a obra intelectual, de que certamente Minha Formação é fulgurante exemplo, ou se a ação do abolicionista, na maior das campanhas políticas que o Brasil conheceu. Entre o intelectual, o político, o parlamentar, o orador e o homem público, a quem reverenciar?

  • Por outro lado

    Outro dia, conversando com ilustre filólogo, referência obrigatória na matéria, comentamos as dissidências entre gramáticas antigas e modernas, mas sobretudo entre gramáticas e os manuais de redação usados por jornais, revistas, TVs, agências de publicidade e de comunicação.

  • Receita de Vice

    Cada vez entendo menos de política. Não quer isso dizer que entenda de outras coisas, como o futebol, por exemplo. Mas sei que qualquer técnico, ao escalar um time titular, procura escolher o time reserva para a eventualidade de uma substituição. Todos os titulares têm um reserva adequado, muitas vezes tão bom que fica difícil saber quem é o titular e quem é o reserva.

  • Vacinas antigripal: as controvérsias

    Na última sexta-feira, uma senhora adentrou o Centro Administrativo do Estado, na Praia de Belas, e lá fez um escarcéu. Por motivos, aliás, ponderáveis: ela queria se vacinar contra a gripe e estava faltando vacina nos postos a que foi.

  • Vidros e Vidraças

    Em um de seus filmes mais populares, Carlitos é vidraceiro e adota um menino de rua. Saem os dois para trabalhar, o garoto quebra o vidro de uma janela e foge, Carlitos aparece como por acaso, o dono da casa o chama, combinam o serviço, e o dia está ganho. Na hora do almoço, tanto o vidraceiro como o seu ajudante têm o que comer.

  • Política e Academia

    Venho acompanhando há mais de vinte anos a singular trajetória do Fórum Nacional, obra notável do grande brasileiro que é João Paulo dos Reis Velloso. Consolidado como espaço público dos mais relevantes para o debate de ideias e a formulação de propostas voltadas para o crescimento, o desenvolvimento e a modernização do Brasil, tem prestado relevantes serviços ao país.

  • A chave do insucesso

    A propósito da tragédia configurada pelos resultados do último Ideb, que reprovou a educação brasileira, muitas considerações têm sido feitas, umas pertinentes, como a necessidade de valorização do professorado, outras pouco práticas, como a possível federalização do ensino fundamental. O governo central teria condições de responder por essa imensa carga? E haveria competência para isso?

  • A Flip vem aí

    Que o Brasil está mudando para melhor não pode haver dúvida. É só consultar os números: os indicadores econômicos, os indicadores de saúde e bem-estar social (a mortalidade infantil diminuindo, a expectativa de vida aumentando, o analfabetismo caindo, pessoas saindo da faixa da pobreza absoluta). E isso se manifesta também na área cultural: o mercado livreiro está crescendo, a rede de ensino está introduzindo os jovens à literatura e, detalhe interessante e significativo, aumenta o número de eventos livreiros-literários.

  • A força da arena acadêmica

    O gesto de premiar, que nos premia também, pois, como ensinou Nabuco, nós somos quarenta, mas não somos os quarenta. É meritório reconhecer os valores que não são os da casa. Isto, mais que uma obrigação ética, é uma satisfação para os acadêmicos. Anotemos que entre os premiados há valores de muitos brasis e de diferentes gerações, selecionados em votação nas comissões e no plenário, a partir de pareceres subscritos por acadêmicos. Isto, em relação ao gesto de premiar.

  • A volta do caderno rabugento

    Não sei se vocês se lembram de quando lhes falei, acho que no ano passado, num caderninho rabugento que eu mantenho. Aliás, é um caderninho para anotações diversas, mas as únicas que consigo entender algum tempo depois são as rabugentas, pois as outras se convertem em hieróglifos indecifráveis (eu sei que o recomendado é “hieróglifo”, mas sempre achei que quem diz “hieróglifo” está tentando descolar alguma coisa dos dentes), assim que fecho o caderno. Claro, é o reacionarismo próprio da idade, pois, afinal, as línguas são vivas e, se não mudassem, ainda estaríamos falando latim. Mas, por outro lado, se alguém não resistir, a confusão acaba por instalar-se e, tenho certeza, a língua se empobrece, perde recursos expressivos, torna-se cada vez menos precisa.

  • Anticlímax e eleições sem surpresas

    O nítido anticlímax eleitoral tomou conta das primeiras semanas de campanha. Seu pano de fundo são os 77% de apoio ao atual governo e as dificuldades de uma oposição clássica para o confronto. E o ativo político do país hoje é desta consciência profunda da mudança acelerada nesta década, a assentar uma visão difusa, mas não menos certeira do voto-opção.

  • Como é boa a hora do reconhecimento

    Todos sabem que a profissão do magistério traz imensos benefícios. Seria falso, no entanto, afirmar que não tem lá suas compensações, que costumamos valorizar quando elas se casam com o exercício pleno de uma verdadeira vocação.

  • Cony de corpo inteiro

    Ele insiste em não querer se apresentar por completo aos seus leitores. Uma forma dissimulada de modéstia ou de fazer aquilo que no esporte se chama "esconder o jogo". Assim é o escritor e acadêmico Carlos Heitor Cony, de quem somos amigos há mais de 30 anos. Primeiro escreveu o seu antológico "Quase memória". Não contou tudo, mas deixou claro o afeto pelo pai, jornalista da velha guarda, além do apreço pelos balões hoje proibidos.