Notícias do Acadêmico Carlos Nejar
Está saindo no mês de novembro a terceira edição do livro "História da Literatura Brasileira", do Acadêmico Carlos Nejar, pela Editora Unisul, da Universidade de Santa Catarina.
Está saindo no mês de novembro a terceira edição do livro "História da Literatura Brasileira", do Acadêmico Carlos Nejar, pela Editora Unisul, da Universidade de Santa Catarina.
Com o fim das eleições, a presidente Dilma acena para a esfera da união e do diálogo, disposta a ouvir a sociedade civil e a superar o déficit do primeiro mandato, de uma presidente técnica, quase sem tempo para ouvir as partes contrárias e negociar. É um grande sinal da presidente, que tira importantes lições das urnas. Espera-se da oposição a mesma atitude, equilibrada, sem vitimização, livre da má leitura de que a vitória de Dilma na verdade é uma derrota sem precedentes, ao passo que a derrota de Aécio é, na verdade, uma vitória estrondosa.
Às vésperas do Natal, costumamos fazer votos de Boas Festas e Feliz Ano Novo, mutuamente nos desejando coisas agradáveis. Ao visitar um amigo doente, apresentamos votos de pronto restabelecimento. Voto é a manifestação de um desejo. Um dia antes das eleições, faço meus votos de que muitos votem. Em outras palavras: desejo que muitos desejem. Mais ainda: que acreditem em seus desejos o suficiente para tentar contribuir, ao menos um pouquinho, para que se realizem — entrando na fila da seção eleitoral, digitando os algarismos correspondentes aos candidatos escolhidos e confirmando com um aperto de botão.
O debate da Rede Globo de quinta-feira foi o mais acirrado das últimas eleições, e mesmo empolgante em determinados momentos. O formato do programa, colocando a cada momento dois concorrentes cara a cara, ajudou muito na sua dinâmica e deu a ele cores novas.
Poucas vezes o refrão de estarmos numa encruzilhada terá sido tão verdadeiro. Neste domingo os eleitores carregam para a votação o peso de uma responsabilidade histórica. E o mais grave é que, dadas as condições do debate eleitoral e as formas prevalecentes de manipulação da opinião pública, boa pane do eleitorado nem atina qual seja a bifurcação diante da qual o País está.
O candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, chega no dia da eleição em crescimento não apenas no primeiro turno, quando supera a adversária Marina Silva do PSB de acordo com as últimas pesquisas, mas principalmente na simulação do segundo turno, o que faz com que o voto útil oposicionista passe a ser para ele, e não para Marina.
Talvez seja o espírito de porco que me acompanha desde a infância, ampliado pela vida que vivi e pela vida que vi os outros viverem. Limitando-me a desprezar detalhes, vou direto ao assunto do dia: as eleições de hoje e os debates tidos e havidos na campanha eleitoral, cuja "finest hour" foi a reunião de todos os candidatos presidenciais na TV Globo na última quinta-feira (2).
Há duas maneiras de tentar entender o que pode acontecer neste segundo turno, que promete ser o mais eletrizante de tantos quantos já aconteceram desde 1989. O primeiro é meramente numérico, o outro é político. Nos dois casos, a votação de Marina Silva é fundamental, mas não depende apenas dela. Se ela quiser aproveitá-la para tirar dividendos políticos no sentido nobre do termo, poderá negociar um programa de governo que inclua questões que considere essenciais.
Pode ser que no resto da semana apareçam alguns casos lamentáveis. Mas a primeira impressão, apesar de a democracia no Brasil ser uma planta tenra, é que tivemos uma eleição tranquila e aparentemente civilizada. Com poucas surpresas, a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral passou mais uma vez na prova.
A aliança tácita firmada lá atrás na campanha entre o ex-governador Eduardo Campos e o senador Aécio Neves deve ser referendada agora neste segundo turno através da posição da família Campos, que anunciará até quinta-feira, quando recomeça a propaganda eleitoral, o apoio à candidatura de Aécio Neves. Significativamente, São Paulo e Pernambuco se transformaram nesta eleição no túmulo do PT.
Pesquisa do Instituto GPP que circulou ontem entre os líderes políticos dá um empate técnico na eleição presidencial no Rio de Janeiro, com a presidente Dilma Rousseff com 45% e Aécio Neves com 42%. A disputa pelos votos do Rio de Janeiro, o terceiro maior colégio eleitoral do país, é um os pontos mais sensíveis deste segundo turno da campanha, com a presidente Dilma buscando recuperar os votos que perdeu no Estado e Aécio Neves tentando ampliar sua votação para reduzir a diferença nacional para a candidata do PT. Em 2010, Dilma teve 43,8% dos votos no 1º turno, e agora recebeu 35%. A candidata do PSB Marina Silva ficou com 31% dos votos, a mesma votação da eleição presidencial anterior, e Aécio Neves, com 27%, aumentou a taxa de votos do PSDB, que foi de 22,5% na eleição de 2010.
Os debates finais da campanha presidencial trouxeram a voz de todo o espectro ideológico do País frente à opinião pública. Inclusive, o extremo do conservadorismo direitista, na obscenidade homófoba do candidato Levy Fidelix. Levantou-se também a esquerda, no corte crítico sobre o PT e no que seja o futuro do socialismo brasileiro, com Luciana Genro. Foi-se ao voto, também, com a nitidez da proposta do Partido Verde, desembaraçado da utopia ambiental.
A vitória momentânea do candidato Aécio Neves, pela primeira vez nesta corrida presidencial, tem um simbolismo importante, mas uma vantagem tão pequena que ajuda os tucanos a manter os pés no chão. O governo, ao contrário, deve ter ficado aliviado, pois pesquisas de institutos menores indicavam uma diferença de até 10 pontos para Aécio Neves.
Como jornalista, tornou-se I imperdível a chance de unia visita à tradicional Agência France-Presse, na Plâce de la Bourse, em Paris. Recebido pelo também jornalista Philippe Onillon, diretor internacional de informação, tive o ensejo de conhecer detalhes do funcionamento da Agência, inclusive a enorme redação.
Publicada em 04/11/2014