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Artigos

 
  • Ar-condicionado e qualidade de ensino

    Segundo relato de historiadores como Pero Vaz de Caminha (o da carta), ao chegar ao Brasil, em 1500, o comandante Pedro Álvares Cabral, natural de Belmonte, Portugal, não se assustou muito com a nudez dos índios que frequentavam a praia (“nada cobria suas vergonhas”). Apesar de uma brisa constante, fazia calor pra valer. Os portugueses suavam em bicas e passaram a invejar a beleza dos naturais e a sua sem-cerimônia.

  • Um caso pessoal

    Passou discretamente pela mídia o 45º aniversário do golpe de 64. Houve reunião em alguns centros militares, muita troca de mensagens eletrônicas. Aos poucos, os herdeiros ou sucessores daquele movimento começam a expor “o outro lado” da questão, que, em geral, continua contada apenas pelo lado dos vencidos, mais tarde vencedores no plano da história, bem verdade que à custa de milhares de vítimas.

  • O amigo e o democrata

    BUENOS AIRES - Sou tomado nesse momento por um duplo sentimento de perda: a do amigo e a do homem de Estado. Raúl Alfonsín foi, sem dúvida, uma das maiores figuras humanas que conheci, e foi também o homem que abriu, com sua coragem, a integração latino-americana.

  • Escola atraente, um sonho

    A conversa com a professora Maria Auxiliadora Freitas, Secretária Municipal de Educação de Campos (RJ), é das mais esclarecedoras. Segundo nos confessou, é impossível existir uma boa relação ensino-aprendizagem numa escola suja, quebrada e mal-cheirosa. Foi assim que ela recebeu o sistema municipal, com suas 248 escolas, e hoje se esforça para renovar os prédios, licitando 138 obras prioritárias.

  • Juízos e juízes

    Cavacos do oficio me obrigavam, volta e meia, a comparecer sob vara nas Varas Criminais do foro local. Processos os mais variados, nos quais às vezes funcionava como réu, às vezes como testemunha de defesa ou de acusação, funções que procurava desempenhar civicamente, intimado ou convidado pelos meritíssimos.

  • A temática aliança das civilizações

    O Programa da Aliança das Civilizações depara uma circunstância nova no seu horizonte imediato. Ou seja, a do advento do governo Obama, que afasta o recrudescimento da pespectiva americana num fundamentalismo ameaçador em defesa do Ocidente, no seu impacto sobre a "guerra das religiões".

  • Falando da Doença

    Temos basicamente duas linguagens: aquela que falamos ou escrevemos e com a qual expressamos pensamentos, sentimentos, opiniões, e que serve basicamente para a comunicação entre pessoas; e a linguagem do corpo, que se traduz por sintomas e sinais: uma dor, uma febre, uma tumoração. Médicos são treinados para traduzir a linguagem da comunicação em linguagem do corpo. Assim, quando uma pessoa diz: “Qualquer esforço me dá falta de ar, tenho de dormir com travesseiro alto”, o profissional “ouve” o coração dizendo que já não tem força para bombear o sangue, e que este, acumulando-se nos pulmões, está gerando dispneia, ou seja, falta de ar.

  • Poetas de 45

    Estamos em 1945, a guerra terminara em 8 de maio. Não sabíamos que ela ia terminar. Mas, no fundo, sabíamos. Sabíamos porque desde o fim de abril, um grupo de jovens poetas, preparamos uma exposição de poesia. Isto mesmo: uma exposição de poesia. Datilografamos poemas em folhas de papel, emolduramo-los como se quadros fossem, e penduramo-los nas paredes da sala de entrada da Escola Nacional de Belas Artes na Rua Araújo Porto Alegre do Rio de Janeiro. Pertencíamos ao grupo: Antonio Fraga, Luciano Maurício, Aladir Custódio, Ernande Soares, Hélio Justiniano e este que vos fala. Conseguimos imprimir um catálogo, para o qual escrevi uma apresentação, com um poema de cada expositor. Inauguramos a mostra em 10 de maio de 1945 (dia do meu aniversário). Era a primeira demonstração pública da geração que viria mais tarde a ser chamada de Geração de 45. Verdade é que; antes dessa data, Nelson Rodrigues lançara o seu Vestido de noiva, Clarice Lispector publicara Perto do coração selvagem e Guimarães Rosa ganhara prêmio, em 1936, com os contos de Sagarana, só publicados mais tarde. Em todos eles havia a marca dos novos tempos. Que veio a ser afinal a Geração de 45? Terá sido simplesmente a negação da Semana de 22? A Semana já havia feito o que tinha de fazer, já havia conquistado o que tinha de conquistar. Mais importante, ainda, entre 22 e 45 houvera uma nova guerra mundial e uma tecnologia que mudava por completo o equilíbrio político das nações.

  • Marcito

    “Pendurada a espada, os velhos marechais deveriam recolher-se a particulares limbos de glória, cercados da ternura de suas famílias e do silêncio de seus concidadãos. Pendurada a espada, os velhos marechais deveriam cristalizar-se como estátuas dignas, merecedoras do respeito dos que por elas passam, mas sem perturbar o fluxo de vida que lhes corre nos pés. Ao fim de uma vida árida e dura, o silêncio é o que lhes convém. E à nossa paciência também”.

  • A terra treme

    A definição é de Federico Fellini: "A Itália é uma capela histórica, cheia de obras de arte e de papas ali enterrados". O terremoto desta semana, nas proximidades de Áquila, espantou o mundo não tanto pelo número de vítimas e pelos estragos materiais. Em outras regiões, no México, no Japão, em São Francisco (1906), em Lisboa (1755), o desastre foi bem maior. Não se trata de relativizar a tragédia. Mesmo assim, a comoção é grande.

  • Abaixo o obelisco

    Uma boa idéia a do atual prefeito do Rio em promover plebiscito sobre a retirada (ou não) de um pavoroso obelisco que entope o tráfego e enfeia a paisagem na confluência de pequenas ruas em Ipanema, quase Leblon. O monstrengo ali foi colocado sem se ouvir a opinião da plebe e causa mais irritação que admiração.

  • Ética e competência continuarão fundamentais

    RIO - Para um jornalista que se aproxima célere dos 75 anos, as mudanças na produção industrial do jornal ocorridas desde a década de 70 do século passado até hoje foram profundas. Para um historiador da imprensa a parte industrializada mudou mais em 30 anos do que 300 dos tempos das impressoras Alauzet e Stanhope que imprimiam os diários do século 17 até hoje.

  • O Educador Paulo Nathanael

    Foi uma cerimônia muito bonita, no auditório do CIEE/SP. Era a posse do educador Paulo Nathanael Pereira de Souza como membro efetivo da Academia Paulista de Letras. Na ocasião, suas varias ações, sobretudo como homem público, foram lembradas pelos oradores, um dos quais, entusiasmado, chegou a chamá-lo de “Santo”.

  • Os irrelevantes

    Se novamente não me atraiçoa a cada vez mais rateante memória, creio que foi o senador Cristovam Buarque quem disse que o Congresso está correndo o risco de se tornar irrelevante. Que é que está nos dizendo, Excelência, mais alguma outra novidade para contar? Aos olhos dos governados, o Congresso já não tem a menor importância, a não ser pelo vasto, mas pequeno em relação à população em geral, contingente que se beneficia, direta ou indiretamente, das esculhambações, roubalheiras, falcatruas, impropriedades e até – sei lá – de uma surubinha ou outra nos feriados, com um dos surubantes portando a chave de um excelente cômodo, de outra forma sem nenhuma serventia. Na internet apareceram umas coisas, não sei se verdadeiras.