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Artigos

 
  • Machado de Assis ou Lima Barreto?

    Semana passada foi inaugurada na sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio, uma exposição absolutamente imperdível: mostra-nos a vida e a obra de Machado de Assis. O local e o “timing” não podia ser mais adequados. A ABL é a casa de Machado – o escritor foi um de seus fundadores e o primeiro presidente – e este ano, como todo mundo sabe, assinala o centenário de seu falecimento. Embora seja hoje reconhecido, inclusive no exterior, como o grande escritor brasileiro, Machado permanece, sob certos aspectos, uma figura intrigante. De sua infância, particularmente, sabe-se pouco; mas o que se sabe é suficiente para despertar em nós uma comovida admiração. Descendente de escravos, filho de pais pobres, Machado nasceu no morro do Livramento, uma criança fraca, doente (sofria de epilepsia, enfermidade para a qual não havia à época tratamento eficaz). Perdeu a mãe ainda criança, mal freqüentou escola, se é que isto aconteceu, e muito cedo estava trabalhando. Além disso era mulato, numa época em que havia escravatura e na qual, por conseguinte, o preconceito era violento; e, por último, gaguejava. Que este menino tenha superado tudo isso para tornar-se um grande escritor é uma verdadeira lição. Dá, sim, para superar obstáculos, desde que os nossos sonhos nos sustentem.

  • Presença do piano

    Mestra internacional do piano, com toda uma vida dedicada à música, em recitais que deram fama a seu nome, nos mais importantes centros musicais dos Estados Unidos, da França, da Inglaterra, da Alemanha, da Áustria e da Suíça, com toda essa experiência resolveu Maria Augusta de Oliveira Morgenroth colocar agora num livro uma seleção das aulas de piano que tem dado e as "máster classes" ligadas a essas aulas, isto é, ao mergulho no íntimo do compositor e de sua obra, na penetração mesma das intenções da música e da importância do intérprete, no caso a pianista, "sentir" exatamente o que está tocando.

  • Reabilitação com o poder

    O missionário nomeado para acomodar as partes contrárias em conflito já foi escolhido. Seu nome é Luiz Eduardo Greenhalgh. Ele tem que harmonizar valores contrários e dar-lhes posse do bom acolhimento. Segundo a Folha de S. Paulo de ontem, a Polícia Federal acusa o Banco Opportunity de driblar a fiscalização. O Globo faz por menos, informa apenas que a relação de Daniel Dantas com o governo preocupa Lula. Já O Estado de S. Paulo informa: Dantas fez lobby para negócios ilícitos no Planalto, afirma PF.

  • Refresco de memória

    RIO DE JANEIRO - Até agora, a mais espetacular operação da Polícia Federal atirou contra o banqueiro Daniel Dantas. Mas atingiu também o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, que está levando as sobras com o levantamento de sua polêmica passagem no judiciário nacional.

  • Reabilitação com o poder

    O missionário nomeado para acomodar as partes contrárias em conflito já foi escolhido. Seu nome é Luiz Eduardo Greenhalgh. Ele tem que harmonizar valores contrários e dar-lhes posse do bom acolhimento. Segundo a Folha de S. Paulo de ontem, a Polícia Federal acusa o Banco Opportunity de driblar a fiscalização. O Globo faz por menos, informa apenas que a relação de Daniel Dantas com o governo preocupa Lula. Já O Estado de S. Paulo informa: Dantas fez lobby para negócios ilícitos no Planalto, afirma PF.

  • Política, virtude e arte do bem-comum

    “O estilo é o homem”, sentenciou Louis Buffon, em 1753, no chamado século das luzes. Mas, ainda que seja difícil fixar o território do intelectual e do político, quem leu Formas de Vida, de Spranger, ali encontrou essa distinção fundamental, conforme observa Josué Montelo: enquanto ao intelectual compete a interpretação da sociedade, cabe ao político sua direção.

  • O caso Dantas

    Eu deveria me despedir do caso Daniel Dantas e seus negócios de alto volume, mas a importância deles é tamanha que os usos e abusos cometidos devem voltar a ficar registrados aqui, apenas para reforçarmos a sua presença no grand monde.

  • O Rio e seus rios

    RIO DE JANEIRO - "O Brasil não dá certo porque não tem um golfo." O diagnóstico é de Graciliano Ramos, em curiosa entrevista a Joel Silveira. Para corrigir a topografia nacional, propunha que se afundassem dois Estados litorâneos, Sergipe, terra de Joel, e Alagoas, terra do próprio Graça. O nome do novo acidente geográfico seria "Golfo das Alagoas".

  • A compulsiva reforma política

    O avanço da democracia entre nós exprime o reclamo de uma consciência cívica emergente que não descansará enquanto não se for à lei para virar a página da contínua decepção com o Congresso Nacional. A reforma política torna-se uma compulsão do inconsciente coletivo. O Presidente da Câmara quer tomar a si a tarefa, por inteiro, e à sua hora. Mas aquela impaciência de base leva Lula a apresentar projeto sem mais demora aos parlamentares.

  • O Dédalo do Jânio

    FOI A JUSTIÇA que tornou possível a democracia. No século 13, em 1215, com a Magna Carta, os ingleses iniciaram a construção do direito moderno. Foi o rei João que pactuou a primeira declaração de direitos, abandonando a noção de direito divino dos reis, obrigando-se a respeitar a liberdade pessoal, a propriedade e a prerrogativa de ser julgado por uma Justiça isenta. É o embrião dos direitos fundamentais.

  • Ações da Vale

    Os leitores desta coluna já estavam imbuídos da idéia de, através de seu agente bursátil, dar preferência a uma determinada ação em jogo na Bolsa de Valores. De maneira que não somos novos nessa abertura que a Bolsa dá a muitas pessoas, um tratamento excepcional, ao contrário do que aconteceu há dias, quando a cotação da Vale ficou muito mais baixa do que se esperava, dando prejuízo para quem liderou campanhas de absorção de compra de ações daquela empresa. Pelo que estamos informados , foi de 3,4% a queda, dando, portanto, prejuízo àqueles que tinham adotado a bolsa como campo de aplicação de sua poupança.

  • Uma virada olímpica

    É muito justa a pretensão de sediarmos, em 2016, a Olimpíada que reunirá atletas do mundo inteiro. A China ganhou a competição de 2008 e dá uma grande demonstração de eficiência, com o propósito de fazer a maior de todos os tempos.

  • O país do crioulo doido

    Antes de mais nada, devo deixar bem claro que, com as palavras acima, apenas repito parte do título de um samba famoso e não tenciono ofender qualquer pessoa ou coletividade com um epíteto racial que alguns consideram pejorativo, no que, me apresso também a reconhecer, exercem pleno direito seu. Se solicitado, apresentaria evidências públicas de minhas posições sobre a questão, mas imagino que baste lembrar que, na Bahia, sou branco-da-terra - ou seja, não chego a ser branco-branco mesmo, que lá não tem, com a notória exceção do cônsul da Noruega. Também não acredito que, examinado por uma comissão racial do Terceiro Reich, eu seria considerado ariano.

  • Matar ou morrer

    RIO DE JANEIRO - O pior de uma guerra, entre outros piores, é o sacrifício de inocentes de ambos os lados. Seria utópico que numa luta entre o bem e o mal, o crime e a lei, somente um lado (o mal e o crime) fosse exterminado. No confronto atual entre polícia e bandidos, aqui no Rio, o número de inocentes aumenta a cada dia.