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Artigos

 
  • O choque das civilizações

     Li há uns dois ou três anos, não me lembro bem, o livro de Samuel Huntington A guerra das civilizações . Não concordei inteiramente com o ilustre autor, mas dei-lhe razão nas suas conclusões sobre a crise do mundo e a parte que tem nesta crise o Islã.

  • Os Rolling e o Senhor do Bonfim

    Não farei parte dos 2 milhões de fãs dos Rolling Stones que se espremerão nas areias de Copacabana para assistir o show daqueles artistas já combalidos pela idade e pelo repertório. Aliás, alguns jornais afirmam que não serão 2 milhões, apenas 1 milhão, cifra modesta para um megaevento, mas gente pra burro no meu entender.

  • Pesquisas e candidatos

    Escrevi nesta coluna que deve se considerar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva animal ferido, mas não vencido. Em artigo, meu colega José Nêumanne escreveu mais ou menos a mesma coisa, porque não se deve considerar o candidato a reeleição perdido pelos escândalos políticos e por sua paixão de ambulante em avião moderno.

  • Conhece-te a ti mesmo

    Há frases que percorrem o mundo revestidas de autoridade. Basta pronunciá-las para que todos se deixem convencer de seus acertos. Consagradas pelos séculos, elas fazem parte daquele repertório cultural de procedência nobre, citado com freqüência, e que ninguém ousa contestar. São sentenças que, por seu caráter imutável, reforçam equívocos históricos, preconceitos e crenças conservadoras.

  • Ainda a liberdade de expressão

    Semana passada, na onda provocada pela charge que envolvia Maomé e o terrorismo, escrevi uma crônica sobre a liberdade de expressão -liberdade fartamente defendida por aqueles que consideram a mídia como valor absoluto, tudo o mais sendo relativo, inclusive a verdade e as verdades. Disse, na ocasião, que liberdade de expressão não é liberdade de opinião, essa, sim, valor próximo de um dos raros absolutos inerentes ao ser humano.

  • O menu do anfitrião

    Tive um companheiro de trabalho nesta nobilíssima casa de quem guardo saudade. Faleceu há alguns anos mas dele sempre me lembro. Poeta, latinista e helenista, fez-me o favor de reverdecer meu latim e meu grego. Um dia, ao chegar ao trabalho, encontrei sobre a mesa uma quadrinha de versos e um soneto. Reproduzo aqui a quadra, pois o soneto tem uma chave de ouro que não se profere em salão. Esta é quadra: A democracia em Mombassa, merece aplauso e registro. Quando o governo fracassa o povo come os ministros.

  • O agachamento do Japão

    Alguns séculos antes dos best-sellers de hoje, um livro português inaugurou o atual sistema de apreciação de um escrito pelo tamanho de sua venda. Parte-se do princípio de que, sendo o mais vendido, seja determinado livro também o melhor. Então já havia Gutemberg aperfeiçoado a técnica de impressão que viria colocar o objeto chamado livro nas mãos de qualquer pessoa. As quase oitocentas páginas de "Peregrinação", de Fernão Mendes Pinto, saíam com atraso, pois seu autor morrera 31 anos antes do aparecimento do livro em 1614.

  • O roto e o esfarrapado

    Poderíamos perdoar tudo a FHC, esquecer, mas não perdoar seu governo mais do que suspeito, recheado de escândalos, a criminosa impunidade que bancou e incentivou, chegando a nomear para o STF um advogado que abafou, não com argumentos jurídicos, mas com outro tipo de argumento, todas as CPIs que a nação então exigia.

  • O mundo digital

    Presumo que as mudanças a serem operadas vão exigir elevada participação de capital e as empresas deverão se adaptar ao novo modelo. Não há dúvida de que nós defendemos a livre iniciativa na televisão digital, mas já estão surgindo vozes na Europa que defendem a estatização. O argumento usado pelos estatolátras, comprovadamente ineficientes, é que só o Estado tem capacidade financeira para açambarcar a televisão digital.

  • O guarda-chuva e a botânica

    A educação, que geralmente é confundida com ensino, sobretudo aqui no Brasil, nunca foi lá essas coisas entre nós, sendo que o ensino consegue ser pior ainda. Reúne-se 30, 40 alunos numa sala combalida, quase sórdida; durante três, três horas e meia, um professor mal remunerado ensina a correta colocação dos pronomes oblíquos, o nome dos rios da margem esquerda do Amazonas e a data da proclamação da República. Manda os alunos fazerem o dever de casa. Grande parte deles nem tem casa para fazer o dever.

  • Comércio fechado a tiros

    A rua 25 de Março não tem similar em nenhuma capital do mundo, nem mesmo a Garment Street de Nova York pode lhe ser comparada. Nem de longe. Na 25 de Março operosas coletividades de sírios, libaneses, egípcios, turcos e outras etnias realizaram a façanha extraordinária de fazer funcionar o maior souck ou shopping center, ou grande armazém, onde milhões de pessoas periodicamente se abastecem de tecidos de várias qualidades e vários preços. Pois esse universo comercial grandioso foi abalado recentemente por dois episódios violentos, um deles pela explosão de bomba de manufatura doméstica e o outro pelos tiros que levaram à morte um camelô, um transeunte e feriram um policial.

  • PT: o processo que não ocorrerá

    A direção do PT declarou que o partido irá processar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por considerar injuriosas, caluniosas e difamatórias suas recentes afirmações a respeito da ''ética do roubo'' daquele partido. Esse propósito ainda não foi realizado, na ocasião em que escrevo este artigo e, provavelmente, nunca será efetivado. Com efeito, nada será mais insensato, por parte do PT, do que mover a ameaçada ação e, por outro lado, nada seria mais salutar, para o país, de que essa ação fosse efetivamente ajuizada. Disto deverão se dar conta os advogados do PT, o que me leva à suposição precedentemente enunciada.

  • Refinadas bijuterias

    Dois livros -"Olavo Bilac" e "Um Século de Poesia" (antologia poética de Augusto Frederico Schmidt) - nos dão conta de que, muitas vezes, é preferível revisitar as jóias do passado do que garimpar as medíocres bijuterias que nos oferece a modernidade tardia.

  • O mito do sísifo

    Impossível não ser marcada por um livro, lido aos 20 anos, que começa assim: "O único problema filosófico realmente sério é o do suicídio. Decidir se a vida vale ou não vale a pena de ser vivida".