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Artigos

 
  • O escritor misterioso

    Um crítico americano considerou-o “o primeiro grande livro do século 21”. “Uma consumada performance”, disse Jonatan Lethem no New York Times. Nos Estados Unidos, o livro recebeu o National Book Critics Circle Award de 2008, prêmio dado por um júri nacional de críticos literários; e figurou como “livro do ano”, ou na lista dos melhores livros do ano, no New York Times Book Review, Time, Los Angeles Times, The Washington Post, San Francisco Chronicle, Village Voice, Kirkus Review, Publishers We.

  • O "orinó" de dom Pedro

    Há uma frenética corrida no país para regulamentar profissões. São dezenas de projetos que diariamente chegam às casas legislativas. Uns bons, outros nem tanto, mas os textos de todos excessivos na tentativa de dominar espaços exclusivos, que defendem território mais do que ursa no cio.

  • O proletário da pena

    O título não lhe foi atribuído em algum concurso público. Ele próprio, com o seu aguçado espírito crítico, proclamou-se “proletário da pena”. Escrevia muito, fez 52 livros de sucesso, em 48 anos de vida (morreu em 1934), mas não conseguiu amealhar fortuna. Ficou rico de inimigos, um dos quais, João do Rio, foi vítima preferencial do Conselheiro X.X., apelido do escritor maranhense Humberto de Campos. Ao mesmo tempo, tinha grande admiração pelo estilo ornamental de Coelho Neto, seu conterrâneo  de São Luís.

  • O renascimento do Cruzeiro

    Ser membro da Academia Brasileira de Letras é, naturalmente, uma distinção, mas tem os seus inconvenientes, como descobri na semana passada: tendo ido ao Rio para a reunião da ABL, perdi um acontecimento histórico: ao derrotar o Brasil de Farroupilha, o Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre garantiu seu retorno à primeira divisão do futebol gaúcho, após 32 anos de ausência. Lamento que meu falecido pai, José Scliar, cruzeirista fanático (e um dos 18 torcedores que, segundo o folclore porto-alegrense, o Cruzeiro tinha) não haja vivido esse momento glorioso. Foi meu pai quem me introduziu ao futebol: eu tinha a paixão pelo Cruzeiro no genoma.

  • Os Dungas

    Estive com Dunga uma vez, e em circunstâncias curiosas. Ambos disputávamos uma partida, não de futebol, mas de basquete, num evento promovido pela Associação Cristã de Moços. Que eu lembre, a atuação dele não foi espetacular - claramente que basquete não em sua praia (nem a minha, por sinal), mas recordo sua cordialidade, seu bom bumor. O que remete a seu apelido, e este, por sua vez nos faz evocar a história dos sete anões. Na versão atribuída aos irmãos Grimm, Branca de Neve foge da rainha malvada e vaidosa e entra na floresta.A partir daí, muitos de nós somos guiados pela versão cinematográfica, o famoso desenho animado de Walt Disney, Seguindo os graciosos animalzinhos da floresta, a moça chega a uma casinha onde tudo é miniatural, mesa, cadeiras, camas. E tudo muito esculhambado, muito sujo. Ajudada pelos bichos, a virtuosa Branca de Neve arruma a casa toda e vai dormir. Ao anoitecer, chegam os donos da casa, os sete anões. Retornam de seu trabalho - e 'leiam a Coincidência - numa mina de diamante, como as muitas que tornaram célebre a África do Sul, onde o Dunga treinador agora está, Na versão de Disney, os anões são inesquecíveis, tanto pela aparência como pelos apelidos (na história original, nem apelidos, nem nomes, existiam). Assim, temos o Soneca, em quem um médico diagnosticaria hipersonia, em resultado da qual está sempre dormindo. Dengoso é sentimental, derrete-se de emoção. Zangado, ao contrário, é um anão de mal com a vida, enquanto Feliz está sempre numa boa. Atchim é um claro portador de rinite alérgica, está sempre espirrando; e o Mestre, fazendo jus ao nome, é o sábio do grupo, o guru dos anões ..

  • Pensamentos Imundos

    Não sei como nem quando inventaram ou descobriram a existência dos Anjos de Guarda. Apesar de ter sido seminarista, não me lembro de ter aprendido qualquer coisa sobre o assunto. Somente a certeza de que, cada ser humano, eu inclusive, temos um ser angelical que toma conta da gente.

  • Pernas de pau e cabeças de bagre

    Tempos atrás qualifiquei Garrincha e Pelé, principalmente Garrincha, como praticantes de um futebol provinciano, de pelada suburbana. Se tivesse metido o malho nas instituições pátrias ou no Verbo Unigênito teria ofendido a menos gente.

  • Política do P grande

    No centenário de sua morte, ainda hoje não descobrimos o que mais de Joaquim Nabuco celebrar: se a obra intelectual, de que certamente Minha Formação é fulgurante exemplo, ou se a ação do abolicionista, na maior das campanhas políticas que o Brasil conheceu. Entre o intelectual, o político, o parlamentar, o orador e o homem público, a quem reverenciar?

  • Por outro lado

    Outro dia, conversando com ilustre filólogo, referência obrigatória na matéria, comentamos as dissidências entre gramáticas antigas e modernas, mas sobretudo entre gramáticas e os manuais de redação usados por jornais, revistas, TVs, agências de publicidade e de comunicação.

  • Receita de Vice

    Cada vez entendo menos de política. Não quer isso dizer que entenda de outras coisas, como o futebol, por exemplo. Mas sei que qualquer técnico, ao escalar um time titular, procura escolher o time reserva para a eventualidade de uma substituição. Todos os titulares têm um reserva adequado, muitas vezes tão bom que fica difícil saber quem é o titular e quem é o reserva.

  • Vacinas antigripal: as controvérsias

    Na última sexta-feira, uma senhora adentrou o Centro Administrativo do Estado, na Praia de Belas, e lá fez um escarcéu. Por motivos, aliás, ponderáveis: ela queria se vacinar contra a gripe e estava faltando vacina nos postos a que foi.

  • Vidros e Vidraças

    Em um de seus filmes mais populares, Carlitos é vidraceiro e adota um menino de rua. Saem os dois para trabalhar, o garoto quebra o vidro de uma janela e foge, Carlitos aparece como por acaso, o dono da casa o chama, combinam o serviço, e o dia está ganho. Na hora do almoço, tanto o vidraceiro como o seu ajudante têm o que comer.

  • Política e Academia

    Venho acompanhando há mais de vinte anos a singular trajetória do Fórum Nacional, obra notável do grande brasileiro que é João Paulo dos Reis Velloso. Consolidado como espaço público dos mais relevantes para o debate de ideias e a formulação de propostas voltadas para o crescimento, o desenvolvimento e a modernização do Brasil, tem prestado relevantes serviços ao país.

  • A chave do insucesso

    A propósito da tragédia configurada pelos resultados do último Ideb, que reprovou a educação brasileira, muitas considerações têm sido feitas, umas pertinentes, como a necessidade de valorização do professorado, outras pouco práticas, como a possível federalização do ensino fundamental. O governo central teria condições de responder por essa imensa carga? E haveria competência para isso?