Na semana passada, o presidente Lula sancionou o projeto de lei que cria, no Código Civil, a opção de guarda compartilhada dos filhos de pais separados. Até agora só havia a guarda unilateral, ou seja, o filho ficava com um dos pais, geralmente com a mãe. E isto dava origem a uma figura que acabou se tornando típica: a figura do pai de fim de semana, o pai que vai buscar o filho em geral na sexta à noite e devolve-o no domingo à noite. Como funciona isto? Num blog encontrei um pungente depoimento a respeito. É um pai que declara, patético: "Eu, que desde o dia em que o meu filho nasceu abdiquei de muita coisa para estar perto dele, eu que, por causa do bebê, desisti de projetos profissionais e recusei propostas tentadoras, eu que cuidei dele, eu que sabia o horário certo de aquecer o leite para a mamadeira, eu passei a pai de fim de semana." Uma semana, continua o relato, que custava a passar. E que culminava num fim de semana nem sempre tranqüilo, rotineiramente passado num shopping. Por que o shopping? Porque o shopping oferece diversão, comida, oportunidade de compras; o shopping ajuda a vencer a ansiedade não raro associada a estes encontros.