
Nos teus seios, a paixão
AO SAÍREM DO TRIBUNAL , ela disse ao ex-chefe: "Espero nunca mais ver você".
AO SAÍREM DO TRIBUNAL , ela disse ao ex-chefe: "Espero nunca mais ver você".
Quando a gente ouve tanto falar dos currais eleitorais do tráfico, no Rio, sempre faz uma associação àqueles outros do coronelismo do Nordeste. De fato, parecem uns com os outros, mas só parecem.
RIO DE JANEIRO – São coisas que acontecem com qualquer um, até mesmo comigo. Bem verdade que nunca cheguei a tanto. As surpresas que desabaram sobre mim foram poucas e pífias. Mas tenho um amigo que pode perfeitamente ocupar o pódio do incrível, fantástico e maravilhoso.
Lula resolveu ouvir pessoas, não necessariamente do PT, para ouvir uma avaliação do seu governo. Foi um encontro de bons resultados
Os escândalos levantados pela Operação Satiagraha já têm um saldo definitivo, qual o do teste de uma nova maturidade da democracia brasileira. Esta só avança quando de fato chega-se à barra de contradições institucionais, e esta se resolvem por um passo à frente, até mesmo no desconhecido, e a bem da confiança em novos controles, sempre dentro da Carta Magna. Estamos, de vez, numa sociedade em mudança a que responde a crença na sustentabilidade do desenvolvimento, de par com o avanço do efetivo pluralismo das liberdades e da dignidade da pessoa. Estes valores são postos à prova pela nova desenvoltura da polícia, acostumada, de sempre, a se deter na ante-sala dos poderosos. Mas todo progresso paga o preço dos seus exageros, necessariamente corrigíveis.
Autoridades aqui do Rio, preocupadas com a devassidão provocada por travestis e prostitutas, sobretudo na orla, e decididas a transformar a cidade num mosteiro de absoluta castidade, pretendem fotografar a placa dos carros daqueles que se abastecem de sexo com a mais antiga das profissões.
George Yúdice vem alertando para a presença supranacional das corporações como influência do setor não governamental internacional.
Entre as notícias de crise no mundo inteiro, com os Estados Unidos comandando os receios de recessão, o Ipea e a Fundação Getulio Vargas trazem as boas notícias de que a classe média já é maioria na população brasileira, chegando a 51,89% das pessoas, e que 3 milhões de brasileiros deixaram a faixa da pobreza absoluta. É uma importante etapa vencida e uma grande mudança, causada pela queda do desemprego, pelo aumento do número de trabalhadores com carteira assinada, pela melhoria do salário mínimo e pelos grandes programas sociais.
De olho em recursos de 8 bilhões de reais, pertencentes ao Sistema S, especialmente Senac e Senai, o Ministro da Educação sonhou em se apropriar dessa verba anual para ampliar as vagas gratuitas de educação profissional. O motivo era nobre, mas para que ele se viabilizasse necessário seria produzir uma lei congressual, coisa para dois anos de idas e vindas, com todos os riscos de enxertos indesejáveis. Seria uma situação de desconforto para o Governo Lula.
A crise do dossiê Dantas testou os limites da nossa maturidade democrática. Deparamos com uma nova consciência, que torna irrevogáveis estas conquistas, e nos deixa a salvo de regressões moralistas, ou de um controle autoritário. É benéfico que o choque tenha sido percebido ao nível decisivo dos movimentos sociais, dos abaixo-assinados e das moções, libertados do conformismo das instituições. A verdadeira paz social corrompe-se por um quietismo excessivo, confundindo com uma pseudo tranqüilidade o nível de desencanto, senão de cinismo, com que um país de elite de poder pretende se manter no banho-maria do seu status quo.
Está na hora de pensarmos o bicentenário da Independência. Está na hora, conseqüentemente, de trabalhar para que possamos iniciar uma nova etapa do país, olhando o passado como forma de iluminar o futuro.
Foi necessária a decisão do Supremo Tribunal Federal para invalidar o julgamento de um homicídio pelo fato de o criminoso ter sido algemado indevidamente, uma vez que não ameaçou fugir nem reagir ao ato de sua prisão. Uma regra óbvia que pretende acabar com o uso e o abuso das algemas em qualquer situação, criando um prejulgamento policial, uma truculência cuja finalidade não é punir com antecipação o possível culpado, mas humilhá-lo social e publicamente.
Não é para me promover, não só porque não faço isso, como porque a notícia já é velha e saiu em tudo quanto é canto. É porque preciso lembrar que ganhei o prêmio Camões para o que vou contar possa ser bem compreendido.
COMO TODOS , nasci sem ser consultado. Reconheço, preliminarmente, que de nada adiantaria uma consulta antes de cada nascimento, pois além dela, seria necessário municiar o cara com informações. Digamos: o feto está sendo fecundado e alguma entidade superior exibe para ele o filme do que vai ser sua vida lá fora.
AOS 34 ANOS, MOLINA estava longe de ser um "Don Juan". Não só continuava absolutamente solteiro, para desespero da mãe viúva, que implorava por um neto, como nem sequer conseguia arranjar uma namorada. Molina era um solitário. O que, infelizmente, era mais do que explicável. Molina era feio, muito feio, Molina era pobre (trabalhava como balconista numa lojinha de subúrbio), Molina não era muito inteligente nem muito culto. Ou seja: suas chances de arranjar mulher eram mesmo diminutas. E ele não sabia o que fazer.