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Artigos

 
  • A nova monarquia

    A gente tem a impressão de que o governo já entrou em campanha eleitoral faz algum tempo, mas ele nega, de forma que deve ser mentira, porque o governo não mente aos cidadãos. Contudo, assim ou assado, mentira ou não, o assunto tem sido bastante discutido, geralmente levando ao debate sobre o terceiro mandato do presidente Lula, que ele, com o ar docemente constrangido e aparentando, não sei se intencionalmente, uma convicção bem menos incisiva que em relação a quase tudo mais, diz que não quer. Na quase impossível hipótese de ele me dizer isso pessoalmente, eu fingiria acreditar por uma questão de educação e respeito ao cargo dele. Mas claro que, como venho dizendo há bastante tempo, não boto fé nessa negativa – para mim está feericamente estampada no semblante dele a vontade de ficar até quando Deus permitir. Acho que nunca vi alguém tão feliz da vida quanto ele, subindo e descendo em aviões e entrando e saindo de castelos e palácios, claro que ele está num barato permanente.

  • Caatinga e desertificação

    Semiárido e Sertão são expressões aparentemente equivalentes. Mas, se sertão tem um cariz humano e poético bastante conhecido, semiárido encerra conceito mais técnico e refere-se ao ambiente físico em que predomina a escassez de água. A essas duas designações, acrescente-se o termo caatinga – derivado do tupi "ka"a" e "tinga", significando mata branca – e teremos um retrato bastante expressivo do Nordeste brasileiro.

  • Uma vela de fé

    Há muitos anos, em Pinheiro, minha terra natal, perguntei a um missionário italiano, padre Sandro, os caminhos que o haviam trazido àqueles campos. Era querido da população, respondeu-me: “O amor de Deus”.

  • Mudança e curativo social

    O sucesso do PAC na multiplicidade de benefícios concretíssimos trazidos às populações mais desmunidas, torna-se o carro-chefe da nossa política de mudança. Só que corre o risco de ser visto como um adereço, ou um aditivo ao eixo único que é o do nosso desenvolvimento que ganha afinal a sua sustentabilidade. Não se pode assimilar, por exemplo, a uma rede de proteção social envolvendo na mesma teia a melhoria do salário mínimo, o avanço de seus benefícios intrínsecos e localizados, o bolsa-família, o seguro de desemprego ou a agricultura familiar.

  • Rivalidades

    Uberaba, onde estive há algumas semanas para uma palestra, é uma bela e culta cidade, com magníficos e antigos prédios, situada numa região de tradicional riqueza, o Triângulo Mineiro. Mas há um problema decorrente dessa localização. O problema é que o triângulo tem três vértices e, no caso de Minas, um dos vértices restantes chama-se Uberlândia. Cidade que, ao menos para algumas pessoas com quem falei, incomoda. É bem maior do que Ubaraba e, aparentemente, mais próspera. O que cria uma sub-reptícia rivalidade que não é exceção nem do Brasil nem em outros lugares. Cidades rivais existem por toda parte. Aqui no RS temos vários exemplos: caxias do Sul e Bento Gonçalves, Lajedo e Santa Cruz. E, claro, existe a antiga e paradigmática rivalidade entre Rio e São Paulo.

  • O último marechal brasileiro

    Mesmo em cadeira de rodas, como passou alguns dos seus últimos anos de vida, o Marechal Waldemar Levy Cardoso tinha uma característica marcante: o sorriso. Comparecia às principais solenidades do Exército, especialmente o “Dia do Soldado”, sempre vestido de forma elegante e cumprimentava os conhecidos e antigos subordinados de uma forma constante, demonstrando a alegria por estar vivendo aqueles momentos, o que aconteceu até chegar aos seus incríveis 108 anos de vida, com inteira lucidez.

  • Amor e Tatuagem

    Em tempos de relacionamentos fugazes, uma aliança no dedo já não tem os efeitos de antigamente, e a tatuagem surge como alternativa para selar definitivamente a união. O que nem sempre funciona. Não faltam exemplos de tatuados apaixonados que depois tiveram de apagar ou cobrir as declarações; por isso, tatuar nomes de namorados costuma ser tarefa ingrata para os tatuadores. Sérgio Maciel, o Leds, do estúdio Leds Tattoo, conta que tenta demover essa ideia dos clientes. Em seu estúdio, na zona sul de SP, ele oferece o serviço de remoção e clareamento de tatuagens, solicitado por muitos ex-casais arrependidos. O preço para remover nome ou desenho que expresse o tal "amor eterno" é 50% mais alto do que o cobrado pela tatuagem.Cotidiano, 7 de junho de 2009

  • Mostrando a realidade

    A campanha da RBS contra o crack inclui mostrar aspectos sombrios da dependência, imagens que certamente impactam as pessoas, como o fazem, aliás, as fotos colocadas nos maços de cigarro. E isto já foi motivo de controvérsia nas campanhas educativas de saúde pública. A controvérsia baseava-se numa expressão cunhada pelo psicólogo norte-americano Leon Festinger: dissonância cognitiva.

  • O mistério do AF 447

    Há quase duas semanas, a queda do Airbus da Air France resiste à concorrência dos noticiários, que vão da casa de Berlusconi, na Sardenha, à vitória dos conservadores nas eleições do parlamento europeu, ao pronunciamento histórico de Obama no Cairo, onde estendeu a mão ao reconhecimento da contribuição islâmica à história da humanidade, e a suas palavras em Buchenwald, recordando o que jamais deve ser esquecido: o holocausto, em que milhões de judeus morreram nos campos de concentração.

  • O camundongo tenor

    Um gene que cientistas suspeitam que esteja envolvido no desenvolvimento da linguagem humana foi inserido em camundongos na Alemanha. Como resultado, os roedores demonstraram uma série de alterações vocais e de comportamento. Ciência, 1º de junho de 2009

  • A Marcha da vida

    No Sesc/SP realizou-se o Colóquio Internacional Tolerância e Direitos Humanos, uma iniciativa da escritora Anita Novinsky, que criou na USP o bem sucedido Laboratório de Estudos sobre a Intolerância. Falar sobre Diversidade e Paz, nesse contexto, é excelente oportunidade para abordar questões que jamais devem ser esquecidas, como é o caso do Holocausto que vitimou 6 milhões de judeus na II Guerra Mundial.

  • A mosca

    Um pedreiro anônimo teve mais do que os seus 15 minutos de glória. Teve 16. Trabalhando no cemitério junto a uma igreja de São João del Rey (MG), emocionou a nação e comoveu a cúpula do Estado que lá estava para sepultar Tancredo Neves – ato final de um drama que abalou todo o País. Ficou no ar em rede nacional, via satélite, nem por isso se afobou, cumpriu o ofício como se estivesse sozinho, caprichou com sua pá humilde, dando à cerimônia um momento de reflexão: assim passa a glória do mundo.

  • Ainda uma vez o livro

    Este espaço jamais pode ser usado para assuntos pessoais. Aqui não tenho o Senado para atrapalhar-me, e sim o gosto de escrever. E nada melhor do que escrever sobre o livro.

  • Bolsa e novos projetos de vida

    Seria suprema ingenuidade nossa imaginar que um programa do porte do Bolsa Família passaria incólume, sem críticas da sociedade brasileira, sobretudo a mais ilustrada. Entretanto, no conjunto, os seus resultados são formidáveis, considerando o atendimento de quase 12 milhões de famílias nas várias regiões em que se divide o país.