Vem de terminar, em Viena, o V Fórum da Aliança das Civilizações, promovido pelas Nações Unidas, para buscar a renovação do diálogo, ou do entendimento internacional, visceralmente atingido pelo 11 de setembro, pelo avanço do terrorismo e por uma eventual guerra das religiões. A conferência evitou os lugares-comuns de discursos da boa-vontade, na reiteração das intenções de abertura, e da retórica do óbvio. E, a partir, sobretudo, de reiterar-se a afirmação dos direitos humanos, na clássica previsão da concórdia, e da visão convencional do outro. É nesta própria reciprocidade de perspectivas que se apoiou uma visão da racionalidade ocidental, que clama por um direito essencial hoje em dia, qual o da diferença, inexistente na Declaração Universal, organizada no meio do século passado. O terrorista é este personagem, hoje, congênito à pós-modernidade, enquanto quer forçar o reconhecimento do outro, e sua difícil coexistência nos conflitos culturais. Exasperam-se no horizonte próximo da “guerra de religiões”, e na continuação, depois da Al-Qaeda, do movimento do Boko Haram, na Nigéria, ou dos extremistas do Mali.