
A transferência de Gutiérrez
Os rapazes da FAB, que retiraram do Equador o presidente deposto Lúcio Gutiérrez merecem aplausos. Nos velhos tempos de Hollywood seriam, sem dúvida, aproveitados num filme de aventura.
Os rapazes da FAB, que retiraram do Equador o presidente deposto Lúcio Gutiérrez merecem aplausos. Nos velhos tempos de Hollywood seriam, sem dúvida, aproveitados num filme de aventura.
Manhã dessas de domingo, decidi tomar um pouco de sol e evitei Ipanema, onde costumo encontrar conhecidos que de certa forma me atrapalham. Aproveito o sol, mas aproveito principalmente a solidão em que mergulho, lembrando coisas e esquecendo outras, remetendo-as para o lixo da memória. E há sempre o importuno que pergunta alguma coisa que eu tenho preguiça de responder ou o desinformado que me saúda pensando que ainda sou o Fernando Sabino.Como disse, fui para Copacabana e sentei no banco onde colocaram a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade. Só que eu fiquei virado para o mar, e ele, pernas cruzadas e livro no colo, ficava de costas para a praia. Estou quieto, olhando as ondas e admirando as mulheres quando um casal de jovens se aproxima e fica olhando a estátua do poeta. Olham, olham, procuram decifrar quem é aquele homem imobilizado no bronze.
A Revolução Francesa derrubou o sistema das ordens. Eram três: clero, nobreza e povo. Eram ordens abertas, marcadas pelas ascensões de uma para outra. Mas poucos dias antes da Grande Revolução, o Terceiro Estado, com o apoio do baixo clero e de parte da nobreza, proclamou a independência da ordem popular, e entramos em nova fase histórica, a das representações por Assembléias.
Nas suas definições, Manuel Bandeira relaciona Guimarães Passos entre os ''são do Norte que vêm.'' No discurso em sua sucessão na cadeira 26 da Academia Brasileira de Letras, Paulo Barreto, mais conhecido como João do Rio, conta, com a graça costumeira dos seus textos, como se deu a vinda desse alagoano para o Rio: ''Por uma certa manhã dos fins do século passado - quase quatro lustros antes da terminação desse memorável século da ciência, da luz e do positivismo - um jovem poeta de Maceió resolveu acompanhar a bordo três amigos, que de viagem se faziam para a Corte, capital do império.
O século 20, tido como o período de maior liberdade que a sociedade humana já viveu, passou décadas debaixo da ditadura e da censura -talvez mais tempo até sob a opressão do que na plenitude democrática. Crucial nessa luta é a liberdade de expressão, tema que continua suscitando polêmicas e discussões até hoje.
O século 20, tido como o período de maior liberdade que a sociedade humana já viveu, passou décadas debaixo da ditadura e da censura -talvez mais tempo até sob a opressão do que na plenitude democrática. Crucial nessa luta é a liberdade de expressão, tema que continua suscitando polêmicas e discussões até hoje.
Moda é moda desde que o mundo roda. No momento, os clichês mais batidos na mídia, na política, na sociedade em geral, podem ser resumidos a três: ética, credibilidade e transparência. Quem possui os três é uma vestal, um varão de Plutarco, uma reserva moral da nação, sendo que alguns, devido à idade, chegam ao ponto de serem conservas, compotas viscosas como as de pêssego ou de mamão.
O governo despendeu cerca de quatro bilhões de reais para acudir os bancos Nacional, durante certo tempo de Magalhães Pinto, e também o Econômico, cujo proprietário me escapa da memória tal a sua insignificância.
Vejo, na poesia de Luís de Miranda, uma longa caminhada em busca de verdades, cada uma delas mostrando o caminho de um apocalipse em que há profecias, quedas, recuperações, gritos, momentos de êxtase. No fundo, este longo conjunto de versos, numerado de um a 200, é, na realidade, um só poema, com interpretações, apelos, tormentas, visões, lutas contra anjos e demônios, abismos, ao mesmo tempo em que a memória interfere, o coração bate e o poeta mergulha na palavra, ceva a palavra, sai do mar das palavras com feições de quem, afinal, compreendeu que podia voar e, de cima, dominar as frases que, em baixo, continuadamente se agitavam, em ondas, muitas vezes revoltas, outras mansas.
O ombudsman da Folha de São Paulo, Marcelo Beraba, acentuou, há pouco, o distanciamento entre a mídia impressa e as outras mídias. O exemplo que deu, e que outros mestres da comunicação estão dando, é a velocidade da notícia que o mercado exige cada vez mais instantânea. Tomando como exemplo mais recente a morte do papa, os jornais só a noticiaram no dia seguinte, na base de "O papa morreu", com a variante "Morre João Paulo 2º".Desde a véspera, sites da internet e emissoras de rádio e de TV haviam dado a notícia, com os desdobramentos imediatos e as primeiras especulações.
Está ainda ocupando espaço na mídia impressa o preconceito racial, por ter um jogador de futebol, branco, chamado de negro um seu colega de profissão.
"Limite" é um clássico da filmografia brasileira, trazendo à luz o nome de Mário Peixoto. Valorizou a cidade fluminense de Mangaratiba, que fica a pouco menos de duas horas do Centro do Rio de Janeiro.
MEC acha até cavalo como veículo escolar. Levantamento divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, ligado ao Ministério da Educação, mostra que até cavalos são usados para levar os alunos às escolas. Folha de São Paulo / Cotidiano, 20.abr.2005A escola era longe, ficava a mais de dez quilômetros da humilde casinha em que morava, mas nem por isso ele deixaria de ir às aulas. Como a mãe, viúva e pobre, costumava dizer, aquela era a única chance que teria de ir para a frente, de progredir na vida.
Embora com atraso, sempre é hora de comentar o perdão que todos devemos a todos. Seguindo o exemplo de João Paulo 2º, que pediu desculpa a todos os que, em séculos passados, foram condenados pelo fanatismo da religião, Lula aproveitou recente estada em terras de África e pediu perdão pelos crimes que o Brasil cometeu contra os negros aqui escravizados. Ameaçou ir às lágrimas, que, segundo o lugar-comum, "escorrem pelas faces".Louve-se este tipo de reparação tardia. É um reconhecimento de erros e de crimes que não devem ser repetidos - que todos peçam perdão a todos: de alguma forma, cometemos erros e faltas contra o próximo.
Conheci o cardeal Ratzinger na residência do saudoso cardeal Agnelo Rossi, num almoço que nos ofereceu a mim e minha mulher. O funcionário que preparou a mesa colocou lado a lado o cardeal e minha mulher, e os dois muito conversaram, em francês, sobre variados assuntos, de preferência o Brasil, onde o novo papa esteve há uns dez anos.