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Artigos

 
  • O imenso Jorge

    Ele foi o único habitante deste planeta que conseguiu acreditar com a mesma sinceridade em Marx e na Menininha do Gantois. Muitos não admitem essa intimidade de Jorge com o marxismo, ao qual aderiu mais com o coração do que com a cabeça. E sua literatura também foi assim. Nada de papo cabeça. Papo coração.

  • O "vale-tudo" eleitoral republicano

    Na aceleração da campanha presidencial americana, deparamos a radicalização de Mitt Romney, buscando, ineditamente, o apoio no exterior. Foi a fundo em Israel, emprestando-lhe um magro contaponto palestino. Aposta, no eco de sua ida ao Muro das Lamentações, em Wall Street, que é a força do seu financiamento eleitoral, bem mais amplo do que o de Obama. Não faltou, ainda, no périplo pela Europa, a ida à Polônia, na procura de simpatias de um eleitorado fortemente confessional e direitista dos Estados Unidos. 

  • O preço da corrupção

    Ao contrário dos Evangelhos, em que tudo era "naquele tempo", a história que vou contar é do nosso tempo mesmo. Um jornalista soube que o prefeito de uma cidade do interior conseguira fazer um hospital cinco estrelas, com centro cirúrgico que o próprio alcaide, ao inaugurá-lo, declarou que "era digno do Primeiro Mundo".

  • Lavagem de dinheiro

    O julgamento do mensalão traz com ele uma discussão sobre a legislação brasileira de lavagem de dinheiro que, dependendo do resultado, pode definir uma jurisprudência importante para o combate à corrupção no país. O Supremo quase não julgou casos desse tipo.

  • Fé em São Dimas

    Na ilha, a situação nacional, como sempre, é acompanhada atentamente. E há repercussões interessantes, como o mais novo filho de Bilibiu da Misericórdia. Bilibiu está entradinho nos anos, mas continua, depois de uns vinte ou trinta filhos com esposas e raparigas diversas, em franca atividade procriativa. Contam-me que ele confessa aos amigos que quer parar. “Mas não posso, tenho mulher para atender, tenho responsabilidade”, diz ele. E, na terra que já deu ao mundo Edminoelsons, Crismátemos, Agalateias, Voshitonluizes, Rosexcelsas, Widmarksons e tantos outros exemplos de criatividade onomástica, ele se destaca pela originalidade com que costuma batizar os filhos. Assim de cabeça, para citar apenas alguns, lembremos Compulsórimo José (pedreiro hoje em Salvador, assim chamado em alusão ao empréstimo compulsório), JKBrasílica (professora primária também radicada em Salvador, cujo nome verdadeiro não tem essas três iniciais maiúsculas porque o escrivão bronqueou) e Raimundo Jangojânio (barraqueiro na feira de São Joaquim, igualmente radicado em Salvador, nome em clara homenagem aos dois presidentes).

  • A interpretação dos fatos

    E não se diga que todos combinaram entre si, pois aqui e ali há insinuações de uns contra os outros, cada um querendo salvar a sua pele. Mas, ontem, houve um advogado que se portou de maneira diferente, provavelmente porque conhece bem aquele tribunal.

  • Verde e rosa

    Leio a crônica do Artur Xexéo sobre a maldição que pune com a morte aquele que toma leite depois de chupar manga. Relacionando outras maldições, o bom cronista que ele é cita as gravatas listradas que não combinam com camisas xadrez. As meias pretas com sapato marrom. Tomar banho após as refeições é letal.

  • Fatos novos

    A representação do Procurador-Regional da República Manoel do Socorro Tavares Pastana contra o ex-presidente Lula, imputando-lhe crime de responsabilidade por uma suposta atuação beneficiando o banco BMG no crédito consignado a aposentados e pensionistas do INSS tem inconsistências de datas que dificilmente permitirão ao juiz o juiz Paulo Cezar Lopes, da 13ª Vara Federal, receber a denúncia.

  • Trauma

    Acusado por Lula, então candidato à reeleição, de ser um entreguista que só pensava em privatizar, Alckmin surgiu em seu programa de propaganda eleitoral com um colete em que se viam os nomes das principais estatais brasileiras, com destaque para a Petrobras, como garantia de que não as privatizaria se vencesse a eleição.

  • Nem o céu é o limite

    Os números são quase inacreditáveis. Milhões de brasileiros, de todos os quadrantes, viram entusiasmados as cenas da microssérie “Gabriela”, especialmente as que focalizavam a beleza nativa da atriz Juliana Paes. Ao mesmo tempo, em outro horário, Carminha e Nina deram shows de interpretação, na virada fantástica da dinâmicada telenovela “Avenida Brasil”. O autor João Emanuel Carneiro é um mestre, na arte que consagrou Janete Clair e Gilberto Braga. Outros milhões de telespectadores ficaram de olhos grudados na telinha. Como aconteceu com uma amiga: “Cheguei a passar mal quando elas brigaram pra valer.”

  • Por que Portugal resiste?

    Temos hoje cerca de 280 milhões de falantes da língua portuguesa, sendo 250 milhões de nativos e 30 milhões de segunda língua.  Somos a sexta língua mais falada no mundo, o que não foi motivo ainda para que ela merecesse a sua oficialização na Organização das Nações Unidas.  Resta-nos o obstáculo das diferenças que o Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa procura  corrigir, sem buscar a unidade prosódica que seria fora de propósito.  Cada país da comunidade lusófona deve falar preservando as suas características. Assim se garantem a variedade e a riqueza do idioma.

  • Mensalão e consciência popular

    Em meio do julgamento do mensalão, pergunta-se até onde atingiu, de fato, a consciência popular. Diante das primeiras pesquisas, o impacto é de cinismo em relação ao Judiciário, acreditando mais de metade dos que seguem o pleito que não haverá condenação. O acompanhamento nacional, de toda forma, vem da verdadeira montagem de espetáculo, assegurado pela cobertura midiática, frente ao processo gigante. Confrontou por isso mesmo, a crença na clássica desmemória da coletividade, num quadro, hoje, já remoto do escândalo do mensalão. A sensação, inclusive, seria a de uma literal redescoberta do evento, muito mais do que a de seu impacto de há sete anos.

  • Quebra-cabeça

    A estratégia do relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, ficou clara a partir da decisão de manter a mesma estrutura de votação de quando do acolhimento da denúncia. Vai montar, peça por peça, um quebra-cabeça.