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Artigos

 
  • Baderna não é democracia

    O Globo, em 19/07/2013

    Se o governador do Rio, Sérgio Cabral, leva até seu cachorrinho de helicóptero para o fim de semana em Mangaratiba e pretende continuar agindo assim, sem noção de que sua ostentação é ofensiva aos cidadãos do Estado que governa, merece ser duramente criticado.

  • Não têm juízo

    O Globo, em 18/07/2013

    Mesmo com alguns sinais positivos, como a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do fim do voto secreto para a eleição do presidente do Senado e das comissões, permanecem mostras preocupantes de que deputados e senadores insistem em velhos hábitos já rejeitados pela voz das ruas.

  • Democracia Eletrônica

    O Globo, em 17/07/2013

    A resposta dos três níveis de governo às manifestações demonstra um despreparo monumental das autoridades. Não desço a razões instrumentais, diminuindo a altura do debate, como os que pensam de forma oportunista nas próximas eleições. Vivemos uma transformação de paradigma e precisamos aprender a lidar com esses novos horizontes democráticos. 

  • Fala sério!

    O Globo, em 17/07/2013

    Parece brincadeira, mas não é. Depois de o presidente do PT, deputado Rui Falcão, ter tido o cinismo de dizer que não havia militantes petistas nas manifestações dos últimos dias por que todos estão empregados, trabalhando, agora foi a vez de o ex-presidente Lula escrever no artigo distribuído ontem pelo The New York Times que os protestos que ocorreram pelo país são reflexos dos sucessos de seu governo nos campos econômico, político e social.

  • Modelo falido

    O Globo, em 14/07/2013

    O economista Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ, é um crítico permanente do modelo de desenvolvimento adotado nos últimos 20 anos no país, que denomina Modelo Liberal Periférico, que na sua visão teria se agravado nos governos petistas de Lula e Dilma devido a uma política econômica equivocada e a um sistema político corrupto e clientelista.

  • O ritual do esperneio

    O Globo, em 14/07/2013

    Pode ser que, diante da rápida sucessão de acontecimentos notáveis que temos testemunhado, meu assunto deste domingo já haja caducado, apesar da importância que lhe deram. Tudo agora é soterrado num passado cada vez mais próximo do presente e o famoso de hoje é o anônimo de amanhã, assim como a novidade tecnológica já sai obsoleta das prateleiras e as modas passam antes mesmo de pegar de todo. Nas últimas semanas, a velocidade de certos eventos chega a ser atordoante, para quem está, por exemplo, acostumado ao ritmo quelônio do Congresso Nacional e seu toque de bola no meio do campo, sem nunca chegar ao gol, mesmo porque o bicho já está garantido, quer haja gol, quer não haja. Até a renomada semana de três dias foi pressurosamente esquecida, uma coisa em que a gente só acredita porque viu na televisão.

  • Um gesto americano

    O Globo, em 13/07/2013

    O governo dos Estados Unidos está disposto a fazer, nos próximos meses, uma revisão de seu sistema de monitoramento de informações no exterior. O gesto é um reconhecimento da dificuldade criada aos países da Europa e da América Latina que foram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês).

  • O novo e o velho

    O Globo, em 12/07/2013

    Pode-se dizer que no confronto entre o velho e o novo, entre o moderno e o arcaico, as mobilizações dos movimentos sociais perderam a hegemonia das ruas para as convocadas pelas redes sociais. De acordo com parâmetros anteriores às manifestações do mês passado, o Dia Nacional de Lutas convocado por entidades como as centrais sindicais , a UNE e o MST, com pauta centrada em questões trabalhistas - contra o fator previdenciário, a terceirização, pela  jornada de trabalho de 40 horas semanais -, até que poderia ser considerado exitoso.

  • Eles têm juízo

    O Globo, em 11/07/2013

    Confirmando a célebre frase do deputado Ulysses Guimarães, segundo quem “a coisa que mais mete medo em político é o povo na rua”, os senadores encontraram uma maneira regimental de rever a posição do dia anterior, que estava provocando enorme irritação nas redes sociais, e aprovaram uma emenda constitucional apresentada ontem mesmo pelo senador Francisco Dornelles, reduzindo de dois para um os suplentes e proibindo a candidatura de parentes diretos, sejam cônjuges, parentes consanguíneos ou afins até o segundo grau do titular.

  • Cartola e Pasolini

    O Globo, em 19/06/2013

    Fiz uma visita emocionada ao Morro dos Macacos, de mãos dadas com um verso de Pier Paolo Pasolini: “a favela fatalmente nos esperava”. Essa imagem revelou-se mais nítida e grávida de futuro, dentro da creche  que abrigou num fim de tarde a Flupp. Não poderia haver sinal, outro e melhor, que o da creche, radicado numa cidade que espera crescer no seio de uma cultura de paz e igualdade.

  • Desastre na Síria

    O Globo, em 15/05/2013

    Damasco é uma das mais belas cidades do mundo, que não sei e não posso abandonar. Velha e soberba capital do califado omíada, cujas fronteiras se estendiam do Afeganistão à Península Ibérica. Promotora de um convívio admirável entre culturas e religiões diversas, Damasco era conhecida como “cidade do amor” na alta e refinada tradição da poesia árabe.

  • Autonomia da Escola

    O Globo, em 14/04/2013

    Levamos séculos para descobrir que a infância não é uma doença que ataca os seres humanos quando nascem, tão dependentes e incompletos se mostram. A criança não passaria de um adulto imperfeito, para o qual se devem ministrar remédios, que consistem em apressar-lhe o crescimento, mediante atribuição de tarefas e compromissos, que dissolvam a profunda poesia em que se move.  Um crime de lesa-humanidade que se prolonga, infelizmente, sob diversas modalidades.

  • Economia e Humanismo

    O Globo, em 20/03/2013

    As manifestações nas ruas de Lisboa, ocorridas semana passada, ilustram terrivelmente o peso das medidas  econômicas impostas pelo governo à sociedade civil. E com uma recessão absurda, imoral, que deve atingir o patamar de  2,3 % ao longo do ano. Apesar da indignação, nenhuma surpresa. Os tecnocratas são sempre os mesmos, e não perdem os vícios de linguagem, em todos os quadrantes da Terra. 

  • Uma Nova Europa?

    O Globo, em 20/02/2013

    Ouço em Budapeste, e não somente aqui onde me encontro, uma exaltação quase febril pelos profetas que cantaram os últimos dias da Europa. Dentre todos, "A decandência do ocidente”, de Oswald Spengler, lembra um cartório abandonado e  coberto de poeira, onde se guarda, nas prateleiras apocalipticas, o certificado de óbito da comunidade europeia, o fim do novo e derradeiro  império romano, abatido e cansado, vítima de uma crise de identidade sem precedentes. 

  • Um Poeta que escrevia na língua de ninguém

    O Globo, em 02/02/2013

    Acaba de sair um livro oportuno sobre o romeno Ghérasim Luca, da autoria de Laura Erber, pela coleção Ciranda da Poesia, da EdUerj, dedicada à poesia contemporânea. Não merecem passar em brancas nuvens, o livro e o poeta, e não somente pela efeméride dos cem anos de seu nascimento — porque não lhe devem faltar outros no futuro —, mas pelo vigor de um laboratório verbal que ainda produz uma linguagem de combinações químicas em estado latente.