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Artigos

 
  • Zecamunista fecha com Dilma

    Sou do tempo do furo de reportagem e, embora há muito tempo afastado das redações, ainda vibro com a oportunidade de dar uma notícia em primeira mão, o que agora faço através do título acima, ao qual não resisti adicionar um ponto de exclamação. É a pura verdade. De volta a Itaparica, depois de sua temporada de inverno, em consagradoras rodadas de pôquer com magnatas até de Santo Antônio de Jesus, Zecamunista apareceu inesperadamente no bar de Espanha, durante o happy hour das 10 da manhã, e anunciou a abertura do Comitê Eleitoral Tamos com Ela.

  • Monotonia temática e certezas óbvias

    O último debate dos presidenciáveis não demonstrou apenas a pobreza polêmica do entrevero mas, sobretudo, de que forma a temática de um programa de governo não sensibiliza a nova ida às urnas. Não é só o fato consumado da vitória de Dilma que vem à frente, mas esse quase consenso, do que há a fazer daqui para diante.

  • Construção da paz e realpolitik

    A pergunta sobre política externa dirigida por Serra a Dilma, no último debate televisivo, inquieta quanto à estreiteza da visão tucana do nosso País lá fora. Não há que extremar um repúdio a Lula pela retórica de aproximação com o Irã, frente aos objetivos, a largo prazo, do nosso horizonte internacional. Trata-se, sim, da mais clara realpolitik, e é dela que, por paradoxo, exatamente se alcança um novo conceito de paz para os nossos dias. Aliás, não foi em outra dimensão que Dilma respondeu a Serra, precisando o quanto superfra-ses, ou meias palavras, valem sempre para reabrir o clima de debate e diálogo, indispensáveis à quebra do mundo das hegemonias e seus preconceitos.  

  • Ovo de Colombo

    Simbolismo é coisa que ao ovo não falta. Por causa de sua forma, lembra-nos o próprio planeta que habitamos. O ovo contém a semente da vida, e é por isso um símbolo de fertilidade, da potência até (o ovo de codorna é particularmente famoso neste sentido), do ciclo vital. Não por outra razão se tornou um emblema da Páscoa, a festa da ressurreição de Cristo. Finalmente vamos lembrar que, quando Colombo colocou um ovo de pé sobre a mesa, quebrando um pouco da casca, criou uma metáfora para lembrar que dá para fazer coisas inesperadas mediante a inteligência.

  • Falemos de flores

    O paraibano Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilo, Geraldo Vandré, que neste mês completou 75 anos, é uma das figuras mais fascinantes da música popular brasileira.

  • A mãe do povo

    Dilma Rousseff é uma pessoa simples e afável. Essa foi a impressão que me deu, ao conhecê-la. Tem uma folha de serviços respeitável no governo Lula e quando secretária no Rio Grande do Sul, mas não é mãe do povo, nem será, como afirma, nem minha mãe, que já tive a minha, insubstituível e faleceu. Penso que se encontra entre as estrelas do firmamento. Nem quero mais mãe alguma, que me basta a vida com sua ternura ou furor, basta a sorte de cada dia, basta a luta de sobrevivência.

  • Enfim, a solução

    Não lhe guardei o nome, o número e o partido. Guardei apenas a cara, uma cara subdesenvolvida. Poderia ser a de um figurante anônimo num filme do Cinema Novo. Durou poucos segundos na tela, mas houve tempo para dar o seu recado: 'Eu sou a solução!'

  • O revolucionário caravaggio

    Michelângelo Caravaggio nasceu na cidade do mesmo nome em 1571, Itália e faleceu em Porto Ercole, no ano de 1610.Revolucionou a pintura com uso de contrastes, entre luz e sombra, com alta dramaticidade, criando quadros que se destacam por lances de brutalidade ou cenas de sangue. Com uma abordagem reflexiva, ora de ódio, ora de terror, ora de culpa, cercado de uma violência que não se amenizava entre o escuro e o rubro, sendo contraditoriamente, com a paixão, um zeloso defensor da Contrareforma.

  • Quem?

    Desconfio de que já contei esta história em crônica muito antiga, mas de forma incompleta. Agora, com a proximidade das eleições, acredito que ela deva ser relembrada. O escritor Álvaro Lins foi editoria-lista do 'Correio da Manhã', chefe da Casa Civil na Presidência de JK e embaixador em Portugal, onde, aliás, criou um caso internacional dando asilo a um adversário do regime salazarista. Muitos o consideram o crítico literário mais completo do Brasil. Sua entrada na Academia Brasileira de Letras foi uma noite memorável, pois chegou atrasado duas horas para a cerimônia. Em Lisboa, ele decidiu visitar a Suíça, sendo ali recebido com todas as honras. Na manhã do seu primeiro dia em Genebra, depois de ler os jornais locais, deu um giro pela cidade em companhia de um funcionário do governo. Andou pelas ruas, de carro e a pé.

  • A pizza e o strogonoff

    Em Brasília o clima tem sido denso de fofocas, expressão popular que os comentaristas políticos, sérios, conspícuos, traduzem por "tensão". E aqui entre nós, as tensões têm sido muitas e graves: quebra de sigilo na Receita Federal, escândalos na Casa Civil, longuíssima e inútil discussão no Supremo Tribunal Federal sobre a lei da Ficha Limpa, nepotismo diversificado e, menos recente, o mensalão envolvendo parlamentares, prisão de políticos, desentupido tráfico de influência, corrupção em várias modalidades e por aí vai.

  • Cinema e Contestação

    Neste domingo, às 18 horas, graças ao dinâmico Santander Cultural e à fantástica Aliança Francesa, terei uma missão gloriosa: participarei de um debate com o grande cineasta israelense Amos Gitai e seu produtor, Laurent Truchot. Gitai veio de um festival sobre sua obra, realizado no Rio, e aqui encerrará a Mostra Especial que reúne vários e importantes filmes, marcos de uma carreira marcada pelo talento e pela coragem.

  • Lula ficou tiririca

    Tudo bem. Apesar das trapalhadas dos últimos dias, as eleições foram calmas e os resultados mais ou menos previstos: a queda de Dilma e a subida de Marina. Mais uma semana e ela poderia entrar no segundo turno.

  • Os estudantes fogem da escola

    Foi uma comemoração singela, de acordo com a personalidade da homenageada. A professora Edília Coelho Garcia, ao completar os seus primeiros 90 anos de vida, como se disse no belo cartão que lhe foi entregue, na Casa de Julieta Serpa, no Rio, falou um pouco sobre as lembranças e as esperanças que ainda tem em relação a educação brasileira. Não escondeu o seu tradicional e conhecido espírito crítico: “Se não forem feitas mudanças substanciais, será difícil encontrar o caminho que nos leve ao crescimento desejado.”

  • O Papa do dissenso democrático

    O Papa acaba de realizar na Inglaterra viagem exemplar para dizer da sua lição sobre modernidade e secularização. Bento XVI, pouco dado a viagens, ao contrário de seu antecessor, tem buscado lugares canônicos para desenvolver esta visão contemporânea da Igreja, diante dos conflitos culturais emergentes da "guerra de religiões" ou, sobretudo, do confronto entre ciência e crença centrado na profunda discussão sobre o relativismo contemporâneo e os novos embates entre a fé e o conhecimento.