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Artigos

 
  • Fome de sangue

    RIO DE JANEIRO - Palestra numa faculdade de comunicação aqui no Rio. Lembrei que a imprensa no Brasil teve dois momentos fundamentais na história do país, duas causas pelas quais valia a pena lutar: a Abolição e a República. Bem mais tarde, tivemos outra causa em que a imprensa, dentro dos limites de uma censura atroz, combateu o regime totalitário de 64.

  • O vôo cego da Varig

    Os veículos de comunicação usaram a palavra atropelou para qualificarem a ação do governo na venda da Varig. A acusação feita à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi comprovada por documentos sobre os dias crepusculares da empresa, depois de uma trajetória brilhante pelos quatro continentes.

  • A emoção posta em verso

    Costumo dizer que neste País, a poesia é das coisas mais vivas e mais avançadas que existem. Volta e meia poeta novo começa a fazer poesia nova e a sair da mesmice dos estilos. Ou grandes poetas de ontem - então de sempre - rompem sua própria rotina e renovam-se. E o surto de mulheres que, a partir de Cecília Meireles, destruiu a antiga apatia poética e atingiu a linha de frente do fazer poesia e inovar o gênero entre nós.

  • O rio assassino

    RIO DE JANEIRO - Animal urbano, sempre me encantei com as imagens bucólicas da roça, seus costumes e lendas, sobretudo suas sentenças incorporadas à sabedoria do homem comum.

  • Valores humanistas

    A expressão é de Kant, mas o educador D. Lourenço de Almeida Prado, homenageado aos 97 anos de idade, 46 dos quais dedicados à direção do Colégio de São Bento, repete até hoje: "O homem só é homem pela educação." E acrescenta enfaticamente que, na sua formação, é fundamental prestigiar os valores humanistas.

  • Obama e o sonho

    RIO DE JANEIRO - Compreendo mas não participo da euforia provocada pela candidatura do Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata. Não acredito que o governo da nação mais poderosa do mundo seja melhor ou mais simpático pelo fato de ser liderado por um negro com idéias liberais e uma biografia interessante e, até onde sabemos, digna de respeito.

  • Consenso e mudança no Palácio do Planalto

    O ministro José Múcio está emprestando ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social uma dimensão crítica para o seu papel, nesta etapa de maturação do sucesso do governo Lula. Impõe-se a ampla avaliação destes rumos e riscos. Não temos precedentes de uma popularidade presidencial em meios a um segundo mandato, de par com o sucesso de uma política de mudança. Nesta mesma condição, o Conselho ausculta a complexidade crescente do sistema, que é o fruto do próprio processo, e a exigir novos cenários para o seu avanço.

  • O perigo telefone

    QUANDO DA mudança da capital do Rio para Brasília, a reação foi ultra-enlouquecida, atingindo todos os aspectos. Gustavo Corção, quando viu o projeto de Lúcio Costa, denunciou: "está errado, esse lago não vai encher". E outro fanático vaticinou: as "comunicações não vão funcionar, as ondas de rádio não atravessam o cerrado".

  • O corpo como relógio

    O relógio mecânico é uma invenção da modernidade. Antes existiam as ampulhetas, os relógios de sol, as clepsidras, ou relógios de água - dispositivos que assinalavam a passagem do tempo pela marcha do sol ou pelo fluxo de uma substância, areia ou água. Mas o relógio mecânico era diferente. Uma máquina: dava-se corda, um pêndulo ficava oscilando ritmicamente. Depois os relógios se tornaram portáteis e ficaram ao alcance de todos, ou quase todos, uma necessidade gerada pela constatação de que tempo é dinheiro.

  • Uma caixa-preta

    Nestes dias em que a Amazônia se transforma em problema nas preocupações brasileiras, devemos reconhecer, antes de mais nada, que não existe uma Amazônia, e sim várias. E, ali, tudo é grande.

  • Precisamos agora achar o nome

    Muito já se procurou e se continua a procurar um nome para designar a curiosa organização política, jurídica, social e econômica brasileira. Singular fenômeno em toda a História da humanidade, não é, ainda neste estágio de nosso conhecimento, um desafio aos filólogos. Permanece ainda terreno para vastíssima investigação científica preliminar, feita por historiadores, sociólogos, economistas, antropólogos e mais inúmeros praticantes das chamadas ciências humanas, pois ninguém, como não ignora quem quer que já tenha tentado isso com um estrangeiro, sabe explicar o Brasil, nem como funciona nem por que funciona do jeito que (não) funciona. Talvez requeira um gênio sintetizador, que a Providência ainda não nos enviou.

  • Patrocínio e patrocinados

    RIO DE JANEIRO - Num ano qualquer do século 20, um faquir com cara de indiano, mas nascido em Quixadá, encerrou-se numa urna de vidro com cinco cobras e prometeu bater o recorde mundial de jejum, ficando 58 dias sem nada comer. Chamava-se Silky. A marca anterior para tal e tamanha proeza fora de 57 dias, conquistada por um tailandês (parece que autêntico): morreu de indigestão quando voltou a comer normalmente.

  • Cinqüenta anos depois

    Cinqüenta anos depois de lançado, mais importante se apresenta o romance " O ventre", de Carlos Heitor Cony, ocupando uma vanguarda rara na ficção brasileira. Escrevi sobe ele na época, realçando sua presença numa nova fase de nosso romance. Sai agora edição comemorativa desse livro sob a égide da Academia Brasileira de Letras e da editora Objetiva/Alfaguara.

  • A volta da inflação

    Que a inflação é um mal com o qual temos que conviver, isto é sabido por todos que têm um orçamento a gerir. Mas a inflação desordenada, essa que está freando as vendas no Norte e Nordeste, essa nós a conhecemos desde o passado longínquo, nas marcas que ela deixou na lembrança de todos, que sofreram naqueles dias sinistros, quando nem as corretoras davam solução à desvalorização da moeda em sua velocidade desordenada.