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Artigos

 
  • Não adianta, que a maré vem

    De vez em quando, não posso negar, me divirto bastante vendo na televisão cenas de conflitos entre europeus e, por exemplo, africanos, na França ou na Inglaterra. Africanos muitos dos quais têm uma hipócrita cidadania no país que ora os hostiliza e em cujo povo infundem quase terror. Dirão vocês que não há nada de divertido em testemunhar mais um exemplo da estupidez e do atraso humanos e, claro, sou obrigado a concordar. Mas é que desenvolvi um ângulo especial para enxergar essas coisas e fico curtindo o que chamo de revertério da colonização.

  • Machado de Assis ou Lima Barreto?

    Semana passada foi inaugurada na sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio, uma exposição absolutamente imperdível: mostra-nos a vida e a obra de Machado de Assis. O local e o “timing” não podia ser mais adequados. A ABL é a casa de Machado – o escritor foi um de seus fundadores e o primeiro presidente – e este ano, como todo mundo sabe, assinala o centenário de seu falecimento. Embora seja hoje reconhecido, inclusive no exterior, como o grande escritor brasileiro, Machado permanece, sob certos aspectos, uma figura intrigante. De sua infância, particularmente, sabe-se pouco; mas o que se sabe é suficiente para despertar em nós uma comovida admiração. Descendente de escravos, filho de pais pobres, Machado nasceu no morro do Livramento, uma criança fraca, doente (sofria de epilepsia, enfermidade para a qual não havia à época tratamento eficaz). Perdeu a mãe ainda criança, mal freqüentou escola, se é que isto aconteceu, e muito cedo estava trabalhando. Além disso era mulato, numa época em que havia escravatura e na qual, por conseguinte, o preconceito era violento; e, por último, gaguejava. Que este menino tenha superado tudo isso para tornar-se um grande escritor é uma verdadeira lição. Dá, sim, para superar obstáculos, desde que os nossos sonhos nos sustentem.

  • Presença do piano

    Mestra internacional do piano, com toda uma vida dedicada à música, em recitais que deram fama a seu nome, nos mais importantes centros musicais dos Estados Unidos, da França, da Inglaterra, da Alemanha, da Áustria e da Suíça, com toda essa experiência resolveu Maria Augusta de Oliveira Morgenroth colocar agora num livro uma seleção das aulas de piano que tem dado e as "máster classes" ligadas a essas aulas, isto é, ao mergulho no íntimo do compositor e de sua obra, na penetração mesma das intenções da música e da importância do intérprete, no caso a pianista, "sentir" exatamente o que está tocando.

  • Reabilitação com o poder

    O missionário nomeado para acomodar as partes contrárias em conflito já foi escolhido. Seu nome é Luiz Eduardo Greenhalgh. Ele tem que harmonizar valores contrários e dar-lhes posse do bom acolhimento. Segundo a Folha de S. Paulo de ontem, a Polícia Federal acusa o Banco Opportunity de driblar a fiscalização. O Globo faz por menos, informa apenas que a relação de Daniel Dantas com o governo preocupa Lula. Já O Estado de S. Paulo informa: Dantas fez lobby para negócios ilícitos no Planalto, afirma PF.

  • Refresco de memória

    RIO DE JANEIRO - Até agora, a mais espetacular operação da Polícia Federal atirou contra o banqueiro Daniel Dantas. Mas atingiu também o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, que está levando as sobras com o levantamento de sua polêmica passagem no judiciário nacional.

  • Reabilitação com o poder

    O missionário nomeado para acomodar as partes contrárias em conflito já foi escolhido. Seu nome é Luiz Eduardo Greenhalgh. Ele tem que harmonizar valores contrários e dar-lhes posse do bom acolhimento. Segundo a Folha de S. Paulo de ontem, a Polícia Federal acusa o Banco Opportunity de driblar a fiscalização. O Globo faz por menos, informa apenas que a relação de Daniel Dantas com o governo preocupa Lula. Já O Estado de S. Paulo informa: Dantas fez lobby para negócios ilícitos no Planalto, afirma PF.

  • Política, virtude e arte do bem-comum

    “O estilo é o homem”, sentenciou Louis Buffon, em 1753, no chamado século das luzes. Mas, ainda que seja difícil fixar o território do intelectual e do político, quem leu Formas de Vida, de Spranger, ali encontrou essa distinção fundamental, conforme observa Josué Montelo: enquanto ao intelectual compete a interpretação da sociedade, cabe ao político sua direção.

  • O caso Dantas

    Eu deveria me despedir do caso Daniel Dantas e seus negócios de alto volume, mas a importância deles é tamanha que os usos e abusos cometidos devem voltar a ficar registrados aqui, apenas para reforçarmos a sua presença no grand monde.

  • O Rio e seus rios

    RIO DE JANEIRO - "O Brasil não dá certo porque não tem um golfo." O diagnóstico é de Graciliano Ramos, em curiosa entrevista a Joel Silveira. Para corrigir a topografia nacional, propunha que se afundassem dois Estados litorâneos, Sergipe, terra de Joel, e Alagoas, terra do próprio Graça. O nome do novo acidente geográfico seria "Golfo das Alagoas".

  • A compulsiva reforma política

    O avanço da democracia entre nós exprime o reclamo de uma consciência cívica emergente que não descansará enquanto não se for à lei para virar a página da contínua decepção com o Congresso Nacional. A reforma política torna-se uma compulsão do inconsciente coletivo. O Presidente da Câmara quer tomar a si a tarefa, por inteiro, e à sua hora. Mas aquela impaciência de base leva Lula a apresentar projeto sem mais demora aos parlamentares.

  • O Dédalo do Jânio

    FOI A JUSTIÇA que tornou possível a democracia. No século 13, em 1215, com a Magna Carta, os ingleses iniciaram a construção do direito moderno. Foi o rei João que pactuou a primeira declaração de direitos, abandonando a noção de direito divino dos reis, obrigando-se a respeitar a liberdade pessoal, a propriedade e a prerrogativa de ser julgado por uma Justiça isenta. É o embrião dos direitos fundamentais.

  • Ações da Vale

    Os leitores desta coluna já estavam imbuídos da idéia de, através de seu agente bursátil, dar preferência a uma determinada ação em jogo na Bolsa de Valores. De maneira que não somos novos nessa abertura que a Bolsa dá a muitas pessoas, um tratamento excepcional, ao contrário do que aconteceu há dias, quando a cotação da Vale ficou muito mais baixa do que se esperava, dando prejuízo para quem liderou campanhas de absorção de compra de ações daquela empresa. Pelo que estamos informados , foi de 3,4% a queda, dando, portanto, prejuízo àqueles que tinham adotado a bolsa como campo de aplicação de sua poupança.

  • Uma virada olímpica

    É muito justa a pretensão de sediarmos, em 2016, a Olimpíada que reunirá atletas do mundo inteiro. A China ganhou a competição de 2008 e dá uma grande demonstração de eficiência, com o propósito de fazer a maior de todos os tempos.

  • O país do crioulo doido

    Antes de mais nada, devo deixar bem claro que, com as palavras acima, apenas repito parte do título de um samba famoso e não tenciono ofender qualquer pessoa ou coletividade com um epíteto racial que alguns consideram pejorativo, no que, me apresso também a reconhecer, exercem pleno direito seu. Se solicitado, apresentaria evidências públicas de minhas posições sobre a questão, mas imagino que baste lembrar que, na Bahia, sou branco-da-terra - ou seja, não chego a ser branco-branco mesmo, que lá não tem, com a notória exceção do cônsul da Noruega. Também não acredito que, examinado por uma comissão racial do Terceiro Reich, eu seria considerado ariano.