
A claridade última de José Paulo
Na perfeição do silêncio entrado na madrugada, deparamos a face de José Paulo Moreira da Fonseca, já, de outra paz, as mãos transparentes e vigorosas postas em sossego, o poeta-artesão e o pintor do encaixe; do tom como da elisão do verso. Morria no Botafogo de toda a sua mocidade; da primeira turma da PUC, dos formados em Direito, saídos do Palacete Joppert, em São Clemente, dos jardins cuidadosos, pisados pela universidade que começava.O bar do Cardoso, da primeira esquina, reunia esta quase meninada, do começo do debate do existencialismo; da lufada católica do neotomismo, de Maritain e do nosso Dr. Alceu; dos caminhos da fé de Bernanos ou Gabriel Marcel. José Paulo, de todos nós, tinha a casa mais próxima, à dos pais, Dr. Joaquim e D. Dulce.