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Artigos

 
  • A crise e a testosterona

    Leio num jornal europeu que a crise econômica que varre o mundo, provocando a queda da atividade industrial, gerando desemprego e afetando todos os setores do cotidiano dos cidadãos, também está invadindo outras áreas, impensáveis num mundo que não fosse dominado pela sociedade da comunicação.

  • O inusitado sequestro

    A partir de julho, uma nova companhia aérea dos EUA vai oferecer voos confortáveis para animais de estimação. A Pet Airways, cujo autoproclamado objetivo é "oferecer uma solução segura e confortável para o transporte aéreo de animais domésticos", vai inaugurar seus serviços com um Beechcraft 1900 totalmente transformado. O avião poderá transportar 50 cachorros e gatos. Os assentos foram substituídos por prateleiras com compartimentos especiais. A bordo um assistente faz ronda a cada 15 minutos para ver se tudo está bem. Segundo estudos feito nos EUA, onde existe um verdadeiro culto aos animais de estimação, cerca de 76 milhões de cães de gatos viajam por ano, dos quais 2 milhões em avião. Folha Online

  • Os partidos reféns do PAC

    O impacto da candidatura Dilma venceu, de vez, o passo da aceitação definitiva da sua dimensão nacional. Nesta altura não há um pós-Lula, mas um pós-Dilma, na eventualidade de o impredimento da doença se sobrepor ao que agora é um fato consumado diante da opinião pública. Seus desdobramentos, de qualquer forma, não alterarão o rumo da opção profunda, por onde vai o povo de Lula.

  • A melhor defesa da mulher

    Autor do livro “A educação nacional”, José Veríssimo discutiu intensamente, no Jornal do Brasil, a reforma da educação pública, a partir das ideias positivistas de Benjamin Constant, a quem ele atribui o máximo de liberalismo.

  • O acordo não veio para confundir

    Não seria lógico que se pretendesse unanimidade, na adoção do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa. Há resistências dentro e fora do país, algumas respeitosas, outras despropositadas. Como exemplo do que não constroi, podemos citar a TV Câmara, que, em lugar de esclarecer, como parece ser a sua obrigação, adota o clássico pensamento de Abelardo Chacrinha e faz a maldade: " O Acordo veio mais para confundir!". Esta é pelo menos a reiterada opinião do apresentador Paulo José Cunha.

  • O novo Brasil e a velha Petrobras

    A iniciativa do PSDB de propor a CPI da Petrobras é o lance necessariamente temerário para marcar a presença da oposição, a largo prazo, na crítica do nosso modelo de desenvolvimento. É, talvez, um paradoxo no sentido de transferir para o problema exausto da inconfiabilidade fiscal da empresa, o debate de fundo, que mal começa, sobre o novo marco regulatório que deverá definir quem explorará as reservas do pré-sal do País.

  • Tragédia inacabada

    O relatório do Banco Mundial sobre violência na América Latina é de deixar frio nos ossos. E, pior ainda, de nos esquentar a consciência por termos perdido no Brasil a oportunidade de abolir o comércio de armas.

  • A doença social

    Na Londres do século 19, um imposto facilitou muito a disseminação da tuberculose. Esta afirmação certamente surpreende o leitor, mas ela é explicável. O imposto em questão incidia sobre janelas. Exatamente, sobre janelas (a fúria fiscal não é de hoje). Para ter uma janela era preciso pagar. Resultado: os pobres, que não tinham dinheiro, também não tinham janelas nos tugúrios em que viviam, numa época em que a Revolução Industrial trazia milhares de pessoas para as cidades, em busca de trabalho. Famílias numerosas viviam confinadas, num ambiente sem renovação do ar. O micróbio da tuberculose não poderia pretender melhores condições para se propagar. Tornou-se a “peste branca”, expressão que aludia à “peste negra”, a peste bubônica que, no início da modernidade, devastou a Europa. Era a enfermidade de artistas, de poetas, de escritores: Castro Alves, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira, entre outros, estavam entre os tísicos famosos no Brasil.

  • A família da bolsa

    RIO - Seria suprema ingenuidade nossa imaginar que um programa do porte do Bolsa Família passaria incólume, sem críticas da sociedade brasileira, sobretudo a mais ilustrada. Entretanto, no conjunto, os seus resultados são formidáveis, considerando o atendimento de quase 12 milhões de famílias nas várias regiões em que se divide o país.

  • Bilhete premiado. Premiado?

    Idosa encontra bilhete premiado depois de quatro anos. Uma australiana de 73 anos recebeu agora o equivalente a R$ 3,1 milhões como prêmio de um jogo de loteria realizado há pouco mais de quatro anos. A mulher, uma fazendeira, tinha esquecido de conferir o bilhete, comprado em 2004. Apenas recentemente, ela o encontrara em uma gaveta, num envelope cheio de bilhetes antigos. O marido ponderou que os bilhetes provavelmente não tinham validade, mas, mesmo assim, ela resolveu ir a uma casa lotérica para conferir. E aí a surpresa: um dos bilhetes estava premiado com 2 milhões de dólares australianos. Apesar da surpresa, a vencedora não tem planos para o prêmio. "Na minha idade não há muito mais o que fazer, queremos é nos desfazer das coisas", disse ela. "O prêmio teria sido mais útil há alguns anos." Folha Online

  • O drama da doença mental

    Ferreira Gullar, de quem sou amigo há muito tempo, é um grande poeta, e um grande ser humano, uma pessoa de vida difícil e sofrida. Perseguido pela ditadura, passou longo tempo no exílio, e, como se isso não bastasse, tem um filho esquizofrênico vivendo num sítio em Pernambuco; um outro filho, igualmente esquizofrênico, morreu de cirrose. Baseado em sua dolorosa experiência, Gullar escreveu em sua coluna da Folha de S. Paulo três artigos protestando contra a falta de vagas hospitalares para doentes mentais. “Ninguém aguenta uma pessoa delirante ou agressiva dentro de casa”, desabafou. A repercussão foi extraordinária, com centenas de leitores manifestando-se, e muitas entrevistas, incluindo matéria de capa na revista Época do último fim de semana. Ferreira Gullar trouxe à tona um problema real, candente e polêmico.

  • Meio século em ouro

    Eu disse em discuso que o ato encerrava para mim emoções diferentes e roupagem especial. Estavam a protagonizá-lo dois nordestinos dos agrestes pernambucanos. Do agreste meridional, o presidente da República, de Caetés, vizinho de Lajedo onde nasceu o meu pai - o velho Vilaça, filho de um lavrador de fumo. Caetés em língua indígena significa mato verdadeiro, daí também se explicar ser terra de homens verdadeiros. Do agreste setentrional, eu, o homenageado, varzeano do Tracunhaém e do Capibaribe, nascido em Nazaré da Mata, terra da cana-de-açúcar, criado em Lomoeiro, do boi e do algodão.

  • A nova monarquia

    A gente tem a impressão de que o governo já entrou em campanha eleitoral faz algum tempo, mas ele nega, de forma que deve ser mentira, porque o governo não mente aos cidadãos. Contudo, assim ou assado, mentira ou não, o assunto tem sido bastante discutido, geralmente levando ao debate sobre o terceiro mandato do presidente Lula, que ele, com o ar docemente constrangido e aparentando, não sei se intencionalmente, uma convicção bem menos incisiva que em relação a quase tudo mais, diz que não quer. Na quase impossível hipótese de ele me dizer isso pessoalmente, eu fingiria acreditar por uma questão de educação e respeito ao cargo dele. Mas claro que, como venho dizendo há bastante tempo, não boto fé nessa negativa – para mim está feericamente estampada no semblante dele a vontade de ficar até quando Deus permitir. Acho que nunca vi alguém tão feliz da vida quanto ele, subindo e descendo em aviões e entrando e saindo de castelos e palácios, claro que ele está num barato permanente.

  • Caatinga e desertificação

    Semiárido e Sertão são expressões aparentemente equivalentes. Mas, se sertão tem um cariz humano e poético bastante conhecido, semiárido encerra conceito mais técnico e refere-se ao ambiente físico em que predomina a escassez de água. A essas duas designações, acrescente-se o termo caatinga – derivado do tupi "ka"a" e "tinga", significando mata branca – e teremos um retrato bastante expressivo do Nordeste brasileiro.