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Artigos

 
  • OS CWs vêm aí

    Já devo ter contado aqui, ao longo de todos estes anos, que meu avô materno, o iracundo coronel Ubaldo (Ubaldo não é nome de família, é o de pia mesmo - acho que uns noventa por cento dos Ubaldos se concentram na minha família, mania estranhíssima), não punha as mãos em nada que fosse elétrico. Mas talvez não tenha contado e, de qualquer forma, há sempre alguém lendo esta coluna pela primeira vez, e espero que não pela última, de maneira que, somando-se o cada vez maior número de desmemoriados, pode ser que esteja oferecendo a alguns uma novidade.

  • Mães não morrem, ficam encantadas

    Parafraseando Guimarães Rosa, mães não morrem, ficam encantadas. Retiram-se deste mundo, sem dúvida, mas apenas para continuar a observá-lo lá de cima, do "assento etéreo", para usar outra expressão famosa, esta de Camões, cujo poema diz: "Se lá no assento etéreo onde subiste / memória desta vida se consente / não te esqueças daquele amor ardente..." Este "se" não se aplica às mães. Elas não precisam de consentimento para lembrar, para ter acesso à "memória desta vida"; mães lembram sempre, mães não esquecem. Mães nunca esquecem a hora da mamada, a hora de dar o remédio para o filho doente, as coisas que devem comprar no super. Borges criou um personagem, Funes, "o memorioso" que não conseguia esquecer de nada, o que era para ele causa de sofrimento. As mães são memoriosas, mas de maneira diferente: a memória para elas é alegria de viver, é o motor da própria vida. De modo que, lá nos seus assentos etéreos, os cintos de segurança convenientemente afivelados (há um preço por estar nas alturas) elas lembram. Lembram de quê? Dos filhos, em primeiro lugar. Podem lembrar suas próprias vidas, o namoro, o casamento, a profissão que tiveram; mas, em termos de lembranças, a prioridade vai para os filhos. E aí contam, umas para as outras, aquelas histórias mirabolantes que todas as mães adoram. "Quando meu filho tinha três anos, uma vez pegou o violão do pai dele e tocou Imagine, de John Lennon, inteirinho, acreditam?" Claro que acreditam, assim como acreditam na menina que aos seis anos já lia Guimarães Rosa, e no garotinho que aos oito tornou-se campeão de basquete. Para mães que lembram, os filhos sempre foram prodígios, sempre foram campeões.

  • A pobreza da abundância

    RIO DE JANEIRO - Crítico inglês de música pop, escrevendo para jornais não necessariamente ligados à temática que escolheu, Simon Reynolds, 45 anos, autor de "Bring the noise" (Faber&Faber), reclama não da diversidade, mas da redundância e banalidade que penetram em todas as áreas do pensamento e da criação artística.

  • Paulo Alberto

    RIO DE JANEIRO - Ao voltar do exílio e tentar ressuscitar seu antigo partido, Leonel Brizola ficou triste ao saber que Artur da Távola faria parte dos dissidentes do PMDB que iriam formar o PSDB. E teve uma de suas frases típicas: "O Artur da Távola é deles, o Paulo Alberto ainda é nosso".

  • Paulo Alberto, um cavalheiro

    Estou longe do Rio e recebo a triste notícia do falecimento prematuro do jornalista e escritor Paulo Alberto Monteiro de Barros, o consagrado Artur da Távola. No momento mesmo em que o seu corpo está sendo enterrado, no cemitério São João Batista, resolvo prestar-lhe esta homenagem, uma forma de demonstrar solidariedade à esposa Mirian Ripper e aos seus três filhos.

  • Estímulo à indústria

    Quem se propuser a fazer o levantamento da presidência de Roberto Simonsen na Federação das Indústrias vai encontrar um estímulo de bilhões, em moeda brasileira, para atualizar tecnologicamente a indústria. Roberto Simonsen contava com a parceria de Elvaldo Lodialém de sua liderança na atualização tecnológica para competir com que se fazia lá fora. Não é de hoje, portanto, que a indústria se atualiza, fazendo face aos poderosos grupos estrangeiros que estão no Brasil, principalmente na indústria automobilística. A previsão de gastos do governo para estimular as indústrias a se atualizarem cada vez mais, comparando-se com os grandes conglomerados, é de R$ 25 bilhões.

  • A luta de um educador

    A base de tudo é o conhecimento, e a base do conhecimento é a educação. É por isto que, no Brasil de hoje, precisamos repetir o lema com o qual o líder chinês dos anos 80 do século passado, Deng Chiao-Ping, definiu como programa dos quinze anos seguintes de seu governo: educação, educação, educação. Com esse programa Deng Chiao-Ping transformou um país cheio de problemas de então na potência que a China é hoje.

  • Morte na China

    Anunciar que morreram quase 10 mil chineses por conseqüência de um terrível terremoto não é assustador, pois a China tem uma população várias vezes superior a 10 mil habitantes. Terremotos como o que assustou a nós, paulistanos, há pouco tempo, são insignificantes para o grande Império do Meio , embora seja difícil aceitar a morte de quase 10 mil pessoas daquele formigueiro humano que é a China. Não há solução para os tremores de terra, pois cada tremor consome apenas alguns minutos, o suficiente para abalar grandes construções e grandes aglomerações.

  • A demissão da ministra

    A demissão da ministra Marina Silva da pasta do Meio Ambiente não deve ser tomada como uma crise grave no governo. Ministros são nomeados e demitidos há muitos anos sem provocar nenhuma crise. Era famosa no governo Getúlio Vargas a facilidade com que ele substituía os ministros e de pois os chamava de volta, quando lhe convinha fazê-lo.

  • Tábua de logaritmos

    RIO DE JANEIRO - Nos últimos tempos, por penitência ou por masoquismo, tenho ouvido palestras, conferências e debates sobre variados assuntos sobre os quais nada entendo. Pouco tenho aprendido, mas sempre me distraio vendo a reação das platéias.

  • Obama já virou a página

    Os resultados das primárias da Carolina do Norte e de Indiana mostram como os Estados Unidos já viraram uma página decisiva, na reafirmação da sua democracia profunda. O sucesso de Obama, para espanto do mundo, é o desse arraigamento no eleitor americano, do que seja, de fato, ir às urnas na convicção do peso individual do seu voto. E assistimos agora ao começo desse plebiscito de base, em que o país de Jefferson e Lincoln confronta a hegemonia de Bush, a ocupação do Oriente Médio e a “civilização do medo”. Independentemente do resultado final, lances da candidatura do senador de Illinois derrubaram o que se pensava fossem preconceitos irrevogáveis do país, e o enrijecimento definitivo do seu conservadorismo.

  • A oposição, irrelevante e inaudível

    Em boa hora o senador Marco Maciel, paladino de nossa democracia profunda, veio à cobrança de um desempenho de relevo e sentido para o DEM. Reclama-lhe uma visão consistente de oposição para além do oportunismo imediato, mais que deplorável, e desatenta à disciplina e ao jejum a longo prazo, para qualquer volta ao poder. O senador tem noção da distinção cada vez maior do país que emerge às algaravias que tornam inaudíveis, hoje, as idas à tribuna do anti-governo, na rotina do Congresso.

  • O futuro está próximo

    SEMPRE associamos o futuro à idéia do melhor, do avanço da humanidade a um tempo de sublimação do corpo e da alma. De melhores condições de vida e de realização das virtudes humanas.