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  • O outro lado

    E, se em vez de insistirmos na comparação entre os governos petistas e os do PSDB dos últimos 20 anos, fizéssemos uma análise mais abrangente, com as comparações da performance brasileira nos últimos dez anos com a própria performance dos governos ao longo da nossa História e, além disso, com as demais economias do mundo, inclusive dos países emergentes? O professor titular de Economia Internacional da UFRJ Reinaldo Gonçalves se propôs a se distanciar da polarização PT-PSDB para analisar a economia brasileira e os avanços sociais nos dez anos de governos petistas, e encontrou quadro bastante desolador, distante da propaganda oficial, a que deu o título “Brasil negativado, Brasil invertebrado: legado de dois governos do PT”.

  • História e tempo real

    O novo livro de Merval Pereira, “Mensalão” (Editora Record) — que será lançado na Livraria da Travessa do Shopping Leblon na terça, dia 26, às 19h —, é um manual de cidadania, destinado a todos os que, embora diante de uma democracia moralmente agonizante, resistem e apostam no amanhã. Porque, em meio aos destroços de um cotidiano politicamente enfermo, ainda é possível identificar saídas recuperadoras. Não por intermédio da mera reciclagem do lixo, mas pela restauração, pela reoxigenação de verdades nas quais continuam a acreditar o homem, o indivíduo social, os verdadeiros cidadãos, a insubstituível Justiça, o Estado de Direito. Aqui se escreve a história transparente do espantoso delito praticado contra os bons costumes democráticos. Aqui aparecem, à luz do dia, “tenebrosas transações” que se escondiam na escuridão da noite dos negócios partidários.

  • Avanços ilusórios

    Durante os governos petistas, a estrutura econômica brasileira iniciou ou aprofundou tendências que comprometem a capacidade de desenvolvimento do país no longo prazo, afirma o professor titular de Economia Internacional da UFRJ Reinaldo Gonçalves em análise da economia brasileira nos 10 anos de governos petistas em trabalho intitulado “Brasil Negativado, Brasil Invertebrado: Legado de 2 governos do PT”.

  • Tudo dentro da normalidade

    O comecinho de tarde anunciava mais calor, no famoso boteco leblonino Tio Sam. Ainda mais agora que uma porta do meio, dessas corrediças de ferro, quebrou e resolveu ficar permanentemente fechada, bloqueando a ventilação. Segundo a opinião geral, a situação deverá perdurar mais alguns meses, enquanto Chico, o filosófico português da Beira Alta que é dono do estabelecimento, resolve se vai consertá-la. Chico pauta sua conduta pelo que chama de Filosofia da Normalidade, segundo a qual ele é normal e tudo o que é diferente dele não é normal. Ele não me falou, mas tenho certeza de que está ponderando sobre se é normal querer a reabertura da porta. Além disso, os calorentos contam com os ventiladores da casa, embora se avolumem as queixas de que a aragem deles esquenta o chope nos copos.

  • Receita para matar a fome

    E assim se passaram dez anos com o PT no poder. Logo no início, quando tomou posse no primeiro mandato, Lula lançou o Fome Zero. Não sei se acabou com a fome, o fato é que dona Dilma quer acabar com a miséria. Faço votos.

  • Guerra interna

    A antecipação da campanha presidencial trouxe consigo questões políticas regionais fundamentais para a consolidação das alianças que sustentarão as candidaturas em 2014. O intuito do governo ao antecipar tanto o início da campanha é justamente pressionar os aliados a assumir o apoio à reeleição da presidente Dilma sem que tenham mais informações do que acontecerá no governo em 2013. Estrategistas do governo estão convencidos de que a reeleição de Dilma só está ameaçada por uma divisão interna dos aliados.

  • Olhar o futuro

    O debate recente sobre a existência ou não de um cadastro único para os programas sociais na transição do governo tucano para o petista é velho de quase dez anos. Os gestores do Fome Zero, que seria um guarda-chuva para os programas sociais da era Lula, criticaram o cadastro herdado do Comunidade Solidária, o que fez a antropóloga Ruth Cardoso vir a público defender os critérios adotados.

  • Os holofotes

    Parece que estávamos adivinhando. No lançamento do meu livro em São Paulo na segunda-feira, conversava com o Carlos Alberto Sardenberg sobre o sucesso que o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa havia feito em Trancoso, no fim de semana anterior, aplaudido de pé durante vários minutos pela plateia do festival internacional de música.

  • Tudo acaba no STF

    A derrubada dos vetos da legislação dos royalties do petróleo, da maneira como foi encaminhada pela maioria dos estados, todos consumidores, vai oferecer aos estados produtores — Rio, Espírito Santo e São Paulo — dois caminhos de atuação no Supremo Tribunal Federal. Um, de contestação do próprio processo de votação, pois a matéria teria que retornar à Comissão de Constituição e Justiça para ser novamente avaliada, diante da republicação dos vetos pela Presidência da República para retificar erros da primeira mensagem enviada ao Congresso.

  • A discórdia vence

    A guerra federativa que se instalou no Congresso em torno da distribuição dos royalties do petróleo foi alimentada pelo governo federal, que depois não soube administrar a questão ainda no governo Lula, e agora, no governo Dilma, mostrou-se incapaz de articular uma ação conjunta de sua base partidária.

  • A lucidez do homem e a coragem do partir

    O impacto único da renúncia de Bento XVI não pode ter como resposta uma ambiguidade instintiva de reação, entre o seu entendimento como entrega ao cansaço da idade, ou da coragem de levá-la a uma exaustiva e radical tomada de consciência. O gesto é de uma indiscutível modernidade, inclusive em confronto com o seu antecessor, a manter a crença num providencialismo inato ao pastoreio pontificai, até a sua morte, como fez João Paulo II. É situação-limite e, talvez, sem antecedentes na história dos papados, já que, a que a antecedeu, há 415 anos, com Celestino V não foi a da responsabilidade do dever, mas do bem-estar da alma, a trazer de volta ao monacato o pastor então eleito, praticamente contra a sua vontade. Influiu, sem dúvida, a percepção de Bento XVI da aceleração das crises desta pós-modernidade. Mas muito menos quanto às condutas clericais, do que no concernente às manifestações da Igreja sobre o seu tempo. E aí, significativamente, também, num corte equívoco, no seu testemunho sobre a convivência das fés, e, em especial, quanto ao Islã, frente à iminência das guerras de religiões. De outro lado, entretanto, o pensamento de Ratzinger enfrentaria a intelligentsia emergente, no proclamar a relativização, senão a anulação, em soma algébrica, do avanço da racionalidade frente à crença, em nossos dias. É numa reflexão aberta sobre a modernidade que enveredou, surpreendentemente, há poucos dias, o Papa, a reconhecer a prioridade dos direitos humanos nas questões, até há pouco, fechadas, do casamento gay, ou da homossexualidade. O intelectual e o filósofo, em Ratzinger, ao lado do teólogo, manteve o alerta da consciência crítica, independentemente do seu dixit final. Deparou o avanço da secularização do Ocidente, nas perdas das maiorias cristãs, na Holanda, ou na Escandinávia, ou mesmo na Inglaterra, ou no catolicismo francês. Este acúmulo da densidade da descrença fecha os caminhos, naturalmente, a um papado inovador, ao mesmo tempo em que invalida-pelas próprias perplexidades da'lgreja destes dias um novo pontificado de transição. A perspectiva, dramatizada pela renúncia, é a de um cerrar fileiras em torno de uma ortodoxia, de pontificado defensivo, ainda que não-restaurador, como ao que se inclinou o então jovem Papa, Pio K, no cerne do século XIX. Uma Igreja conservadora responderia a esse perfil, dificilmente escapável de uma retração sobre os grandes episcopados italianos, à volta de Bento XVI, a partir da super arquidiocese milanesa. E tal, de par com o testemunho do silêncio inédito de Ratzinger, no repto da última entrega pelo extremo de sua lucidez.

  • Qual de nós não deve a vida a uma professora?

    Foi um sucesso o lançamento do livro "Dr. Chagas", editado pelo Consultor, no dia em que o ex-governador estaria completando 99 anos de vida. Iniciativa do ex-deputado Aloysio Teixeira, contou com a presença, no Copacabana Praia Hotel, de mais de 200 ex-colaboradores e simpatizantes do dr. Antônio de Pádua Chagas Freitas, que governou por duas vezes o Rio de Janeiro.

  • Depois, de vez, das economias regionais

    A recente Conferência das Nações Unidas, em Viena, voltou-se para o problema fundamental do que seja, hoje, um conceito de regionalização, após a crise financeira de 2008: a nova integração econômica, dos Estados Unidos e da Europa, e, sobretudo do avanço dos BRINCS. Pergunta-se que especial impacto teriam estas mudanças sobre a visão emergente de uma América Latina. E, de saída, por ser, talvez, a área do mundo que continua na sua prospectiva clássica, a seguir prisioneira do contraponto centro e periferia, e o quadro de dependência que ainda manteria com a economia americana. Nesta última vintena, a consciência do antagonismo levou à movimentação política de vários países do hemisfério, a propor-se à confrontação, a partir do movimento do bolivarismo, comandado pela Venezuela de Hugo Chávez. A perspectiva buscava um possível primeiro delineamento de uma economia latinoamericana, a partir dos pressupostos do Mercosul. É nessa mesma medida que evidenciou-se um bolivarismo refratário à busca da iniciativa neste submercado continental, de saída marcado pela sua não-complementaridade, como evidencia a produção da Venezuela, do Equador, ou da Bolívia. Mais ainda, esta contradição mais se agrava, na aposta crescente na exportação petrolífera, no recuo de um possível processo de industrialização, essencial a qualquer ganho de uma política de desenvolvimento e, sobretudo, de sua sustentabilidade.

  • O tênue sopro da inspiração

    Talvez a pergunta mais universal que se tem vontade de fazer a um artista seja sobre o mecanismo de criação. Algo que fascina todos, desperta a curiosidade de cada um. Não é de admirar: todos intuímos que esse é um dos grandes mistérios da humanidade, maior do que cada indivíduo. Ao mesmo tempo extremamente pessoal e presente em todas as culturas, por mais diversas que sejam. Um fenômeno que transcende cada pessoa em seus limites. Inexplicável, porém reconhecido e digno de admiração.