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Artigos

 
  • Qual o sentido?

    Minha primeira reação quando li a inacreditável declaração da presidente Dilma de que não haverá “volta Lula por que Lula nunca saiu”, na entrevista que concedeu a Monica Bergamo da Folha, pensei que ela caíra na própria armadilha. Ao tentar escapar de uma pergunta incômoda, fizera uma frase de efeito que acabou sendo uma admissão de submissão.

  • Receita de mãe

    Muito boa, antológica, a entrevista que o papa Francisco concedeu ao Gerson Camarotti, merecedora de um prêmio especial por vários motivos, pelo entrevistado e pelo entrevistador.

  • Jogo bruto

    O Congresso volta aos trabalhos nos primeiros dias de agosto com projeto bem definido: derrubar alguns vetos da presidente Dilma. Liderado pelo deputado Eduardo Cunha, e com o apoio do presidente da Câmara, Henrique Alves, a bancada do PMDB pretende continuar seu trabalho de boicote ao Palácio do Planalto até que essa queda de braço defina com clareza quem é quem na aliança governista.

  • Não sobrou nada

    Com a desistência do governo de levar adiante a proposta de aumentar em dois anos o curso de Medicina para que os alunos fizessem um estágio obrigatório como médicos do Sistema Único de Saúde (SUS), vai por terra a última das grandes ideias palacianas lançadas a toque de caixa para supostamente dar resposta aos anseios das ruas.

  • Soltos no mundo

    Os professores devem dar aulas, ensinar conteúdos, e ainda por cima exercer a dupla função de mestres e pais substitutos. Nem sempre isso dá certo Soltos no mundo Com a responsabilidade de comandar o Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro, hoje reunindo cerca de 35 mil jovens fluminenses, juntei um grupo de dez adolescentes (5 de cada sexo), para uma conversa sem pauta. Não eram nossos estagiários. Estudam principalmente em escolas públicas e três deles desistiram, alegando total perda de interesse. Perguntei a cada um dos três o que esperava do futuro. A resposta em uníssono é bem esclarecedora: “Não sei, o futuro a Deus pertence”.

  • A Igreja dessacralizada de Francisco

    O coloquial exuberante do Papa Francisco cumula os impactos sobre a sua visão de Igreja na força de seus alertas, mais, inclusive, do que de sua pregação. Na virada de página, quer uma Igreja liberada do clericalismo, tal como proclama, em toda uma marca inédita de modernidade, que a Igreja "não é uma ONG". Sobretudo, o recado apregoa o escândalo do Cristo, a nos guarnecer contra todo o quietismo religioso. Não poderia ser mais incisivo na defesa do pluralismo cultural, e seu clamor, mais que repetido, pelo diálogo superou, de muito, os seus reclamos sobre a injustiça social.

  • Voto técnico

    O que há de mais importante nessa segunda fase do julgamento do mensalão que se inicia no próximo dia 14 é a definição do Supremo Tribunal Federal sobre os embargos infringentes, que permitiriam um novo julgamento daqueles réus que receberam pelo menos 4 votos a favor. Há 15 réus nessa situação, 12 condenados por formação de quadrilha (Marcos Valério, José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Rogério Tolentino, Pedro Corrêa, João Cláudio Genu, Enivaldo Quadrado, Roman Hollerbach, Cristiano Paz, Kátia Rabelo e José Roberto Salgado) e três por lavagem de dinheiro (João Paulo Cunha, João Cláudio Genu e Breno Fischberg).

  • Sem firmeza

    A ex-senadora Marina Silva, que procura se colocar mais uma vez como presidenciável na eleição de 2014, tem dificuldades para se firmar como alternativa aos governos petistas, já que saiu desse meio e nunca rompeu com os antigos companheiros de maneira explícita. Talvez por esperar receber os votos dos petistas desiludidos.

  • Nós, os desordeiros

    “É comum que, quando estamos falando mal do Brasil, nos refiramos na terceira pessoa tanto ao país quanto ao seu povo. Dizemos que o brasileiro tem tais ou quais defeitos graves, como se nós não fôssemos brasileiros iguais a quaisquer outros. Em relação aos políticos, agimos quase como se tratasse de marcianos ou de uma espécie diferente da nossa, não de gente aqui nascida e criada, da mesma maneira que nós. Somos observadores e vítimas de fatos com cuja existência não temos nada a ver. Os corruptos são ‘eles’, os que sujam as cidades são ‘eles’, os funcionários relapsos são ‘eles’ – nunca nós.

  • O Estado-babá

    A menos de um mês da entrada em vigor da resolução que proíbe a presença de aditivos nos cigarros brasileiros, na quarta-feira a Anvisa recuou da decisão. Em setembro serão proibidos apenas os cigarros mentolados. Outros 145 aditivos serão examinados por uma "câmara técnica", a ser criada. Essa câmara, cuja composição ainda não foi definida, mas que não contará com representantes da indústria do tabaco, terá um ao para elaborar um parecer.

  • Tudo como sempre

    O Papa voltou para Roma, parece que as grandes manifestações estão rareando e, ao olharmos em torno, acredito que muitos de nós concluiremos que, apesar de alguns artigos pretendendo avaliar eventos dos quais ainda não se tem boa perspectiva e diversos pronunciamentos altissonantes sobre a voz das ruas, nada mudou, pelo menos que dê para notar. No começo, não deixou de ter seu lado divertido, até cômico, o cagaço afobado que se instaurou entre os legisladores, depois de visões alarmantes, como a da multidão de manifestantes encarapitada na cúpula do prédio do Congresso Nacional. Trabalharam febrilmente, professaram com ardor sua dedicação à vontade dos governados e mal dava para reconhecer, em tal pugilo de denodados, os trezentos picaretas anteriormente apontados por um conhecedor da matéria.

  • Gatos-pingados

    Quando tomou posse na prefeitura carioca (mais tarde seria governador), Negrão de Lima arregalou os olhos quando os técnicos em urbanismo informaram-lhe que havia 8 milhões de ratos na cidade. Perguntou: "Como é que vocês contaram?".

  • Luiz Paulo Horta

    Não dá para entender, embora seja a única verdade daquilo que chamamos "vida". Nem adianta, como no caso do acadêmico Luiz Paulo Horta, falecido subitamente no último sábado, argumentar com a sua discutível condição de "imortal", uma piada macabra que acompanha acadêmicos de várias latitudes.

  • Agenda eleitoral

    A denúncia de formação de um cartel nas licitações de obras do metrô em São Paulo desde a gestão do governador Mario Covas colocou na agenda eleitoral um obstáculo importante para o PSDB. Os principais caciques do partido estão sendo atingidos pelas denúncias, que cobririam os governos Covas, Alckmin e José Serra.