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Artigos

 
  • Crise inesperada

    A Líbia não estava na linha de tiro dos Estados Unidos nem da Otan. Com o Iraque, depois de longos anos de guerra fria, todos previam, sem nenhuma contestação, que o desfecho seria um confronto armado. Para prepará-lo houve longa divergência, com etapas que envolveram desde as acusações de possuir o Iraque armas de destruição em massa e produção de armas nucleares, além do lado passional que a questão passou a ter para os americanos depois que Bush filho anunciou que "Sadam queria matar papai".

  • O Acordo por dentro e por fora (III)

    Para o trabalho de implantação do Acordo de 1990 na 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) de 2009, a equipe técnica da ABL que assessora a Comissão de Lexicologia e Lexicografia teve de levar em conta, além do texto oficial, como seria esperado, a tradição ortográfica que se vinha fixando desde a reforma de 1911 e dos sucessivos Acordos Acadêmicos a partir de 1931, conforme historiamos nos dois primeiros artigos desta série.

  • O arco e a flecha

    Do distante CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) que frequentei, guardei apenas uma definição de guerra: é o conflito violento de duas vontades.

  • Contraponto

    O PMDB está fazendo um movimento em direção à classe média em oposição ao PT, anunciando a divulgação de um documento no seu fórum nacional ainda esta semana onde se posicionará contra a criação de um imposto semelhante à CPMF para financiar a Saúde, e também contra qualquer tentativa de controle da mídia.

  • Mudança de critério

    O mais importante na demissão de mais um ministro do governo Dilma, o quinto em menos de oito meses - um recorde negativo inacreditável - é a mudança, mesmo que tímida, nos critérios de preenchimento do cargo, que pode sinalizar um avanço na maneira de organizar o presidencialismo de coalizão.

  • Os royalties da discórdia

    Os estados produtores de petróleo, especialmente Rio de Janeiro e Espírito Santo, com a adesão de São Paulo, estão reagindo à tentativa do governo federal de alterar a divisão dos royalties do petróleo mesmo nos campos já licitados. Isso reduziria a receita que já lhes pertence de direito nos campos do pós-sal em produção no modelo de concessão e nos do pré-sal já licitados também no regime de concessão, além de mudar a distribuição nos campos do pré-sal a serem licitados pelo novo sistema de partilha.

  • O homem terminal

    Não, não era nada, mas, com a idade, perdera a carteira de identidade e providenciara outra. Ficou admirado ao ver que, junto ao nome, havia a observação do Instituto Félix Pacheco: "Idoso".

  • Prospera a democracia dos indignados

    Em Madrid, na Praça Puerta del Sol, acelerou-se, nestes dias, este novo protagonismo imediato da democracia dos indignados. Deparamos esta irrupção do dissenso no emergir do século, que põe em causa o próprio cansaço do princípio de representação democrática. Retornamos ao arcano senão à memória ancestral do "povo na praça", nas ágoras atenienses, manifestando o desacordo e o aplauso, na cidade, em reunião a céu aberto. Não há, por outro lado, que confundir estas manifestações com os protestos cutâneos como os das marchas episódicas, entre nós, contra a entranhada corrupção do sistema. O novo da Espanha e a maturação da sociedade democrática dos nossos dias, ao lado de todos os aperfeiçoamentos parlamentares, levou ao desponte também desta manifestação do protesto e do dissenso. Dele nasceu o Maio francês de 68 e a procura, das novas liberdades "na praia, desenterrada do paralelepípedo urbano", nos motes de então.

  • Gosto de falar do que me agrada

    De um encontro de duas amigas, Ruth Niskier e Fernanda Moraes Londres, nasceu a excelente ideia de prestar homenagem a um dos vultos mais proeminentes da Academia Brasileira de Letras, o escritor Rodrigo Octávio (filho), que viveu entre 1892 e 1969. Ele e seu pai, este fundador da Casa Machado de Assis, honraram as nossas letras, com obras que merecem ser sempre lembradas.

  • No Tribunal

    O que se temia está prestes a acontecer: a disputa pelos royalties do petróleo caminha para ser decidida na Justiça, com ambos os lados se armando de pareceres. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) contratou o jurista Célio Borja, ex-membro do Supremo Tribunal Federal, para defender os interesses do Estado do Rio. E o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) considera que a proposta dos estados produtores de aumentar o pagamento das participações especiais por parte das petroleiras fere os contratos já existentes e ameaça também entrar na Justiça, como anunciara o presidente da Petrobras.

  • Qualidade em xeque

    O resultado do mais recente Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), que revelou um incrível desnível das escolas públicas em relação às escolas privadas do país, além de colocar em discussão a qualidade do ensino em si, está também acendendo o debate sobre a eficácia dos diversos mecanismos de avaliação da educação no país.

  • Ainda avionando

    É claro que aquele papo da semana passada, sobre saudades dos tempos do bom e velho DC3, é meio fantasioso. Talvez para poder achar que a vida foi melhor do que efetivamente foi, a gente filtra as lembranças, amenizando as más e romantizando as boas. Mas a verdade é que não desperta muita saudade recordar o bom,  o velho DC3 baloiçando ao vento debaixo de chuva, com a senhora ao lado deitando os burros n'água não tão discretamente, a boca colada num saquinho de papel. E as viagens longas eram muito chatas, apesar do serviço de bordo extraordinariamente caprichado sob qualquer ponto de vista, muito especialmente os padrões de hoje. Faziam tudo para entreter os passageiros (cinema a bordo era quase ficção científica), até mesmo a festa da diplomação dos que estavam cruzando o equador pela primeira vez. Recebiam um diploma personalizado, assinado por Netuno, champanhe ilimitada de graça e bagulhinhos sortidos.

  • Acordo por dentro e por fora (IV)

    O elemento co- teve uma vida acidentada de 1911 a 1945 nos respectivos formulários ortográficos. Gonçalves Viana preparou, para exemplificar a reforma de 1911, o ‘Vocabulário Ortográfico e Remissivo da Língua Portuguesa’, saído em 1912, e nas edições em vida (falecido em 1914), além das subsequentes até onde pudemos consultar, só registra ‘coabitar’ (e derivados), ‘coerdar’, ‘coerdeiro’.      

  • 11/9/2001, recordações e reflexões

    “A fecundidade do inesperado excede em prudência do estadista.”Essa observação de Proudhon, realçada por Hannah Arendt, foi a que me ocorreu em 11 de setembro de 2001. Naquela ocasião estava em São Paulo participando, na Fiesp, de um seminário internacional sobre a agenda econômica externa do Brasil, à qual vinha atribuindo grande relevo desde minha posse no Itamaraty em janeiro daquele ano.