
Cérebro de mãe é diferente
[2]A Segunda Guerra teve na Europa resultados catastróficos, e não só em termos de destruição material. Milhões de pessoas pereceram, e muitas crianças ficaram sem os seus pais, vagueando pelas ruas ou pelas estradas. Na tentativa de avaliar os efeitos desta triste situação, a Organização Mundial da Saúde comissionou o psiquiatra e psicanalista inglês John Bowlby para fazer um estudo a respeito. O resultado foi um documento intitulado Cuidados Maternos e Saúde Mental que, de imediato, teve enorme repercussão. A criança, diz Bowlby, precisa de uma cálida, íntima e contínua relação com a mãe ou com uma figura materna. Sem isso, gera-se um quadro que ele chamou de deprivação (deprivation), e que é diferente de privação. Nesta última situação, não existe primariamente figura materna. Na deprivação, existe, mas é perdida, e o efeito, para a criança, é muito grave.