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A volta de Marta

 

Até há muito pouco tempo, o que se falava sobre a sucessão estadual era especulação, uma prática corrente nas colunas políticas da mídia impressa.


Agora já se pode dar como certa a entrada espalhafatosa de Marta Suplicy na carreira estadual. Suas declarações são firmes e a sua fogosa entrada na luta pela indicação de seu nome não deixam dúvida como quando as pesquisas já davam a vitória a José Serra. Na realidade, surgiu com o PT uma guerreira política, como há poucas no cenário brasileiro. É o que a vai empurrar para a disputa da escolha pela convenção partidária que Aloísio Mercadante também aspira, baseado nos milhões de votos que recebeu para o Senado. O páreo, como se antecipa, vai ser duríssimo, pois os candidatos são fortes.


Não há duvida que a ex-prefeita tem uma vocação política apurada. Vimos nos debates da eleição para a prefeitura de São Paulo e na disposição para a luta que demonstrou durante aquele período, mesmo nas pesquisas dando a vitoria a José Serra. É ela, portanto, que vamos ver na cena política próxima, com sua disposição para a luta, sua vocação política e sua base financeira - supomos, porquanto não a conhecemos - que lhe dará tranqüilidade quanto aos gastos, que são elevados, sobretudo para o cargo que ela deseja.


Vale assinalar que Marta dispõe de meios financeiros e uma campanha, por menor que seja, até para um modesto lugar de dirigente sindical, custa dinheiro. No caso de cargos mais altos, então se dobra a exigência de meios em dinheiro para enfrentar a disputa.


A aguerrida Marta sabe disso. Inicialmente depois de ter perdido uma eleição, que contava certa da vitória e a perdeu exatamente como as pesquisas previram. Ainda que ela não acreditasse nas constantes das sondagens técnicas dos institutos de pesquisas.


Estamos, portanto, com candidatos já na cena política, como todas as eleições que temos assistido, desde que caiu Vargas e voltou a democracia de partidos, com a legislação e os doze partidos da eleição de Dutra, até que se consolidaram nesse número e foram dissolvidos por Castelo Branco, numa decisão infeliz É o que se pode comentar sobre política e a volta de Marta, a guerreira do PT.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 16/03/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 16/03/2005