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Artigos

  • Oman, nosso parceiro no Oriente Médio

    Jornal do Commercio (RJ), em 24/12/2010

    Depara-se o novo governo com uma presença internacional cada vez mais rica, e focada no Oriente Médio. Ganhamos esta dimensão, tanto quanto hoje parceiros dos Brics, e a dividir, sobretudo com a China e a índia, um novo protagonismo, por inteiro largado da velha geopolítica de centros e periferias. Voltamo-nos para o nosso mercado interno - em contraste com os parceiros asiáticos - e juntamos à expansão econômica a mobilidade social, a consciência popular e, sobretudo, o crescente respeito à democracia no nosso desenvolvimento político. Somos atores excrescentes ao que o Ocidente subordinou ao meridiano fatal dos colonialismos, e de um sul cativo das metrópoles européias e dos Estados Unidos. A insistência do governo Lula em somarmo-nos ao dinamismo do Oriente Médio pode, hoje, ganhar todo o seu impacto, na convergência com as nações da península arábica e, em especial, e ao lado dos Emirados, no que representa o Sultanato de Omã.

  • O lulismo: futuro do petismo?

    Jornal do Commercio (RJ), em 17/12/2010

    As análises profundas de Maria Sylvia Carvalho Franco e Sérgio Fausto sobre a dinâmica do lulismo fascinam por uma nova inquietação: como vai a nossa inteligência de fato reagir ao novo governo, na esteira do atual Planalto? O que inquieta, nestes primeiros rasgos, é a sedução dos intérpretes por um contraditório fácil, em que as visões sumárias de uma ideologia e contraideologia não abram espaço para uma aposta no ineditismo da presente experiência brasileira da mudança. 

  • Padre Ávila e o testemunho da modernidade

    Jornal do Brasil, em 24/11/2010

    Padre Fernando Bastos de Ávila, que perdemos a 6 de novembro, reunia três marcas exemplares do que possa ser o testemunho crítico da fé, no desafio do seu tempo. E sem nenhuma concessão aos conservadorismos fáceis, ou às rendições à boa consciência. Vindo da mais rica das formações teológicas e sociais, da Gregoriana a Louvain, criou, na PUC do Rio de Janeiro, a primeira grande escola de sociologia, nascida da ampla compreensão moderna da profissão, à luz dos rigores científicos de nosso tempo.

  • Obama:da purga à virada

    Jornal do Commercio (RJ), em 19/11/2010

    A confissão de um Obama candente, na sua catarse diante da derrota eleitoral, é fenômeno inédito do discurso político contemporâneo. Merece reflexão, à altura do que possa ser, e novamente de maneira inesperada, o reacionarismo republicano, em que parecem mergulhar os Estados Unidos. Vai manter o país, na sua grandeza, a consciência em que se ganham ou perdem viradas históricas, como a que sugeria ser a sua eleição em 2006?

  • O quê, depois do debate sonâmbulo?

    Jornal do Commercio (RJ), em 22/10/2010

    No debate da Rede TV os candidatos não se repetiram, apenas. Não se deram conta, sonambulamente, de que os julgaria. Perguntavam, como se fosse de primeira vez, aborreciam-se e invectivavam, numa repetição convincente. Mais ainda, transpunham uma resposta à outra, numa atenção desfocada. Não se trata, apenas, de mornidão, conhecida pela platéia, mas do automatismo de um discurso sem ouvidos.

  • Cartão vermelho e consciência nacional

    Jornal do Commercio (RJ),, em 02/07/2010

    A fotografia exemplar desta Copa é a da família, na casa destroçada, em Palmeiras dos índios, nenhuma parede em pé, mas a televisão, fixada em tijolos, mostrando O jogo a toda a filharada de camisa amarela. O sentimento nacional não poderia ser mais exuberante, nesses milhões mobilizados na paixão desme-surada. O surto, a cada quatro anos, é o da exuberância de cada um, cada vez mais independente dos jogadores, ligada à competição estrita e ao seu ganho, sem concessões. 

  • As certezas do voto-opção

    Jornal do Commercio (RJ),, em 31/12/2009

    No quadro político brasileiro que desponta na nova década impõe-se a pergunta: o que fará a prazo curto e médio este povo de Lula amarrado ao presidente, independentemente do partido. Falta-nos ainda a perspectiva para saber o quanto o apoio sai, da figura, para os novos rumos do Brasil da mudança em nova maturidade da nossa consciência política. Ao mesmo tempo, a oposição mal começa a enfrentar os confrontos regionais que despertará uma candidatura Serra, confrontando o super Estado frente ao resto do País, ou às rupturas das alianças municipais e estaduais clássicas, pelo avanço do PAC. Este fim de ano, por outro lado, exauriu, de vez, do país anti-Lula a retórica moralista, ao se ver o nível da democraticíssima corrupção brasileira, de como chegou ao núcleo pelo PSDB e pelo DEM. Não nos demos conta, ainda, da resistência coriácea do sistema ao escândalo, nesta pertinácia com que o governador Arruda joga com a boa desmemória frente à mais sistemática e ampla daspropinas como facilitário do poder.

  • Corrupção, moralismo e oposição

    Jornal do Commercio (RJ),, em 11/12/2009

    A entrada num ano eleitoral marca-se de medidas promissoras. Nunca tivemos um presidente com a popularidade de Lula ao fim de um segundo mandato, e constitucionalmente irreelegível. Nem uma consciência popular tão distinta do que fosse o partido que levou o petista à vitória em 2002. E a ter a consciência da sua afirmação política, até onde intransferível a outra candidatura?

  • Subcultura e processo político, hoje

    Jornal do Commercio (RJ),, em 27/11/2009

    Como impacta a subcultura esses meses pré-eleitorais? O que revela, dela, o affair Samey na implacável resistência do país da cosanostra contra a República? Em que termos o moralismo do País de sempre pode contaminar o PT, e o que representou a crise da renúncia abortada do senador Mercadante, como este confronto exemplar entre o grito da consciência individual e o dever do bem público para a política da mudança? Que foi a crise dos guardiões da Fazenda no affair Lina Vieira, protestando, de vez, pela sua demissão coletiva contra a permanente ingerência de interesses estranhos na gestão do erário público?

  • Caetano perdido no Brasil de Lula

    Jornal do Brasil,, em 25/11/2009

    Até onde convive com a democracia o excesso da popularidade presidencial? O exemplo de Lula ao reforçar o seu ineditismo é o de que só avança na provação política o presidente que renunciou a toda a veleidade de um terceiro mandato, e chega a esses dados únicos de aprovação em fins de seu segundo governo.

  • Injustiça social e má consciência ecológica

    Jornal do Commercio (RJ),, em 13/11/2009

    Vamos a Copenhagen cumprindo nosso dever de casa, de resposta a um alinhamento e uma consciência internacional pela melhoria ecológica do planeta, mas a atitude brasileira em Copenhagen implica também, e a prazo médio, um debate crítico sobre as urgências desta tomada de consciência e de como se definem, de fato, as prioridades reais do que seria hoje a efetiva e rápida melhoria do mimdo dos homens. Os tempos da globalização, a perempta e a que nasce, já, na era Oba-ma, superaram de vez o racha ou a dicoto-mia de um vmiverso de centro e periferias. Mas a simultaneidade de um novo dinamismo econômico não impede, se não agrava, as contradições que se abatem sobre a visão de um desenvolvimento universal. Coincide agora com os reclamos de Copenhagen a consciência do firacasso de todo espontaneísmo na economia de doações internacionais às nações da miséria e do imobilismo ancestral. De vez, manifestou-se o vão e o ingênuo de uma piedade internacional, ou da sensibilidade dos muito, muito ricos, à condição dos muito, muito pobres, mesmo ganhasse o auxílio a marca humilhante e consentida da esmola.Vem já de meio século a cantilena que elimina toda boa consciência em manter-se os mesmos padrões e os mesmos desígnios na virada do século e da denúncia da política dos bons corações e de uma caridade mundial.

  • Diálogo impotente e conflito inevitável

    Jornal do Brasil,, em 11/11/2009

    A Conferência do Cairo da Academia da Latinidade insistiu na superação dos álibis fáceis para mantermos a rotina de que o mundo não mudou após o 11 de Setembro, e de que enfrentamos, sim, um novo terrorismo à beira talvez da guerra de religiões. Estaríamos a anos-luz do que, ainda ao fim do século passado - e à hora em que celebramos a Queda do Muro -, via-se como o avanço de uma cultura da paz a superação dos botões nucleares e das guerras preemptivas.

  • Culturas impermeáveis, democracias corrosivas

    Jornal do Commercio (RJ),, em 30/10/2009

    A Conferência do Cairo, da Academia da Latinidade, dedicou-se às perguntas críticas sobre o equívoco do diálogo das civilizações em nossos dias. Não nos damos conta ainda da distância abissal que nos separa do raiar deste século, quando a derrubada das torres de Manhattan nos deixaram a anos-luz da cultura da paz e do desarme com que esperávamos ter vencido o mundo dos muros, dos holocaustos e da. guerra dos botões nucleares.

  • Ecologia, Nordeste e bem comum

    Jornal do Brasil,, em 28/10/2009

    RIO - A ida de Lula à área de transposição das águas do São Francisco dá conta, ao mesmo tempo, do nível no próprio Nordeste de desconhecimento da obra e mesmo da consciência cívica que deveria cercá-lo. Os beneficiários não se dão conta, ainda, do impacto dos seus resultados para o desenvolvimento da região. De outro lado, a argumentação contra o empreendimento vinda, sobretudo, do pastoreio da Igreja, inquieta quanto ao limite em que o álibi ecológico está servindo para paralisar a mudança social em área crítica do nosso atraso.

  • Paz mundial e guerra de religiões

    Jornal do Commercio (RJ),, em 26/10/2009

    O XX Colóquio da Academia da Latinidade se abre, nestes dias, no Cairo, para debater o fenômeno da pós-laicidade contemporânea, ou melhor, da retomada da força das religiões no dito conflito das civilizações contemporâneas. Pensava-se, ainda ao fim do século passado, que o futuro fosse ao advento de uma modernidade cada vez mais ligada à expressão da tecnologia e da fruição múltipla de seus benefícios.