
Serviço de transportes
De todas as cidades do mundo que conheço, e são muitas, a que tem o pior transporte coletivo é o Cairo. Os ônibus que circulam na cidade e transportam os cariotas devem ter muitos anos de tráfego, e sempre deficiente.
De todas as cidades do mundo que conheço, e são muitas, a que tem o pior transporte coletivo é o Cairo. Os ônibus que circulam na cidade e transportam os cariotas devem ter muitos anos de tráfego, e sempre deficiente.
José Veríssimo escreveu há mais de 100 anos sobre características da educação nacional com as quais, em parte, ainda convivemos. A escola deveria ser a cadeia heterogênea que ligasse todos os elementos da Nação. Isso não ocorreu, infelizmente. Permaneceram diversidades de raça, de religião e de costumes. Nossa escola primária, assim, deixou de exercer a devida influência na formação do caráter e no desenvolvimento do sentimento nacional.
Não sei como vai terminar (se é que vai terminar mesmo) a briga do governo com o Severino a propósito da agenda da Câmara dos Deputados. Fatalmente haverá barganha, o tradicional, o inevitável toma lá dá cá. Mas a razão está com Severino, por mais que o critiquem e esculhambem por ser um político fora do esquadro, politicamente incorreto, odiado e debochado pela mídia.
Os grandes jornais de São Paulo e Rio de Janeiro, supondo-se que nos demais Estados a situação é igual, publicaram, em uma coluna comum as vinte palavras de texto, que a Coréia do Norte já teria experimentado um foguete portador de ogiva atômica e o Irã, por sua vez, estaria de posse da bomba atômica, e já teria feito experiências subterrâneas de sua eficácia. Os dirigentes de um e outro país malograram na condução dos negócios públicos e no benefício do desenvolvimento, para o bem do povo.
Durou duas horas, ou mais, a tentativa do amigo em provar que a violência está entranhada no homem desde os tempos da criação do mundo, é peça de nosso equipamento básico, como os rins, o fígado, o esôfago e o piloro. Como prova, citou desde o assassinato de Abel por seu irmão Caim até a chacina da Baixada Fluminense.
Como diversos entre vocês (a palavra “como”, no caso, não é verbo, faço questão de esclarecer), fiquei um pouco surpreendido com a iniciativa do governo em orientar o uso da língua para o politicamente correto. Digo “um pouco” porque espero patadas desse governo com regularidade e os brasileiros estão acostumados a ele meter o bedelho em tudo. Mas, se a surpresa foi pouca, a reação não pode ser, porque, demonstra a História, é assim que começa. Vão tomando um dedinho, a gente deixa, aí tomam a mão, tomam o braço, tomam o tronco e quando a gente (aliás, “gente”, assim como “pessoa”, não devia ser palavra feminina, porque há o risco de ofender homens extremadamente ciosos de sua masculinidade; tentemos empregar, por exemplo, “gento” e “pessôo” ao nos referirmos ao sexo masculino e “genta” ao feminino) se dá conta, já tomaram o corpo todo.
LOGO DEPOIS DE UMA PALESTRA EM Haia, na Holanda, um grupo de leitores se aproximou. Eles queriam que visitasse a cidade onde vivem, já que, garantiam-me, ali estavam fazendo uma experiência única na Europa.
Almoçava com meu amigo Roberto Feith, pedimos o que de melhor havia no restaurante cinco estrelas. Quando solicitamos a conta, milagre, o maître disse que ela já estava paga. Olhamos em volta e dei com outro amigo, médico em São Paulo, que me fizera a gentileza, a qual não pude retribuir, a não ser agradecendo com as palavras banais que usamos em circunstâncias iguais, raras para os meus lados.
Não mais do que de repente eis o grande propósito da União Européia a risco do plebiscito de sua Constituição. Um "não" majoritário não acarretaria necessariamente a quebra do conseguido até agora. Mas, sem dúvida, um possível revisionismo das medidas à frente, contidas na Carta Magna, e dispostas a transformar uma estrita união de estados no avanço de uma efetiva cidadania européia. Ficaria este progresso crucial exposto às revivescências das velhas soberanias nacionais. Os países do Benelux deram a partida, na consagração indiscutível, pelas suas populações, do marco adiante que representa o verdadeiro pacto federal proposto. E, no mesmo passo, segue-se a Espanha, onde o Governo socialista de Zapatero ganhou, hoje, a nitidez de uma busca real de alternativa ao eixo liberal que parecia o tônus do primeiro lustro do velho continente neste século. O núcleo, entretanto, de toda a solidez do projeto continua o eixo Berlim-Paris e, de mais a mais, o "não" surge inesperadamente como a tônica do plebiscito francês do dia 29 de maio.
Muitas coisas precisam nos preocupar. Mas falta tempo e, por isso, vamos sendo enganados pela vida cheia de problemas. Agora mesmo estamos vendo como nos descuidamos dos preconceitos. Foi preciso a Secretaria dos Direitos Humanos nos alertar para essa maldade.Não é que eu passei a vida toda considerando o preto uma cor, a preta, sem saber que assim estava ofendendo toda a África e sendo racista, porque "achando a coisa preta" ia denegrir pessoas, sem querer nem pensar. Lembro-me de Jorge Amado, que foi o primeiro a descobrir isso, porque ele sempre dizia: "a coisa está como entre as pernas dessas mulheres, preta". E, nesse caso, não ofendia as pretas, mas tratava das bondades do gênero feminino, segundo Caminha, o que ele certamente preferiria fazer para não ser enquadrado como racista.
Semana passada, numa palestra em Fortaleza, perguntaram-me sobre a necessidade de um melhor diálogo da igreja com a sociedade. É evidente que não sou autoridade nem tenho especial interesse no assunto, mas questionei as duas palavras-chaves da pergunta: "sociedade" e "diálogo". No caso específico da igreja, ela se preocupa não com a sociedade, mas com a humanidade, que é a mesma desde que o mundo foi criado e habitado por mais de um homem. Houve um papa, não sei se João 23 ou Paulo 6º, que lembrou ser a igreja uma "expert" em homem. É isso aí.
Um de nossos jornais publicou um artigo de autora americana sobre o feminismo. Na opinião dessa autora, o preconceito contra o feminismo continua a ter cultores.
Não morro nem muito menos vivo de amores pelo Hugo Chávez, não gosto de sua cara de índio aculturado, de seus trejeitos histriônicos, tampouco de sua maneira de governar por meio de plebiscitos certamente macetados. Tampouco apreciava Saddam Hussein, com o seu farto bigode e o seu farto arsenal de crimes.
A entrevista coletiva de Lula à mídia impressa e audiovisual não trouxe nenhuma novidade que não conhecêssemos, com a única diferença, de resto destacada nos jornais e no rádio e na televisão, foi a de que o presidente é unha e carne - expressão de mau gosto - com o ministro Palocci e com o presidente do BC, Henrique Meirelles.