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Campanha presidencial

 

Está muito bem que os candidatos à sucessão do sr. Fernando Henrique Cardoso sigam as determinações, ou ordens mesmo, de seus marqueteiros, pois foram contratados exatamente para esse fim. É o que estamos observando. Quem acompanha o périplo dos candidatos, pelo Brasil inteiro, um no Rio Grande do Sul, outro no Amazonas, outro no Rio de Janeiro, outro em Minas e assim por diante, vê-se que devemos considerar duríssima uma campanha política como a da sucessão presidencial.


Em outros tempos, na primeira República, por exemplo, a campanha era monótona, pois as comunicações eram o trem, alguns automóveis nas cidades, das quais não saiam, e através dos cabos eleitorais e dos chefes regionais, que tudo acertavam para serem bem sucedidos. O presidente era candidato único, com duas exceções, apenas, pois a de Nilo Peçanha não deve ser lavada em conta. O presidente já sabia que iria sê-lo e ficava tranqüilo com seus futuros ministros, de antemão escolhidos.


Na campanha de Dutra e do brigadeiro já se fizeram ouvir oradores em comícios. As caravanas percorreram o Brasil, falando, em cada localidade adrede escolhida, os candidatos, lendo discursos, porquanto não haviam aprendido o hábito de falar sem ler nem de enfrentar as multidões.


Hoje, quem comanda a campanha é o marqueteiro, sendo que dois deles se especializaram tanto que são disputados a peso de ouro. Fazem muito bem de exigir o que lhes parece justo ou é mesmo justo. Os candidatos estão todos bem amparados financeiramente, pelas doações que recebem, como os jornais já estão noticiando, pelo menos, sobre Lula da Silva. Mas os demais também entram no caixa das grandes corporações econômicas e podem fazer a campanha. É a mudança dos tempos. Chegou aqui e no mundo todo. No mundo onde há democracia, mambembe ou não, mas democracia com votos e urnas ou maquininhas de votar.


 


Diário do Comércio (São Paulo - SP) em 04/09/2002

Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, 04/09/2002