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Artigos

 
  • O contraponto

    O voto do revisor que o ministro Ricardo Lewandowski entregou ontem, liberando assim o processo do mensalão para julgamento, caminha no sentido de indicar que, na sua opinião, o Supremo Tribunal Federal deve optar por penas mais brandas para os réus, fazendo assim o que chamou de "um contraponto" ao voto do ministro relator, Joaquim Barbosa, que encaminhou seu relatório no sentido inverso, isto é, a favor da pena máxima para os acusados, seguindo as alegações finais do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que considera o mensalão um dos crimes mais graves já cometidos contra a democracia brasileira.

  • O mito e os fatos

    A mais recente pesquisa do Datafolha mostra que 62% dos eleitores paulistanos e 64% dos simpatizantes do PT acham que o partido agiu mal procurando acordo com Maluf para a prefeitura de São Paulo.

  • Já a anos-luz da Rio+20

    Os encontros do Rio destes dias evidenciaram uma aceleração intrínseca de uma consciência internacional sobre o futuro do planeta, superando os horizontes das governanças e dos que se viam, apressadamente, como a sociedade civil. Somavam-se, aí, as retóricas da clássica procrastinação dos governos, e das cóleras da hora, do "outro lado" dos Estados, como as ditas ONGs. Não são esses os exclusivos protagonistas do que seja esse inconformismo social difuso e não atendido, que leva às revoluções ou ao encastelamento dos reacionarismos sem volta. O reclame difuso dessas horas foi, exatamente, o da falta de prospectiva, a permitir qualquer expectativa de progressão da Rio+20 a uma Rio+40, contradizendo o marco de 92. Foi quase diáfano o arremedo de protesto, avançado pelos ditos movimentos comunitários da União Europeia, na falta de proposições afirmativas do documento. E nem se espere o consolo dos simulacros de protesto nas ruas do Rio, feito por uma legião estrangeira, de diversos inconformismos, deixados ao minigrito e à sua miniamostragem.

  • O príncipe Danilo

    No Brasil, tivemos um príncipe Danilo no futebol. Cheguei a vê-lo atuar pelo América, pelo Vasco da Gama e pela seleção brasileira. De estilo inconfundível, jogava na posição que, à época, se chamava de centro-médio. Armava as jogadas com rara elegância. Era o Danilo Alvim.

  • Autossustentável

    Foi a primeira vez em que ouvi a expressão. Faz tempo, a moeda ainda era o cruzeiro e eu estava avaliando o carro que pretendia comprar. Até então, comprava os de segunda mão, americanos, já testados. O Simca Chambord era nacional, o mais bonito dos carros fabricados aqui.

  • Retrocessos

    A "judicialização" da política produziu ontem duas decisões que terão influência importante na nossa vida partidária, e não necessariamente para o seu aperfeiçoamento. Por quatro votos a três, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberou o registro de candidaturas para os políticos com as contas sujas, num recuo provocado pela pressão dos partidos.

  • Um mistério na Redação

    Até hoje não entendi. Vou contar o caso porque tenho pelo menos três testemunhas vivas e em atividade profissional para confirmar o que se passou naquele 14 de março de 1985, na Redação da "Manchete": Roberto Muggiati, José Esmeraldo Gonçalves e J.A. de Barros.

  • PSB e PT, pouco a ver

    Que o relacionamento do PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, com o PT não é essa maravilha toda, não há quem desconheça entre os que lidam com a política. Mas a explicitação de um projeto político autônomo que parece estar sendo desenhado desde já, na armação das alianças eleitorais para a eleição municipal, não agradou aos dirigentes socialistas.

  • Momento de aflição

    Na política, há um momento em que ninguém é de ninguém que se define com uma expressão trazida da linguagem nordestina: a situação está de vaca não reconhecer bezerro. Brasília vive tal momento de aflição pela expectativa de um futuro tumultuado na economia, que tem naturalmente reflexos na política.

  • A ilegalidade da incorporação da Venezuela

    O respeito ao direito internacional é dimensão caracterizadora do Estado democrático de Direito. Ele tem, entre seus valores, a importância da preservação da legalidade como meio de assegurar a convivência coletiva. No plano internacional, as normas do direito internacional cumprem duas funções importantes para a manutenção da segurança das expectativas, inerente ao princípio de legalidade: indicar e informar aos Estados sobre o padrão aceitável de comportamento e sobre a provável conduta dos atores estatais na vida internacional.

  • O perigo das drogas

    Quando sabemos que há autoridades, de maior ou menor notoriedade, que defendem ardorosamente a descriminalização do uso da maconha a pronta reação é de tristeza. Parece que essa gente não sabe o que está fazendo. A Cannabis sativa interfere na capacidade de aprendizagem e memorização dos seus jovens consumidores, portanto é prejudicial à educação, além de provocar intensa taquicardia (140 ou mais batimentos por minuto), colocando em risco a própria vida dos seus usuários.

  • Lance ousado

    Da mesma maneira que, durante o governo Fernando Henrique, o então deputado Aécio Neves montou sua candidatura costurando alianças nos bastidores para romper o acordo firmado com o então PFL, o hoje senador trabalha com o objetivo de criar condições políticas que permitam montar uma proposta de campanha ampla, que lhe dê respaldo para o combate ao governo que pretende desencadear no momento que considere mais adequado.

  • O Paraguai fora do Estado de Direito

    A crise do Paraguai põe em causa, do ângulo da maturidade democrática do continente, muito mais do que a mera deposição de Lugo. O paradoxo é que a queda do presidente é perfeitamente constitucional, nos termos da sua Carta Magna. Mas mostra, ao mesmo tempo, o atraso do país, a se lograr, de fato, um Estado de Direito generalizado na América Latina. Falta à Carta paraguaia a garantia elementar da independência entre os Poderes. É inútil que se refira à separação, ou coordenação, e recíproco controle, se aquela primeira condição não é assegurada.

  • Processo viciado

    A montagem das alianças políticas para a eleição municipal está explicitando os piores defeitos do sistema partidário brasileiro, a começar pela troca de minutos de propaganda eleitoral por apoios pontuais, com a truculência das direções nacionais impondo decisões aos órgãos municipais, sem respeitar interesses locais nem eventuais programas de governo.

  • A política Dilma

    A presidente Dilma Rousseff equilibra-se entre uma imagem popular de técnica que quer dar ao governo uma gestão eficiente e desvinculada da politicagem, e a necessidade de manter unida uma base partidária aliada que em comum tem apenas a disputa pelos espaços de poder.