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Artigo

  • O Iraque refém de Saddam

    Chegou atrasada à hora do julgamento a fotografia-chave de Saddam na entrada do tribunal: a do ex-presidente aguardando a retirada das correntes passadas pelas pernas, pela cintura estrangulada, e a travar-lhe os braços. Tratava-se, de saída, de opróbrio muito para além do castigo normal da imposição tão só das algemas - e abertas - durante toda a presença do acusado frente ao juiz. O lance esclarece mais do que toda a montanha de afirmações, ou dilúvio dos sites ou da ruminação de rua, o quanto se abre todo um novo estágio de afirmação do Iraque, após o começo da destranca do ferrolho americano. A volta à cena do ex-ditador é também da iniciativa para a discussão pública do pré e pós-invasão. O personagem-mor, pela sua estrita sobrevivência, agora agressiva, subverte os jogos feitos de um futuro exaustivamente determinado pelos Estados Unidos. O crescimento da guerrilha contra as forças americanas reforça-se no processo monstro, pela contradita à visão dos vencedores que passa agora pela decisão das novas autoridades, sem cortes, à mídia mundial.

  • Civilzação ou barbárie

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ), em 14/07/2004

    A antítese civilização e barbárie não é de manejo simples. Tradicionalmente, foi usada de forma autoritária e xenófoba. Foi assim desde sua origem, na Antigüidade, em que os gregos se viam como os únicos civilizados e os não-helênicos eram considerados bárbaros pelo mero fato de não falarem grego. Esse uso perverso da antítese atingiu seu auge na fase áurea do imperialismo europeu. As potências julgavam-se superiores aos povos colonizados, tanto do ponto de vista técnico e científico, como do ponto de vista ético, e nesse sentido eram civilizadas, enquanto os demais povos estavam mergulhados na barbárie. Daí a missão civilizadora que os países europeus se atribuíam, ou que lhes tinha sido atribuída pela Providência - o white man's burden, obrigação que lhes fora imposta de retirar da barbárie os infelizes nativos, ''meio demônios e meio crianças'', nas palavras de Kipling.

  • Clocky, o implacável

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/04/2005

    Despertador se esconde de dorminhoco. Gauri Nanda, estudante do célebre Laboratório de Mídia do Instituto Tecnológico de Massachusetts, USA, inventou um despertador que obriga os dorminhocos a se levantarem para desligá-lo. Concebida para evitar o abuso da função "soneca" dos despertadores pelos preguiçosos, a engenhoca, batizada Clocky, cai no chão e anda. Para desligar o alarme, a pessoa precisa se levantar e procurar o despertador. Graças a um chip, a cada manhã ele vai parar num lugar diferente. (Folha Ciência, 9.abr.2005)Aí está a solução do meu problema, pensou, tão logo ouviu falar no fantástico despertador inventado nos Estados Unidos. Ele era daqueles que sempre querem dormir mais cinco minutos; só que estes cinco minutos facilmente transformavam-se em uma hora. Resultado: estava sempre chegando atrasado ao emprego, o que lhe valera não poucas repreensões do chefe. Mas um despertador que continuasse tocando, e mais, que tivesse de ser procurado, certamente resolveria o seu problema.

  • Carga tributária

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 14/07/2004

    A Curva de Laffer já deve ter endireitado, tamanha a altura da carga tributária brasileira, contra as lições, comprovadas historicamente, que os impostos altos obstam a extensão do desenvolvimento. É elementar essa afirmação: quem deve pagar impostos cada vez mais altos, deixa de gastar no consumo, em todos os itens dos usos pessoais e famílias. Basta um pequeno aumento de apelos telefônicos, uma alta nos planos de saúde, e tudo o mais, para o desenvolvimento encolher, e o povo ficar prejudicado.

  • Incidente na selva

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/04/2005

    Um jogador argentino xingou adversário brasileiro. Quem já foi à Argentina sabe que os brasileiros, brancos ou negros, são ali chamados de "macaquitos", tanto nas conversas íntimas como no anedotário local. Na "brincadeira", segundo dizem. Retribuímos a "brincadeira" chamando os argentinos com o nome de outro animal.

  • Centenário de Neruda

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 13/07/2004

    Poeta nascido no Chile, a 12 de julho de 1904, está a memória de Pablo Neruda sendo lembrada, esta semana, em toda a América. Poucas vezes conseguiu um poeta representar um Continente inteiro e tornar-se, no resto do mundo, o apóstolo de um movimento poético posto a serviço das mais generosas aspirações de um tempo.

  • O leão e o porco

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 12/07/2004

    Um sujeito desinformado perguntou-me o que eu achava pior: inflação alta ou juros altos? Ia responder que os dois são péssimos, ou tiraria "cara ou coroa" na hora, escolhendo a inflação ou os juros aleatoriamente.

  • Mulher iluminada

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 18/04/2005

    Há controvérsias, na história brasileira, sobre o número certo de Brancas Dias com que contamos. A versão mais verossímil é a do Recife, nascida em Lisboa. Teve 11 filhos. Embarcou para Pernambuco, ao encontro do seu marido Diogo. Viveu dias ditosos e infelizes, no engenho do Camaragibe. A outra Branca que pode ter existido é a da Paraíba, que teria sido uma heroína judia, vítima da Inquisição.

  • Muito obrigado pela paciência

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 11/07/2004

    Ogoverno acaba de completar um ano e meio e nos preparamos para as eleições municipais. Armaram uma festinha para comemorar os 18 meses e nos contaram como, naturalmente, não fizeram tudo o que queriam, mas fizeram muito, considerando as duras contingências que a realidade impõe. O presidente chegou a dizer, com quase infinita bondade (a infinita de verdade é apanágio de Deus e creio que nem mesmo o ministro Gushiken imagina que o imperador do Japão partilhe dela), praticamente com um suspiro audível para toda a nação, que a política é a arte da paciência e que o governo não deve perder a paciência. Sobretudo com as críticas da imprensa - parece que sugeriu também -, pois estas ofendem e magoam ainda mais.

  • Mídia frustrada

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/04/2005

    Não deixa de ser curiosa a tendência dos profissionais da mídia, a nacional e a internacional, em relatar os preparativos do conclave que elegerá o novo papa. Tratam a questão como se fosse uma convenção de partidos políticos, a aprovação pelo Congresso de uma MP, a queda ou a nomeação de um ministro. Reclamam da inexistência daquilo a que estão mais habituados: as "fontes", que dão o serviço para os profissionais que se mostraram úteis no passado.

  • Considerações sobre a burrice

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 09/07/2004

    Sou daqueles que não acreditam nessa história de o governo ter determinado o banimento total das emendas orçamentárias das oposições, inclusive a da Fundação Irmã Dulce, considerada pefelista. Isso seria provocar a ira do céu e da terra, isto é, uma grandiloqüente burrice. E quem está no poder jamais é burro. Afinal, o Orçamento federal é um instrumento de ordenação do governo, a peça principal de tudo, o chamado cofre, aquele que dom João 6º pedia que embarcassem em primeiro lugar quando fugiu de Lisboa para o Brasil.

  • O novo Papa num boteco do Leblon

    O Globo (Rio de Janeiro), em 17/04/2005

    Eu sei que ninguém agüenta mais falar no assunto, mas tenho certeza de vai rolar papo papal novamente, sem querer fazer trocadilho. Tu também acha que a Igreja precisa de renovação, não acha, não?

  • O PTB e o clientelismo esclarecido

    Estes meados de 2004 vêm revelando características inéditas de extrema instabilidade, na definição dos cálculos políticos a longo prazo, a partir do próximo pleito municipal. Aí estão, de saída, estas variações do Ibope de, em menos de mês, um pulo de 10% de vantagem de Serra sobre Maluf e Marta, esta última já a perder do contendor clássico na Paulicéia. São subidas e descidas a ganhar já um efeito perverso no saber-se até onde a quebra da prefeita impacta o presidente. Ou de se a demora na arrancada do espetáculo, prometido pelo Governo, começa a derrubar as presunções tranqüilas de um ano atrás, quanto a um octonato petista. É possível que a dúvida crescente quanto ao pacto dos futuros alcaides com o homem do Planalto atrase-se ainda face ao espanto desses altos e baixos em São Paulo, vistos por tantos como o termômetro definitivo do sucesso de Lula.

  • Manuel vai ao Paraíso

    O Globo (Rio de Janeiro), em 17/04/2005

    NAS DUAS COLUNAS ANTERIORES, analisei a vida de Manuel, sempre ocupado, achando que trabalhar - seja no que for - dá um sentido à vida e jamais se perguntando qual é este sentido. Mais tarde, Manuel se aposenta. Desfruta um pouco a liberdade de não ter hora para acordar e poder usar seu tempo para fazer o que quiser. Mas logo cai em depressão: sente-se inútil, afastado da sociedade que ajudou a construir, abandonado pelos filhos que cresceram, incapaz de entender o sentido da vida - já que jamais se preocupou em responder à famosa pergunta: “O que estou fazendo aqui?”